O @washingtonpost teve acesso a vídeos de reuniões do Council for National Policy, um grupo conservador com vários membros de alto escalão do Partido Republicano. Nessa reunião eles discutem táticas de sabotagem das eleições presidenciais de 2020. washingtonpost.com/investigations…
A maneira como eles fazem isso é muito interessante. Primeiro eles falam como se todas as teorias da conspiração que eles espalham fossem verdades, depois eles discutem "medidas severas" que deveriam ser tomadas. As reuniões datam de Fevereiro e Agosto desse ano.
Há toda uma discussão sobre supressão ao voto e como eles deveriam atacar a confiança no voto por correspondência durante a pandemia. Há também um discussão sobre como os juízes que eles nomearam ajudariam nesses esforços.
Mas o mais absurdo: eles discutem a adoção da prática do "ballot harvesting". Algo que Trump e seus asseclas condenam e desenvolvem teorias da conspiração em torno, chegando forjar uma denúncia através de um de seus principais canais de desinformação. huffpostbrasil.com/entry/project-…
Há também toda uma gama de preocupações com o fato de Donald Trump ser um candidato vulnerável e uma absurda afirmação que dá a entender que a supressão ao voto de minorias seria necessária e justa porque os brancos teriam "perdido sua voz" na América.
Membros do Council for National Policy incluem Ginni Thomas, esposa do juiz da Suprema Corte, Clarence Thomas; Leonard Leo, conselheiro do presidente Trump; Steve Bannon, Kellyanne Conway e diversas outras figuras vinculadas à Casa Branca.
A rigor, nada do que eles discutem seria propriamente "ilegal" justamente porque teriam os "seus juízes" para legitimar as ações. Trata-se de mais uma demonstração de como o Partido Republicano tem medo de eleições nas quais muitas pessoas votam, pois sua agenda é impopular...
Outra coisa que fica claríssimo é que a perspectiva deles sobre as eleições já era ruim nos primeiros meses do ano, antes mesmo da pandemia bater forte. Imagino como devem estar os bastidores do pântano nesse exato momento.
Em tempo, todas as ações do regime Trump para destruir o sistema de correios dos EUA e criar caos no processo de votação está claramente alinhado com o que foi discutido nessas reuniões.
Eu sempre me pego pensando em como os protestantes acolheram como "escolhidos" líderes que parecem não representar nenhum dos valores que se aprendia em escola dominical. Da óbvia vulgaridade, passando pela apologia explícita da violência, além da promiscuidade assumida.
A explicação mais simples: tudo o que se prega não interessa quando a questão é poder político. Ok, mas isso explica a adesão dos líderes e não exatamente a adesão dos fiéis. Para a maioria dos fiéis o valor está na experiência religiosa e na comunidade da igreja.
Líderes como Trump e Bolsonaro não representam nenhuma "retidão moral" ou "grandeza" - entendam bem as aspas. No caso brasileiro o bolsonarismo não é uma reedição do malufismo mas uma degeneração deste. A hipótese é que tudo se finda na política do inimigo.
Parabéns ao presidente! Ao invés de dois meses de isolamento social estrito com uma política sanitária coerente pra resolver de vez, ficou meses brincando de soldadinho e levantando caixinha de cloroquina. Agora vamos rumo a 200 mil mortos e queda histórica do PIB.
Pensa que é esse é o tipo de engomadinho que fez carreira chamando o MST de terrorista mas corre pra defender um moleque que saiu de outro estado pra com a intenção de dar tiro em manifestante. Matar quem estava tentando desarmá-lo virou "se defender".
Esse papinho de "não podemos nos rebaixar ao nível deles" tem acabar. Essa direita está a anos glorificando o assassinato e a agressão de qualquer pessoa eles que enxerguem como opositores políticos.
Jovem com fuzil na mão assassinando minoria e adversário político virou praticamente uma plataforma da direita. Eles inventaram um Daesh pra chamar de seu.
Miliciano armado assassinou dois manifestantes a sangue frio durante protestos em Kenosha. Há evidências de que a polícia tem estimulado esse tipo de conflito e se recusa a prender os assassinos.
"Foi relatado que o atirador é um jovem de 17 anos que dirigiu para #Kenosha de Antioch, Illinois [veio de outro estado], com um AR-15 buscando confusão. Ele assassinou 2 pessoas e feriu um homem que, como resultado, perderá o braço."
Fui assistir o vídeo do ex-sinistro da educação explicando "o que é ser de direita" e vi um monte de referências a um Estado de bem estar social, com pleno emprego, segurança em relação ao futuro e nada parecido com essa distopia imbecil que ele ajudou a construir.
Tudo isso com direito a um monte de referências idílicas a um almoço em família num domingo. Como eu falo há algum tempo, a direita opera no campo da apropriação e naturalização do que as pessoas valorizam e desejam, e por isso nunca precisam se responsabilizar por nada.
O "viver bem" torna-se de responsabilidade exclusiva do indivíduo e o único estado de bem-estar que deveria existir é aquele que protege grandes empresários, financiadores de campanha e as elites financeiras.
Desde 2016-17 eu tenho acompanhado um aumento exponencial de retórica antissemita, teorias da conspiração e discurso de ódio contra judeus nos meios evangélicos, mas isso aqui é inédito.
Uma mistura bizarra da glorificação de Israel como um terra prometida e um monte de maluquices como "o anticristo é judeu" e, claro, a clássica falácia de que "os judeus mataram o Cristo". É muito interessante como isso veio a reboque das loucuras sobre o "globalismo".
E sim, é possível apoiar a direita israelense contra os palestinos por causa de leituras literais de profecias da Bíblia e, ao mesmo tempo, culpar os judeus por fantasmas como o "marxismo cultural".