A repetição da história e na história é um dos temas que mais me tem interessado. O uma vez como tragédia, depois como farsa de Marx. Hoje, falando com o meu sócio, o Carlos, ele me lembrou o "estamos sendo atacados" de Bacurau -- ali como tragédia, aqui como farsa (1/7).
A "realidade" brasileira é uma farsa diante de uma tragédia ficcional. Mas em Bacurau está muito do que é o Brasil hoje: o líder político entreguista local ligado a um projeto genocida, o enfraquecimento do povo para sua eliminação. Até a privatização da água (2/7).
KMF e Dornelles foram felizes no que produziram. Só nos falta um Lunga, embora talvez o Lunga seja o herói do porvir. O Brasil, meus caros, ainda vai piorar muito e talvez nós só estejamos na fase da negação (3/7).
Sem amargura, precisamos reconhecer que a situação do Brasil vai piorar muito. Bolsonaro tem de sair, mas mesmo que saia isso, por si só, está longe de bastar. E para sair, não vai ser por cancelamento ou protesto, mas só e somente só a classe trabalhadora parar o país (4/7).
A História se repete? Possivelmente, mas sempre diferente, sobretudo se tomarmos ela como encenação dramática como Marx fazia: mas a mesma montagem de uma peça, a cada exibição, se repete de forma diferente. Ainda assim, Hamlet é Hamlet aqui e na Inglaterra Elisabetana (5/7).
Nesse sentido, a grande lição que deveríamos ter aprendido -- sim, a História ensina lições -- é que os herdeiros do regime militar só podem ser parados pela classe trabalhadora organizada. É o êxodo. São as graves do grande ABC. O que seria uma reencenação atual daquilo? (6/7).
E não basta reencenar. É preciso pensar em um desfecho outro que não seja a farsa que se operaram dentro e contra as Diretas. Que permitiram que Sarney se tornasse um fiador duradouro da República -- e que parece que ele continua sendo. Estamos sendo atacados. (7/7).
