Oi, pessoal. Vocês devem ter visto a matéria do UOL que fala sobre o acordo entre o Brasil e a AstraZeneca, aonde diz que a AstraZeneca poderia "decretar o fim da pandemia". Sigam o fio rapidinho que explico: //1 noticias.uol.com.br/colunas/jamil-…
O acordo é, como todos, um acordo de negócios, um "memorando de entendimento". Nele, se definem algumas regras para a negociação, inclusive no futuro. //2
Como a pandemia é uma calamidade pública, durante o período pandêmico, a vacina será cobrada pelo preço de custo, justamente devido à calamidade. Quando a pandemia acabar, a AstraZeneca então poderá aumentar o preço já visando o lucro. //3
Para "definir o fim da pandemia", muito provavelmente serão criados critérios específicos, como o CDC americano já criou para a reabertura das escolas, como por exemplo: "X casos para cada 100.000 habitantes nos últimos 14 dias". //4
Em resumo: Não é a AstraZeneca que tem o poder de decretar o fim da pandemia, e ela também não tem uma ideia de quando isso acontecerá. É simplesmente uma definição de critérios em um acordo comercial! //fim
Oi, pessoal. Fiz gráficos de alguns países (tentei pegar países distintos, mas que normalmente estão no debate público) para podermos ver como a segunda onda de casos está, sim, gerando uma segunda onda de óbitos. //1
Temos aqui a lista de novos casos por dia e também de novos óbitos por dia de 12 países. Coloquei no gráfico também uma visualização colorida das medidas de distanciamento de cada país (dentro do possível, pois tiveram países com muitas fases). //2
Conseguimos perceber uma segunda onda de óbitos aumentando em praticamente todos os países com a segunda onda de casos. Aqueles que não conseguimos ver é devido à primeira onda ter sido muito grande e a escala do gráfico não mostra. Para isso, fiz para os últimos 14 dias: //3
Oi, pessoal. Como expliquei a alguns dias (e o @MBittencourtMD explicou muito bem na aula dele, deixarei o link no final do fio), o número de casos não é o número ideal para controlarmos o andamento da pandemia (devido à testagem não ser consistente, entre outras coisas). //1
Se tivéssemos uma quantidade grande de testes e uma política de testagem consistente, até poderíamos analisar casos, mas internações e óbitos acabam sendo métricas mais confiáveis pois elas ocorrem independente do caso ser notificado ou não. //2
O problema das internações (e mais ainda com óbitos) é que eles são reflexos de contágios que já ocorreram a 15 (quinze) dias, no mínimo, e quando notamos uma tendência ali, já estamos atrasados. Tendo dito isso, vejam as internações de UTI de Porto Alegre. //3
Oi, pessoal! Queria trazer uns dados de Porto Alegre para mostrar a vocês como a evidência anedótica pode atrapalhar nossas observações. Parece que estamos "liberando geral" mas os casos estão caindo, né? Sigam o fio! //1
Nessas imagens temos o R efetivo para Porto Alegre, mostrando que tanto para Covid-19 quanto para SRAG temos um R efetivo flertando com o 1, mas com uma média abaixo de 1 nos últimos dias, o que faz a epidemia diminuir. //2
Além de todas as medidas que aprendemos ao longo dos meses (máscaras, distanciamento, higiene) que ajudam nessa queda, vejam a porcentagem de pessoas em isolamento social. Vejam que ele está menor do que em Abril, mas longe também do período pré epidemia. //3
Oi, pessoal. Eu estava observando hoje os testes realizados em Porto Alegre e percebi que a curva do gráfico é muito semelhante à curva de novos casos por dia. Sigam o pequeno fio. //1
Temos alguns picos de novos casos, que não aparecem nos testes e podem ser algum tipo de acúmulo. O importante é que, se a curva de testes e de casos é praticamente igual, isso nos mostra que os testes são REATIVOS aos casos, ou seja: são executados em pessoas sintomáticas. //2
Vejam o exemplo da cidade de Nova Iorque. O número de testes só aumentou enquanto o de novos casos (positivos) caiu. Isso quer dizer que lá os testes são PREVENTIVOS aos casos. Os testes detectam e previnem qualquer potencial surto, e estão sendo feitos em NEGATIVOS. //3
Oi, pessoal!
Vocês viram que o estado do RS como um todo está com queda de casos, o que levou a termos bandeira laranja em todas as regiões, não é?
Agora vai ficar mais complicado analisar por região, vou explicar. //1
Como cada município tomou um rumo diferente em suas regras e medidas, quando um município estiver bem ruim, se ele não for suficiente para mexer na média da "Região Covid", a bandeira ficará laranja, ou mesmo amarela, mesmo com um ou mais municípios em estado crítico. //2
Sugiro a quem for do RS, mais do que nunca, acompanharem os dados de cada município. Para explicar, deixo os gráficos dos hospitais, atualizados até 24/09. Vejam São Leopoldo e Novo Hamburgo, dois municípios da Região 07. //3
Oi, pessoal! Vi que, infelizmente, ainda tem gente falando do tal "exemplo positivo" da Suécia, sem analisar completamente o que aconteceu e, principalmente, o que irá acontecer. Sigam o fio, explicarei com gráficos. //1
A primeira coisa que tem de ser desmistificada é a fala de que "na Suécia não houve confinamento". Para isso, fui até o registro de mobilidade do Google e peguei todos os dados do Brasil e da Suécia para demonstrar, em gráficos, o que houve. //2
O que modifica a taxa de disseminação do vírus é a redução na mobilidade, e não uma ordem por si só. Acaba sendo mais eficaz um país que não dá ordem e as pessoas ficam em casa do que um país com ordem e todo mundo desrespeitando (ordens desencontradas+desrespeito, então..). //3