1/19 A jornada do Fundamentalista – O que é investir com base nos fundamentos de uma empresa?
2 - Visão de dono como Filosofia de investimento
O fundamentalista é, antes de tudo um sócio da empresa a qual ele investe, ou seja, maior preocupação não é com os movimentos de mercado no curto prazo, nem mesmo com o que o mercado enxerga como a “ação quente” daquele momento.
3 - Como sócio, sua preocupação está em acompanhar o desenvolvimento dos negócios de suas empresas, a evolução da sua lucratividade, rentabilidade e da capacidade de geração de caixa futura.
4 - Nesse sentido, não é necessário acompanhar o mercado 24h por dia, olhando para 4 telas (ou mais) ao mesmo tempo. Um simples computador é mais do que suficiente para levantar as informações para uma avaliação bem feita.
5 - Conhecimento é poder
Independente da estratégia de investimento a ser adotada, o conhecimento é crucial. Mas o fundamentalista paga um preço mais alto no quesito conhecimento.
6 - Para investir em fundamentos de forma plausível, é necessário dedicar um bom tempo estudando disciplinas como estatística, contabilidade, finanças corporativas e valuation, economia...
7 - Isso pode afastar muitas pessoas dessa filosofia de investimento. Mas vamos lembrar que hoje somos privilegiados pelo acesso à informação, basta dedicar tempo e esforço para aprender (vai lá no tc.com.br/tc-school/).
8 - Navegando em um oceano de informações
Aqui está um dos motivos pelos quais essa filosofia de investimento não atrai muitos adeptos nas redes sociais, em que temos observado verdadeiros picaretas oferecendo promessas de retornos garantidos.
9 - O fundamentalista necessita navegar por um extenso oceano de informações. Desde as demonstrações financeiras da empresa (de alguns anos), formulários de referência, estatuto social, relatórios de casas de análise, entre outros.
10 - Além disso, ele sempre revisa sua “caixa de ferramentas” na avaliação de uma empresa: qual a ferramenta usar para avaliar esta empresa? Múltiplo? Modelos de lucros residuais? Modelo de dividendos? Fluxo de caixa descontado...?
11 - Superando (e aproveitando) as turbulências do mercado
O fundamentalista parece ser aquele cara “do contra”. Sabendo mensurar um valor plausível para uma ação, ele não se assusta quando o senhor mercado acha que o mundo vai acabar e a bolsa ativa o circuit breaker.
12 - Ele se beneficia do caos (antifragilidade) para aumentar as posições nas empresas em que ele tem estimativas plausíveis de que aquele investimento oferece uma boa margem de segurança (valor > preço).
13 - Sempre com um pé atrás
Por outro lado, quando o mercado está eufórico, com ações subindo sem fundamentação, acende o sinal de alerta para uma possível realização de suas posições, podendo até mesmo recompra-las quando os preços voltarem a apresentar a margem de segurança.
14 - Rápido e devagar
As finanças comportamentais já mostraram que nosso cérebro é feito para nos fazer perder dinheiro. De conhecimento disto, o fundamentalista busca aproveitar essa limitação para fazer negócios no mercado apenas quando for vantajoso para ele.
15 - Valor x Preço
Aqui está a essência dessa filosofia de investimento. Como falei acima, o conhecimento do fundamentalista é sua caixa de ferramentas que ele dispõe para avaliar uma empresa da forma mais plausível possível.
16 - Tudo bem, sabemos que modelar uma empresa leva muito tempo, mas esse conhecimento permite ao fundamentalista compreender e até julgar informações elaboradas por outrem, não caindo assim em possíveis armadilhas.
17 - Dando tempo ao tempo
Por fim, o tempo é o maior aliado do fundamentalista. É necessário tempo para que sua tese de investimento saia da planilha Excel e se transforme em lucros. Lembre-se que os projetos que a empresa que você investiu não saem do papel da noite para o dia.
18 - Essa não é uma jornada fácil, nem muito menos glamurosa, talvez por isso não tenha tantos adeptos como em outras metodologias de investimento. Essa filosofia de investimento demanda TEMPO, então não se incomode quando sua carteira “não andar”.
