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A criança de 6 anos que foi arrastada no asfalto pelo lado de fora de um carro e chamada de ''boneco de Judas'' por bandidos:
João Hélio Fernandes Vieites, intitulado por João Hélio, foi uma criança que ficou conhecida pelo Brasil inteiro em 7 de fevereiro de 2007, ao ser vítima de um latrocínio.
No dia do crime, por volta das 21h, no bairro Oswaldo Cruz (Rio de Janeiro) a família de João havia saído de casa. Rosa Cristina Fernandes (Mãe), Aline Fernandes (13 anos) e João Hélio (6 anos) estavam no carro e pararam no sinal vermelho.
O caso começou quando eles foram abordados por 3 homens armados, que anunciaram o assalto. Imediatamente, todos saíram do carro desesperadamente, exceto João Hélio. A criança estava presa por um cinto de segurança, o que, naquela época, era de uso “incomum” no banco de trás.
João não conseguia sair. A mãe, ao notar que ele havia ficado no carro, tentou soltá-lo, mas nem com esforço conseguiu salvá-lo. Impaciente, um dos assaltantes que já estava dentro do carro, empurrou João para fora, o problema era que ele continuava preso ao cinto de segurança.
Mesmo vendo que João estava preso, eles dirigiram em alta velocidade. Durante a fuga, diversos pedestres e motoristas fizeram de tudo para avisa-los que a criança estava presa e rastejando pelo chão. Inclusive, um motoqueiro perseguiu o carro, foi ameaçado com armas e se afastou.
Os bandidos ignoravam a multidão e diziam, de forma irônica, que não passava de um “boneco de judas”. Um boneco de judas é usado para ser surrado e ateado fogo, possui o formato de um homem e é feito de trapos.
Pessoas chegaram à ligar para a polícia, o veículo chegou a passar por um posto de bombeiros, mas nada foi feito. João Hélio foi arrastado de barriga, em alta velocidade, por 7 quilômetros. Seu corpo ficou em um estado horrível, perdeu os joelhos, a cabeça e os dedos das mãos.
Um bacharel em Direito, juntamente com um barista viram os criminosos arrastando a criança. Enquanto alguns pensavam que era apenas um boneco, eles sabiam que era uma criança devido ao sangue na lataria do carro.
A policia finalmente foi acionada e seguiram para o local onde os bandidos abandonaram o carro, no bairro de Cascadura. Ao refazerem todo o percurso, acharam a massa encefálica e parte da cabeça de João.
Oferecendo uma recompensa de 4.000 reais para quem soubesse de alguma pista de quem poderia ter cometido aquele ato tão cruel, a polícia iniciou a investigação. 18h após o crime, o pai de um dos criminosos ligou para as autoridades, se identificando como “anônimo”.
Ele era o pai de Diego. Juntamente de Diego, foi preso um outro jovem de 16 anos. Ao chegarem na delegacia, ambos confessaram o crime e ainda disseram Carlos Eduardo — que até então não havia sido preso — dirigia em zigue-zague para tentar se livrar do menino.
Enquanto isso tudo acontecia, diversas manifestações foram criadas, buscando justiça por João Hélio. A praça onde o carro foi estacionado, se chamava “ Três Lagoas”, mas após a atrocidade, passou a se chamar “Praça João Hélio”.
O julgamento começou no dia 30 de janeiro de 2008. Os assassinato foram condenados por latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Diego Nascimento foi sentenciado a 45 anos de reclusão, Carlos Eduardo, o motorista, foi condenado a 44 anos e 3 meses de recesso.
Já Carlos Roberto e Tiago de Abreu – responsáveis por levarem os outros criminosos até o local do crime – foram condenados a 39 anos em reclusão. Outro, que era menor de idade, foi submetido a medidas socioeducativas, o que levantou discussões sobre a redução da maioridade penal.
O funeral de João Hélio ocorreu no Cemitério Jardim da saudade. Centenas de pessoas compareceram à missa de 7º dia e mais de mil saíram em uma passeata pela avenida Rio Branco, pedindo por justiça.
Em 2019, a Justiça determinou a libertação de Carlos Roberto, condenado a 39 anos de prisão pela morte de João Hélio. Ele vai cumprir o restante da pena em casa, onde deverá permanecer em tempo integral nos dias de folga, sábados, domingos e feriados.
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