Mas acho que @gilmarmendes acertou em cheio ao fazer o elo entre os militares e o que ele classificou como ‘genocídio’ por parte do governo Bolsonaro.
Me permitam deixar a polêmica do ‘genocídio’ por último.
No fio.
Devia um ministro do STF ser político? Esse é outro debate.
Ele é político. Vive em Brasília indo de casa em casa, conversando, costurando, debatendo, negociando.
Mais: ele sabe fazer política particularmente bem.
Ou seja: Gilmar não faz nada sem querer.
Disse o seguinte: pós-pandemia, vai ficar muito feio pro Governo Bolsonaro. As chances não são poucas de o Tribunal Penal Internacional abrir uma investigação por genocídio.
Se for possível provar que algumas dezenas de milhares de brasileiros não morreriam se o país tivesse seguido as recomendações da OMS, a acusação pode vir
Pois vamos às Forças Armadas.
A política de Saúde está nas mãos do general Pazuello.
Embora a Funai não esteja nas mãos de um militar, e sim de um delegado da PF, faz parte do Min da Justiça, que Bolsonaro puxou para si pós saída de Moro.
Os militares escolheram se tornar sócios da política proposta por Jair Bolsonaro.
Esta sociedade tem um custo.
Pois prestem atenção nas ações e não no que falam.
Sim, os militares gritaram alto. Mas vejam que o movimento é defensivo.
E imediatamente dobraram a pressão sobre Pazuello para que ou deixe o ministério ou passe à reserva.
Ou seja...
Estão se cercando.
E mais: está ficando mais caro, para as Forças Armadas, apoiar Jair Bolsonaro.
Deu errado.
Sou o primeiro a criticar hipérboles.
Mas não acho que genocídio seja exagero, não.
Quando se escolhe um caminho de crendice oposto à ciência em meio à maior pandemia num século, o resultado é que gente demais morre.
Por uma escolha de política pública.