O Fortaleza de R. Ceni veio bastante modificado devido à pesada sequência de jogos. O Flamengo de Domènec manteve o mesmo esquema tático que havia dado certo contra o Bahia, mas com algumas peças diferentes. Vamos de fio sobre a primeira vitória do Fla no Maracanã no campeonato. 
Rogério se viu obrigado a ter que dar descanso a alguns de seus jogadores. W. Paulista, Romarinho e Felipe ficaram no banco. Domè teve a mesma estratégia no Flamengo. Apesar de manter o esquema tático que deu muito certo contra o Bahia, o 4-2-3-1, algumas peças foram modificadas.
Nos primeiros minutos, o Fla novamente usou demais a pressão alta. O Fortaleza se via em apuros para sair jogando. Não é do feitio do time de Rogério sair dando chutão, mas mesmo usando muito o goleiro para tentar criar superioridade na saída, o chutão as vezes era inevitável.
Arão e Gérson subiam junto com os meias e atacantes para fazer a pressão por encaixes e não deixar nenhum jogador do Fortaleza livre para receber. E enquanto o Fla teve intensidade para fazer a pressão funcionar, o jogo era de completo domínio rubro-negro.
Só que com o passar do tempo, a intensidade da pressão foi diminuindo e o Fortaleza, firme em sua estratégia de evitar chutões aleatórios, começou a encontrar espaços. E com lançamentos um pouco mais longos, o principal espaço encontrado era entre a linha de defesa e a de meio.
Quando Arão e Gérson subiam para encaixar na pressão alta, a linha de defesa não acompanhava o suficiente. Isso deixava o time espaçado e gerava um buraco muito grande entre a linha de pressão alta e a linha defensiva.
O Fortaleza buscava demais Osvaldo pela esquerda, tentando aproveitar as costas de Isla. Por ser um lateral muito ofensivo, Isla deixa espaços principalmente jogando em linha de 4 defensores. E no 1x1 Osvaldo estava ganhando quase todas do chileno. Assim inclusive sai o pênalti.
Aos 36’ Rogério resolve colocar Wellington Paulista no lugar de Éderson e o Fortaleza perde um pouco a válvula de escape que tinha com Osvaldo. Com os 2 atacantes mais fixos, Osvaldo passa a ter que fechar a linha de 4 de meio-campo e passa a jogar um pouco mais recuado.
Na volta do 2T Domè troca Pedro por Gabigol e indica uma mudança no formato ofensivo do Fla. Isso porque Gabi e Pedro possuem características bem diferentes. Um é muito mais móvel e o outro mais pivô. Um tem bom jogo aéreo e o outro não.
E com a perda no jogo aéreo, o Fla parecia indicar que diminuiria os cruzamentos pelo alto. Só que não foi isso que aconteceu. Nos primeiros 5’ Isla cruzou 2 vezes para a área sem ninguém para finalizar.
O Fla havia mudado as características do centroavante, mas não a forma dos cruzamentos. Detalhe: reparem no posicionamento do Gabigol nesses dois cruzamentos. Mais pra frente vamos voltar a falar desse posicionamento.
O Fortaleza continuava sem vergonha de se defender em bloco baixo e abdicar da bola. O empate parecia estar de bom tamanho para Rogério. A maior mobilidade de Gabigol não afetou o bom posicionamento defensivo do time cearense.
Como o Fortaleza não pescava a isca do centroavante mais móvel e defendia muito bem o centro do campo, Domè decide voltar com um centroavante de maior poder aéreo e coloca Lincoln na vaga de Michael. Assim, o Fla passa a jogar no 4-4-2 com dois atacantes de ofício.
Mesmo assim, o Fortaleza continuava em bloco muito baixo e negando os espaços. O time de Rogério realmente abdicou de jogar futebol no 2T. Sequer finalizaram a gol na segunda etapa.
Quando o jogo se encaminhava para um empate modorrento, o Fla consegue pela primeira vez fazer a jogada que Domè imaginou quando colocou Gabigol em campo.
A jogada é trabalhada pelo lado do campo e momentos antes do cruzamento, Lincoln arrasta a marcação para dentro da área. Gabriel de forma muito inteligente, breca a corrida e diminui a passada. Nenhum defensor do Fortaleza percebe e Gabi fica sozinho na entrada da área.
Lembram dos dois cruzamentos de Isla pra ninguém no início do 2T? Reparem se a posição do Gabigol nesses 2 outros lances não era a mesma? Não foi a primeira vez que Gabigol fez esse tipo de movimentação na partida. Já virou marca registrada do atacante.
Mesmo com a vitória, o Flamengo continua demonstrando muita dificuldade para atacar e penetrar defesas em bloco baixo. O time oscila, é verdade, mas nada que fuja do normal. Domè ainda está em início de trabalho e há muito espaço para evolução nesse time.
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