19 - Lembre-se que o tempo e os juros compostos foram os maiores aliados dos maiores investidores da história (eles possuem cabelos brancos).

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26 Sep
1/24 - Como eu analiso uma empresa (demora um bocado). Com o lançamento do TC Matrix do @tradersclubbr, esse processo será bastante otimizado.
2 - Qual o objetivo desta ação em minha carteira?
Antes de tudo, a ação deve ter um objetivo na carteira, seja o recebimento de dividendos, crescimento ou exposição a um setor em específico. Lembrando que a empresa é uma sociedade, então é importante conhecer o estatuto social.
3 - Modelo de negócios
É necessário entender como a empresa gera caixa. Faço uma pesquisa no site de RI da companhia e procuro entender como ela está inserida em seu setor. Algumas empresas são bastante transparentes na divulgação, gerando uma sensação de confiança.
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10 Sep
A máxima “não entro em IPO” faz cada vez mais sentido para mim. Da enxurrada de IPOs que estamos passando, li 3 prospectos com os detalhes das ofertas.
Nos 3 (na minha visão), nenhum salta os olhos para investidores fundamentalistas. Só o fato de estar tendo muitos IPOs, já devemos ter certos cuidados. A leitura cuidadosa do prospecto e das demonstrações contábeis é importantíssimo.
Na empresa 1, 94% das receitas estão concentradas em um único cliente, que ainda por cima é uma estatal, o que implica em risco de concentração de receita.
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7 Sep
Nesta pesquisa, nós verificamos a associação entre o retorno das ações e o Cash Flow Return On Investment (CFROI). Image
O CFROI busca mensurar o retorno gerado pelos ativos da empresa, ajustando-os pela inflação acumulada. Desta forma, ele fornece uma taxa de retorno mais próxima da realidade, visto que as medidas de desempenho tradicionais não consideram a inflação.
Para verificar a capacidade de criação de valor das companhias, nós comparamos o CFROI gerado pelos ativos com o custo médio de capital das companhias, onde verificamos – na média – destruição de valor. Image
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29 Jul
Como os programas de #recompra influenciam os preços das ações? As pesquisas em finanças evidenciam alguns motivos que levam as empresas a recomprarem ações próprias: ajuste na estrutura de capital, níveis de caixa/ conflitos de agência, substituto ao dividendo e
Sinalização para o mercado de que as ações estão subavaliadas. Recompras pelas empresas brasileiras: em março desse ano (caos pelo medo do COVID-19) foi o mês em que ocorreu mais programas de recompra desde o final de 2018. Image
Se observarmos a associação entre o IBOVESPA (proxy para mercado) e a quantidade de anúncios de recompra, vemos uma relação inversa entre esses dois. Ou seja, as empresas tendem a recomprar quando o mercado está em baixa. Image
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22 Jul
Conseguiu adquirir aquela ação a um preço “baixo” e agora quer rentabilizar a carteira? A #vendacoberta pode te ajudar nisso!
A venda coberta é uma estratégia de “financiamento” da carteira. Ou seja, é uma forma de rentabilizar as ações que você já possui em seu portfólio. O investidor lança opções de compra ou de venda cujos ativos subjacentes a essas opções ele já possui na carteira.
Se a ação atingir o strike da opção, o lançador da opção terá a obrigação de vender as ações pelo preço de exercício (nos casos das calls), ou comprar as ações pelo preço alvo (para as puts). Se a opção virar pó no vencimento, o lançador embolsará o prêmio.
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21 Jul
Spin-Off de empresas? Da mesma forma que Spin-Offs de séries (e.g. “House of Dragon”, baseada no livro “fogo e sangue”, será um Spin-Off de Game of Thrones), as empresas podem lançar “filhas” que derivam de uma parte de seus produtos/serviços, dando origem a uma nova empresa
Spin-Offs e criação de valor: conforme pesquisas na área de finanças, as Spin-Offs geram riqueza no curto e longo prazo, com as empresas “mães” apresentando retornos anormais a partir do anúncio da criação da Spino-Off
Expropriação de riqueza: O paper de Maxwell e Rao (2003) (The Journal of Finance), apontam que os detentores de dívida sofrem perdas de 88 pontos base nos títulos de dívida no mês de anúncio do Spin-Off.
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