Mercédès Jellinek (1889-1929) foi a mulher que serviu de inspiração ao nome da Mercedes-Benz, talvez a única montadora com um nome feminino. Conto como isso aconteceu nessa thread 
Mercedes era filha de Emil Jellinek, ele era um diplomata áustrio-húngaro que vivia em Nice, na França. Em 1986, atraído por um anuncio, Emil fez uma visita à Daimler Motoren Gesellschaft (DMG), a sede da empresa ficava em Cannstatt, perto de Stuttgart, na Alemanha
Emil comprou um Phoenix Double-Phaeton, carro de 1894 que gerava 8 cv e poderia chegar a até 24 km/h. Ele gostou do veículo, e dois anos depois, em 1898, ele decidiu virar vendedor da marca, solicitando mais 6 carros.
Emil era um cara muito difícil de lidar, principalmente a partir do momento que a DMG o deu liberdade para que o mesmo desse sugestões, algumas eram boas, outras nem tantos. Ele dividia opiniões entre os dois sócios donos da empresa, Gottlieb Daimler e Wilhelm Maybach
Enquanto Dailmer se irriatava, Maybach filtrava e usava muita de suas sugestões em projetos futuros. Em 1899, aparecia pela primeira vez o nome Mercedes em um carro da DMG, de forma bem inusitada.
Emil era um cara supersticioso, Mercedes era a terceira filha dele, com sua primeira esposa, Rachel. Ele começou a acreditar que o nome de sua filha lhe trazia sorte. Nomeando propriedades e outros bens com o nome dela.
Em 1899, Emil participou da Semana da Velocidade da Riviera Francesa (eventos que passava por Mônaco). Com seu DMG-Phoenix que chegava a 35 km/h, ele venceu todos os cinco eventos. Colocando Mercedes com o nome da equipe de corrida, o nome constava nos carros também.
A DMG chegou a se aventurar em corridas, com o Phoenix, entre 1899 e 1900, porém após Wilhelm Bauer morrer em uma dessas provas, a marca abandonou a ideia, que era a melhor forma de publicidade na época.
Mas no mesmo ano, Emil fez uma proposta ousada para Wilhelm Maybach, construir 36 unidades de um carro revolucionário, em troca ele iria oferecer uma grande quantia. Com isso, Jellinek se tornou membro do conselho e adquiriu o direito de vender carros em parte da Europa e EUA
O carro devia se chamar Mercedes, por exigência do próprio Emil. Ao mesmo tempo que isso acontecia, Gottlieb Daimler viera a falecer. Mas a empresa não parou, nos meses seguintes ela desenvolveu o carro tão sonhado por Emil, que ganhou a adição de "35 hp" no nome.
As exigências de Emil para o projeto era as seguintes:
- Distância entre eixos longa para fornecer estabilidade.
- Motor melhor localizado no chassi do carro.
- Centro de gravidade inferior
- Ignição elétrica usando o novo sistema Bosch
- Distância entre eixos longa para fornecer estabilidade.
- Motor melhor localizado no chassi do carro.
- Centro de gravidade inferior
- Ignição elétrica usando o novo sistema Bosch
Tudo isso era para segundo o próprio Emil, fornecer uma maior segurança em altas velocidades. Em 22 de Dezembro de 1900, a primeira unidade foi entregue, oficialmente chamada de Mercedes 35 hp, um carro que era revolucionário como o prometido.
Quando Emil participou da Semana da Velocidade da Riviera Francesa com ele em 1901, foi só elogios, o diretor do Automóvel Clube da França, Paul Meyan, afirmou: “Entramos na era da Mercedes”, sentimento ecoado por jornais de todo o mundo.
O mundo se surpreendeu, o incrível carro que chegava a 60 km/h virou um sucesso de vendas, a DMG teve um crescimento expressivo, aumentando sua capacidade de 340 funcionários em 1900, para 2200 em 1904. Realmente, o nome Mercedes deu muita sorte a empresa.
Em 23 de junho de 1902, a DMG decidiu usar o nome Mercedes como marca para toda a sua produção de automóveis. Também por enfrentar problemas jurídicos com o nome Daimler, após a morte de Gottlieb, mas principalmente pela popularidade do nome entre os compradores.
Emil estava apaixonado pelo nome Mercedes, tando que mudou seu próprio nome para Jellinek-Mercedes, comentando: "Esta é provavelmente a primeira vez que um pai leva sua filha nome ". A partir de então, ele assinou como E.J. Mercédès
Com o passar dos anos seu encanto com Mercedes e DMG sumiram, tendo brigas contantes e saindo da empresa em 1908. Posteriormente teve muitos problemas, principalmente quando a primeira guerra explodiu. Já que Áustria-Hungria estavam de um lado e a França de outro
Ele voltou para Áustria quando a guerra começou, mas retornou para a França ainda em 1914, acusado de espionagem, foi preso e conseguiu fugir em 17, para Genebra na Suíça, onde viveu seus últimos momentos de vida, até falecer em 18, aos 64 anos.
Todas as suas propriedades na França foram confiscadas.
A pequena Mercédès Jellinek tinha apenas 11 anos quando seu nome serviu de inspiração para o Mercedes 35hp. Ela nasceu em Viena, Áustria-Hungria no dia 16 de Setembro de 1889.
A pequena Mercédès Jellinek tinha apenas 11 anos quando seu nome serviu de inspiração para o Mercedes 35hp. Ela nasceu em Viena, Áustria-Hungria no dia 16 de Setembro de 1889.
Em 20 de fevereiro de 1909 Mercédès casou-se com o Barão vienense Karl Schlosser. Deste casamento nasceu uma filha, Elfriede (nascido em 1912) e um filho, Hans-Peter (nascido em 1916), ambos não tiveram filhos.
Em 1923, Mercédès se separou de sua família e se casou com o escultor vienense Barão Rudolf Weigl. Ela ficou viúva logo depois disso e, em 23 de fevereiro de 1929, morreu em decorrência de um câncer nos ossos, com apenas 39 anos em Viena, onde está enterrada no cemitério central.
Andrée Maja Jellinek, sua meia-irmã mais nova relatou o seguinte: "Mercedes era uma pessoa ótima, inteligente e nos demos maravilhosamente bem. Ela era teatral e adoraria ter se tornado atriz."
Em 1926, em meio a crise alemã pós guerra, a DMG se fundiu com a Benz, fundando a Daimler-Benz com seus automóveis chamados de Mercedes-Benz.
A outra mulher importante na história da Mercedes-Benz, na verdade, na história dos carros em geral
E para finalizar, Mercédès Jellinek nunca teve um carro
