A corrupção ostensiva de políticos apareceu no mapa na década de 1940, ainda na ditadura do Estado Novo, com Adhemar de Barros. Era o novo populismo ‘rouba mas faz’.
No início dos anos 1950, ele acusava a existência de um ‘mar de lama’ no governo Getúlio.
A corrupção ostensiva de políticos que ocorre no Brasil é mostra de um sistema que beneficia com impunidade quem tem poder. Mas, resolvida a corrupção, o Brasil não fica resolvido.
Os problemas são mais profundos.
Como a @julianadalpiva e o Chico Otávio mostraram na @RevistaEpoca desta semana, Bolsonaro está mais para Adhemar do que para Lacerda.
epoca.globo.com/rio/os-negocio…
Sua marca é anticorrupção. Os Bolsonaro são lama pura.
Já estava óbvio que as duas imagens eram incompatíveis e que o rompimento viria ou Moro se misturaria.
Ele saiu.
Por outro lado, o anti-Morismo fortalece os elos entre presidente e o Centrão, como mostra o @Estadao
politica.estadao.com.br/noticias/geral…
É também por ser anti-Moro.
Claro. O Lavajatismo não é só antipetista. É também contra o adhemarismo — e o Centrão é suco de Adhemar.
Pois é. Esses encontros tendem a se repetir na política.
Moro é antipetista (Lula, Dilma) e anticentrão.
Tudo igual.
É um jeito de pensar política que inclui uma pegada moralista.
Se toda preocupação do Centrão é conquistar cargos, ali na frente o grupo dá as costas para Bolsonaro e aprova um impeachment. Fez isso com Dilma.
Mas se o objetivo é evitar uma presidência Moro, o Centrão fica com Bolsonaro e não tem impeachment.
O Centrão se adequa a política do senhor da vez, não está nem aí pra ideologia.
Isto quer dizer que, na mistureba que formou o bolsonarismo inicial, os reacionários ganham força e, os conservadores, se enfraquecem.
Não. Não é a primeira vez que acontece.
Tampouco é a primeira vez que se repete.
As forças reacionárias do bolsonarismo são algumas.
Uma é o radicalismo cristão, obcecado medievalmente com sexualidade humana.
Outra é o bandeirantismo de Ricardo Salles, devastar para ocupar passando por cima dos indígenas.
Mas há o reacionarismo revolucionário dos olavistas. Estes, com seus tons fascistas, são mais perigosos.
Querem desmontar o Brasil inteiro com base numa teoria conspiratória. Sem ter o que botar no lugar
Mas, em curso, está ocorrendo uma negociação — é o que mostra o @UOL.
noticias.uol.com.br/politica/ultim…
Vez por outra os blogueiros sujos bolsonaristas dão um berro, um assessor presidencial ou outro se queixa de espaço, o filho Zero Dois resmunga mais alto.
Bolsonaro precisa do olavismo para manter uma base sólida. É este grupo que oferece uma visão de mundo completa e fechada em si, baseada em teorias conspiratórias, mas e daí? Mantem a militância unida.
Este grupo é chave também para as redes.
É fraude eleitoral, diga-se.
No Brasil, só eles sabem fazer. E fazem.
São tão reacionários, tão delirantes, tem esse pendor revolucionário e fascista de busca pela destruição, que jamais terão espaço em qualquer outro governo.
Ou aceitam estar no segundo escalão, ou aceitam ficar mais quietos por um tempo...
Desta forma, entre grupos reacionários e conservadores, o bolsonarismo muda a coalizão e traz novo equilíbrio de forças.
Centrão, que é fisiologismo e só.
Reacionarismo cristão que só pensa em controlar sexualidade.
Olavismo.
Pois é, quem é esperto já percebeu que tem um pedaço que vai tendo cada vez mais dificuldade de encontrar discurso coerente no bojo
É o neoliberalismo anti-Estado de Paulo Guedes
Basta ser hipócrita.
Vamos ver que caminho os neoliberais — essa mistura bizarra do conservador nos costumes, liberal na economia — consegue durar dentro deste governo.
A liga não precisa vir por coerência ideológica.
Pode vir por, como dizer... Empatia entre personalidades.