Definição, desmistificação e estratégias de prevenção.
Puxe o rabinho do porco 🐽
Na nossa série sobre fetiches Vol. 1 vamos falar de PIGPLAY. Do inglês: brincadeira de porquinhos 🐷. Você já ouviu falar nisto? Não, não é quando alguém faz sexo com um porco e não, não é quando duas (ou mais) pessoas se fantasiam de porcos e fazem sexo.
"Pigplay" é um termo genérico usado por alguns membros da comunidade gay. Tem definições variadas dependendo de quem você pergunta, mas geralmente envolve atividade sexual que enfatiza e abrange coisas como cuspe, urina, suor, ejaculação, esmegma (secreção acumulada no pênis 🧀 )
odor de axilas e outras partes do corpo. Em casos mais raros, quando envolve fezes, a variação se chama SCAT.
Há diversas subculturas dentro do movimento lgbt e do movimento sexual em si. Ser Pig é um bom exemplo disso.
Extraído de um site pig:
‘Pig é um pessoa sem muita
frescura não apenas na hora da foda, mas também no seu estilo de vida. É aquele que curte uma cuspida na boca e uma bela cheirada no suvaco. Geralmente um Pig se veste parecido com a galera grunge dos anos 90. Prefere camiseta básica, bermuda jeans e tênis bem sujo.
É um largadão estiloso. Gosta de cultivar pelos pubianos mais volumosos, ostenta barba e é fã de receber ou fazer xixi no corpo ou na boca.’
Minha primeira mensagem é: não julguem o desejo alheio. Se não é para você, simplesmente fique na sua. É muito chato quando você posta
sobre um assunto e as pessoas vem comentar: ‘nossa, credo’ ‘Quem faz isso?’. Imagina pras pessoas que sentem este desejo lendo isso. É algo que impacta somente na vida delas, portanto RESPEITEM.
Quanto à cheirar e lamber suvaco, suor, partes do corpo sujo, eu recomendo apenas
que a pessoa tome um bom banho e escove os dentes depois. Todos nós temos fungos e bactérias (principalmente do bem em todo nosso corpo) que nós mantém protegidos. Mas à medida que vamos permanecendo mais tempos sujos elas podem entrar em desequilíbrio e gerar alguns problemas
como dermatites e infecções de pele.
Contato com esperma, esmegma, secreção vaginal e anal, pede cuidados de testagem para IST’s, tratamento de IST’s assintomáticas e cuidados de prevenção combinada. Tentar realizar penetração com preservativo se você não souber o status
sorológico do parceiro ou não estiver utilizando PrEP.
Já fiz um post super detalhado sobre ‘Golden Shower’ (brincadeiras com Xixi) que está disponível no stories e as regras básicas incluem: tentar não ingerir muita quantidade ou deixar entrar em contato com os olhos,
tomar banho logo após e fazer rastreio para IST’s (gonorreia e clamídia) nas parcerias. As mesmas regras valem pra fezes, principalmente sobre a questão da ingestão.
Se você se sente desconfortável para falar sobre seus desejos procure um bom psicólogo. E tenha sempre um
médico de confiança que possa esclarecer suas dúvidas baseados em ciência e sem te julgar.
Estou aqui para você. E não estou nem aí pro que os outros acham. Meu compromisso é com seu bem-estar integral. Conte comigo.
🚨 O SUS agora tem remédio pra tratar COVID-19 leve e moderada
Para pessoas com mais de 65 e pessoas com imunidade baixa
2 comprimidos 12/12h por 5 dias
Mas muita gente nem sabe!
O remédio diminui hospitalização e mortalidade em até 86%!
Compartilhe ❤️🩹
O medicamento já se encontra disponível em vários municípios.
Informe-se sobre o protocolo do seu município.
Deve ser iniciado no máximo até o 5o dia de sintomas após teste confirmatório de COVID, seja antígeno ou PCR. Não é indicado para pessoas que estão precisando de oxigênio e internação (formas graves).
2 comprimidos de nirmatrelvir + 1 comprimido ritonavir, 12/12h, por 5 dias
Pessoas com alteração moderada da função renal (filtração entre 30 e 60ml/min) devem ingerir 1 comprimido de nirmatrelvir nas tomadas, em vez de 2.
🚨 Quem pode pegar pelo SUS?
