👉🏽Porque não faz sentido fazer o teste logo após um contacto de alto risco? 👈🏽
Tenho ouvido várias vezes essa pergunta (fio)
- contacto alto risco aconteceu no dia 0, ao testado ao dia 1 teremos 90% possibilidade de ter um teste negativo que causa uma falsa sensação de segurança.
Período de contágio, na maioria dos casos são entre 2-5 dias. Bem feito e com segurança, contacto de alto risco deve fazer isolamento e ser testado pelo 8º dia. Se negativo e sem sintomas ser libertado ao 10º dia.
Ou seja:
👉🏽 contacto de *alto risco* implica sempre isolamento
Tenho apanhado algumas situações, que fruto da pressa das pessoas (percebo, querem trabalhar e ter vida normal, talvez ninguém explicou isto convenientemente) tentam acelerar o processo.
Vão a um prestador privado e fazem o teste. Vem negativo, como seria de esperar, e resumem a sua vida.
Quando são contactados pela saúde pública descobrem que o teste não tem validade nenhuma e têm que repetir
Neste caso culpo mais o prestador privado. O cidadão age por pouca informação ou por não a ter compreendido.
O prestador devia saber melhor e não contribuir para a desinformação
Errata - período de incubação
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no momento atual da evolução pandémica, o reforço das equipas de saúde pública, antecipa o contacto com o cidadão e trará benefícios a vários níveis:
- primeira e óbvia, permite quebrar ou diminuir impacto das cadeias de transmissão
mas há mais, com impacto na economia
- Afinal o cidadão até era contacto de baixo risco, é contactado ao 2º dia e não ao 12º, são 10 dias a menos de absentismo.
- é mesmo alto risco, as necessidades de testagem e isolamento são aferidas rapidamente e as burocracias tratadas
para a maioria de nós, ficar em casa a aguardar um contacto que pode demorar é bastante complicado. há a tentação para ir à rua, tentar ir trabalhar (tenho visto de tudo)
- Equipas bem reforçadas também contribuem para melhorar a confiança do cidadão no sistema
É altura de reeditar os relatórios semanais da Covid, para acompanhar a segunda vaga. Vamos a isso!
semana 6-13 com aumento de 8809 casos, ou 10,96% de aumento. nos primeiros 7 dias de Abril o aumento foi de 94,16%, o maior aumento semanal registado em PT
(fio 1/7)
Aumento lento mas estável de utentes internados. tanto em enfermaria como UCI. +184 internados o que equivale a 25,13% (916 total). em UCI + 28 doentes, hoje com 132.
Pico de internamentos foi de 271 em UCI a 7/04 e 1302 internados em 16/04. (2/7)
A capacidade de internamento em enfermaria é mais elástica. O SNS tem cerca de 21 mil camas, com capacidade de expandir temporariamente para os pavilhões militares. Em UCI o número é mais estanque, de momento temos à volta de 820 camas, temos 16% ocupadas com doentes Covid (3/7)
Ao entrar na segunda vaga, vamos rever as 🚨atualizações da covid em pediatria 🚨
- para começar, as crianças podem apanhar covid. Parecem ter uma probabilidade menor de serem contagiadas, mas podem ter doença. A menor probabilidade também se pode explicar por ser um
Grupo etário menos testado. Dentro da pediatria, o grupo até 1 ano é responsável por +/- 28%. Novamente, pode ser fruto de mais testes nesta faixa etária pelo que estão sobrerepresentados
- como se dá contágio? A grande maioria c exposição em casa. Uma minoria por pessoal docente
Parece indicar que a transmissão por crianças é menor/não existente. Crianças grandes ou adolescentes a transmissão é igual aos adultos. Em 107 casos sul coreanos onde a criança pequena foi o caso index em casa, apenas 1 houve contágio aos pais
E que tal um fio sobre a atualidade do sistema de saúde EUA perante a crise pandémica?
Havia rankings que o colocavam como o melhor sistema para enfrentar uma crise. A realidade bateu de frente com esta ideia. Má gestão política e falhas estruturais contribuíram para o resultado
Um sistema baseado em seguros e prestadores privados, depende enormemente da atividade programada. Mas em crise esta atividade é reduzida ou suspensa em todo o lado (não foi só em Portugal como alguns afirmam).
Sem esta atividade, os prestadores privados ou vão à falência (o que tem ocorrido) ou fazem cortes drásticos, forçando os trabalhadores da saúde a condições indignas e pouco seguras, o que por sua vez aumenta o risco para o doente
Gravidez e Covid: o que sabemos?
A evidência disponível não coloca as grávidas em grupo de risco. As grávidas em risco são pelos seus antecedentes pessoais, não pelo facto de estarem grávidas
mulheres grávidas saudáveis têm o mesmo risco de doença grave e admissão em UCI como as mulheres saudáveis não grávidas. No entanto, nestes casos as grávidas têm risco acrescido de partos pré-termo e cesarianas
Ao dia de hoje, não há evidência de transmissão vertical. Em mulheres grávidas com covid, o vírus não foi encontrado nem no líquido amniótico nem em secreções vaginais. o bebé nasce sem a doença, mas deve ser protegido imediatamente
Sexta-feira, dia 68º desde o inicio da pandemia em PT, dia de relatório semanal:
terminamos a semana com 27.268, acréscimo de 8,3% vs 8,4% na semana passada. Pela influência dos últimos dias, os casos duplicam a cada 46 dias, já duplicaram a cada 60
estamos a desconfinar e a reabrir o país. Para já, mantemos tendência de descida nos internamentos, mais importante, nas UCI observamos o mesmo cenário. Temos que recuar até ao principio de abril/final de março para encontrar os mesmos números de internamentos e UCI.
Estamos a utilizar apenas 4% da capacidade instalada no SNS de camas com covid. utilizando a métrica de 2016, 18% das camas de UCI estão utilizadas com covid. Esta será talvez a métrica mais importante para decidir novo confinamento, a ameaça de exaustão das camas de UCI