O candidato mais rico do Brasil nas eleições 2020 terá nas urnas o simples nome de João.
É o empresário João Carlos Ribeiro, dono de um patrimônio de R$ 1,55 bilhão. Aos 79 anos, ele decidiu estrear na vida política por uma razão muito particular 👇
Ribeiro quer ser prefeito de Pontal do Paraná, no litoral do estado.
É nesse município de 27 mil pessoas que ele luta contra ambientalistas e Ministério Público para construir um porto privado. O @TheInterceptBr contou essa história em dezembro/2019 (+)
O porto de Ribeiro é um negócio privado, mas vai custar muito dinheiro público e um dano ambiental irreversível.
É que o governo do Paraná vai precisar fazer uma rodovia de pista dupla para acesso dos caminhões ao terminal. A obra é inicialmente estimada em R$ 309 milhões (+)
O dano ambiental é a derrubada de pelo menos 288 hectares (quase o dobro da cidade de SP) de Mata Atlântica, num dos locais mais conservados do país. Terras indígenas e comunidades de pescadores serão afetadas.
O MP-PR questiona o licenciamento da obra e a briga está no STJ (+)
Ribeiro tem o apoio de alguns figurões da política paranaense e acena à população com a promessa de milhares de empregos.
O governo Bolsonaro deu ontem um exemplo bem acabado de como trata o meio ambiente.
Numa mesma tacada o Ibama se livrou de um servidor experiente, deu mais um carguinho pra um militar e ameaça asfixiar seriamente a fiscalização ambiental: 👇
O servidor demitido é Everton Pimentel, um técnico com 17 anos de Ibama. Ele chefiou, até ontem, o Centro de Operações Aéreas.
Essa área cuida do maior contrato do Ibama: o aluguel de helicópteros, vitais para fiscalização, combate a queimadas e socorro a desastres +
Hoje o Ibama tem seis helicópteros à disposição, por meio de um contrato de R$ 266 milhões firmado em 2015. Esse contrato vence em fevereiro do ano que vem e o Ibama precisa fazer a licitação para o próximo +
pra quem ainda não viu, esse sanfoneiro que alegrou a noite de Guedes e Bolsonaro é Gilson Machado, presidente da Embratur. É o mesmo merdinha que disse, em live com a Damares há poucos dias, não ter "nada contra quem usa o orifício rugoso".
Mas tem mais (1/6)
Pra começar, a sanfona: antes de entrar pro governo Bolsonaro, Gilson Machado ficou conhecido nos anos 1990, por liderar a "Forró da Brucelose", uma banda de Pernambuco.
Fun fact: Brucelose é uma doença que dá em gado (2/6)
Sua entrada na Embratur é uma história típica de governo Bolsonaro: ele entrou no lugar de outro cara, respeitado no ramo do turismo, que foi demitido sem explicações TRÊS DIAS DEPOIS de assumir.
No pronunciamento em que anunciou seu desembarque do governo @jairbolsonaro, o ex-ministro @SF_Moro confessou ter imposto uma condição para aceitar o convite de assumir o ministério: que uma pensão fosse garantida à sua família se "algo acontecesse" com ele (continua)
Foi uma declaração que deixou mais dúvidas do que respostas: esse compromisso foi mesmo aceito pelo governo? Qual seria o valor dessa eventual pensão? Isso chegou a ser colocado no papel ou foi só um acordo verbal? (continua)
Juristas com quem falamos garantem: não há previsão legal para esse arranjo. O precedente mais recente de pensão vitalícia paga pelo Executivo, fora da Previdência, foi concedido à atleta Laís Souza, que ficou paralisada do pescoço para baixo (continua)
Quer ter uma noção de quanto os casos de Corona estão subnotificados? Esse gráfico é do próprio Ministério, atualizado às 15h de ontem.
As barras verdes são as internações por SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) em 2019, e as laranjas são as de 2020.
O número dobrou (+)
Nas 13 primeiras semanas houve 15.630 internações por SRAG, contra 7.761 no mesmo período em 2019.
Se nenhum fator externo explica essa explosão, o Corona pode ter causado boa parte dos 7.869 casos a mais em 2020.
Mas o Ministério só registra 625 internações por Covid (+)
O motivo dessa diferença, ao que tudo indica, é a falta de medição: sem testagem massiva, pessoas morrem fora das estatísticas do Covid-19, como várias reportagens demonstram.
Recomendo este texto do @demori, que traz uma visão ampla do problema:
Um efeito do decreto das armas, que passou batido ontem, foi o de estender por mais 10 anos a posse de quem responde a inquéritos ou a processos criminais. Nesta thread eu explico o motivo
O decreto de ontem aumentou o prazo de renovação de registro de 5 para 10 anos e magicamente validou pelos próximos 10 anos todos os registros que vigoram hoje, independente de quando venceriam
O Estatuto do Desarmamento proíbe que pessoas com antecedentes criminais tirem o registro. Mas se uma pessoa primeiro obteve a arma e só depois passou a ter pendências na Justiça, ela segue com a arma legalizada até o momento da renovação.