- Pessoas com mais de 65 anos
- Pessoas com alteração da imunidade (vivendo com HIV com CD4 < 200, tratamento de câncer, transplantados, em uso de corticoide, defeitos genéticos da imunidade, em uso de imunobiológicos e renais não dialíticos)
🚨 Quem tem indicação de tomar, mas no momento não consegue pelo SUS?
Diabético, hipertenso, obeso, tabagista, portador de DPOC, anemia falciforme e doenças neurológicas.
Precisa de receituário comum em duas vivas.
Não é necessário mais levar resultado de exame ou ficha de notificação.
E você, já fez a sua parte?
Tomou todas as doses das vacinas?
A situação pode ter melhorado, mas COVID não embora tão cedo.
Seja cidadão e previna-se. ❤️🩹
Minha opinião sobre o Profissão Repórter sobre HIV e sexo químico.
Acabei de assistir!
Primeiramente quero dizer que fiquei emocionado de ver TANTA gente importante e querida participando.
O Dr. Fábio Mesquita
O Dr. Bernardo Maia
Os ativistas David e Lucas Raniel
As ONGS Multiverso e Barong com Pierre e Fabi
Os funcionários do CRT e Emílio Ribas
Falaram de PrEP, PrEP sob demanda, Indetectável = intransmissível, transmissão vertical, o novo comprimido único, prevenção combinada!
Sério, eu quase chorei nessa parte.
Um programa de TV aberta falando de tudo isso: foi maravilhoso!
Já em relação ao sexo químico reconheço que faltou representatividade de outros públicos além do LGBT.
O sexo químico é conhecido internacionalmente como uma prática entre homens gays cis.
O nome originalmente foi criado pra esse grupo, mas a prática certamente envolve outras populações.
Sei de fontes confiáveis que nossa ONG queria levar o pessoal da reportagem para um baile funk na periferia, onde também há prática de sexo químico, mas houve um impedimento no dia devido ao transporte.
Teria sido fantástico, mas não rolou.
Também faltou mais representatividade feminina, já que mulheres são parcela importante do público vulnerável ao HIV e IST’s.
Isso reforçaria a ideia de que HIV é assunto de todos, apesar de sim: ainda somos populações vulneráveis e nos infectamos proporcionalmente mais (10% população gay e 0,7% população geral), a conhecida epidemia concentrada.
Isso é fato e não devemos relativizar.
Mas pessoal: fazer televisão não é simples. Nem trabalho de uma pessoa só.
Posso garantir que as pessoas que deram entrevistas, profissionais e voluntários, trabalham arduamente nessa causa e fizeram seu melhor!
O copo para mim está metade cheio. Bem cheio, aliás.
Estou nessa causa há 9 anos e sei o quanto é difícil ter espaço pra falar dessas pautas, principalmente em momentos de tanto conservadorismo.
Talvez um programa apenas sobre HIV e outro sobre sexo químico fosse o ideal.
Pra dar mais profundidade para as pautas.
Criticar é fácil e geralmente as piores críticas vêm de quem não faz nada pela causa.
Quem está nas trincheiras sabe o quanto é difícil construir algo.
Perfeito? Não foi.
Nunca será.
Estamos há 40 anos falando disso, se fosse simples já tava resolvido.
Mas trouxe um destaque, um olhar e sim deve ter tocado no coração de muita gente.
O estigma deve ser combatido diariamente, não é um programa de televisão passando meia noite depois do BBB que vai mudar isso.
É responsabilidade coletiva.
Faça sua parte também antes de só apontar falhas dos outros.
A causa do HIV é de todos.
Vencer a Aids é tarefa de todos.
E se não houver união e críticas construtivas, esse caminho se torna muito mais difícil.
É minha opinião.
Parabéns aos repórteres e a todos envolvidos. Sigamos avançando.
Mais uma vez a mídia mais desinforma, que informa.
Beira o mau caráter.
Alguns esclarecimentos:
- Não é vírus. É uma bactéria nossa velha conhecida: Streptocococcys pyogenes, causa comum de infecções de garganta, de pele e febre reumática.
- Não ‘come’ ânus. Ela pode colonizar (estar presente) em orifícios, como ânus, boca, narinas e genitais.
- Não é transmitida pelo sexo, mas sim por contato por gotículas (tosse), superfícies contaminadas e secreção nasal.
- Essa forma grave é chamada síndrome do choque tóxico, causada por cepas mais virulentas (agressivas) que produzem toxinas e geram
•Febre
•Pressão baixa
•Disfunção de órgãos
•Manchas no corpo + Descamação
Provavelmente são essas cepas produtoras de toxinas que estado circulando no Japão.
- O tratamento é com antibióticos, principalmente da classe das penicilinas.
Ainda não temos vacina.
- Prevenção é higiene pessoal, saneamento básico e etiqueta da tosse.
Muitas pessoas já são portadoras assintomáticas dessa bactéria, ou seja, têm ela no corpo mas nunca sentiram nada.
Provavelmente cepas menos agressivas.
Não é IST!
Tem nada a ver com beijo grego essa bactéria.
Ela está na pele, nas secreções e nos orifícios citados, então se você tem contato com alguém doente, pode se infectar. Mas nem todo mundo vai adoecer.
No Japão, entretanto, estão observando muita gente adoecendo, por isso a preocupação. Ainda não se sabe porque estão vendo casos tão agressivos.
Mas ainda não foi nada dito sobre transmissão por anilingus (beijo grego). Não tem nada a ver com sexo anal.
Em breve falarei mais.
Só fiz esse post hoje porque muita gente tá apavorada e uma parte da mídia não faz nada direito.
Felizmente temos jornalistas sérios que vão desmistificar isso.
O ideal seria todes utilizarem preservativo no sexo oral, que pode sim transmitir HIV, hepatites e IST’s. Mas convenhamos: isso não acontece. Por isso, pensando no mundo real, juntei dicas importantes para diminuir os riscos dessa prática. Fiz com muito carinho. Compartilhe.
Sexo oral é sexo, não é preliminar. Portanto tem sim riscos para HIV e IST’s. O ideal seria todes utilizarmos preservativo. Mas como isso não acontece, seguem dicas pra diminuir os riscos:
1 - Teste-se regularmente para HIV, sífilis e hepatites.
No Brasil as testagens podem ser feitas pelo SUS nas UBS, SAE’e e CTA’s. A frequência vai variar de acordo com a frequência da sua exposição, mas pelo menos 1 a 2x por ano é indicado para pessoas com vida sexualmente ativa.
Se você vive com HIV e está indetectável ha 6 meses não trasmite o vírus por via sexual, mesmo com ejaculação.
2 - Teste-se para gonorreia e clamídia na orofaringe (garganta). O CDC estadunidense já recomenda exames de PCR para gonorreia e clamídia para todos homens que fazem sexo com homens (HSH), a cada 3-6 meses e para mulheres jovens <24 anos após troca de parceiros (??). Como se mulher tivesse que ter um parceiro só.
3 - Tome vacinas contra HPV, Hepatite A, Hepatite B e Meningite C.
O HPV é altamente transmitido por sexo oral e está e relacionado à câncer de garganta.
A Hepatite A é transmitida pelo sexo oral no ânus (beijo grego), com risco de hepatite fulminante (perder o fígado).
A Hepatite B possui transmissão sexual 60 a 100X mais eficiente que o HIV.
E a nossa garganta pode ser reservatório de bactérias causadores de meningite (Neisseria sp.). Estudos ja demonstraram um risco 10x maior de meningite meningocócica em homens gays e o CDC passou a recomendar a vacina ACWY.
4 - Evite que ejaculem na sua boca. O esperma contém grande número de particulares virais de HIV e bactérias, portanto o risco aumenta exponencialmente. Se ejacularem, cuspa ou engula, já que geralmente a maior chance de transmissão é enquanto o líquido está na cavidade oral e após ser ingerido será inativado pelo suco gástrico.
5 - Para sexo com pessoas com vagina evite sexo oral durante período menstrual ou corrimento não fisiológico (fora do habitual).
O sangue menstrual aumenta o risco de transmissão de HIV e hepatites, e o corrimento pode representar infecções por gonorreia, clamídia ou tricomoníase.
6 - Escove os dentes ou passe fio dental apenas 2h antes ou 2h após o sexo oral.
Pesquisadores da Universidade da Geórgia concluíram que o ato de escovar ou passar fio dental abre ferimentos, micro fissuras e ocasiona sangramentos que são portas de entrada para HIV e IST’s. Principalmente se feito de maneira vigorosa. Alimentos duros que podem machucar as gengivas também.
Para manter um bom hálito prefira uma bala refrescante ou um enxaguante bucal sem álcool.