Henrique Raposo dá a entender que a violência dos protestos BLM pode ajudar Trump a vencer as eleições. Uma tese em que tem insistido noutros artigos. O problema é que não encontro grande evidência de que isso seja verdade
A esmagadora maioria dos protestos têm sido pacíficos. Neste artigo fala-se em 93%, outros estudos apontam para 96% sem danos de propriedade ou polícias feridos. time.com/5886348/report…
É verdade que o apoio a BLM recuou desde o pico de Junho, mas continuo *muito* acima dos valores pré-protestos deste ano. O que parece ter acontecido é uma definição de posições, à medida que as pessoas se informaram sobre o movimento. Hoje, é claro que a maioria apoia BLM
HR refere em específico o Michigan. É possível que, tal como na média nacional, tenha havido um recuo nos últimos meses, mas a última sondagem de setembro mostra que 58% apoiam BLM detroitnews.com/story/news/pol…
Ok, apoiam BLM. Mas será que o apoio a Biden/Trump tem sido influenciado? As sondagens no Michigan - tal como noutros Estados, diga-se - mostram uma corrida estabilizada desde agosto
E acho que nem vale a pena falar das sondagens nacionais, certo?
Depois, o texto refere "assassínios de polícias" relacionados com os protestos e eu nem sei de onde é que isso vem. Houve feridos, mas nenhum polícia foi assassinado por manifestantes BLM
Refere também o "defund the police" como se fizesse parte da plataforma democrata, o que não é verdade. Nem sequer significa fazer o "policiamente desaparecer", mas nem vou por aí
Consigo ver vários motivos para a venda de armas estar a aumentar. A ansiedade com BLM pode ter um papel, mas um clima de tensão em que o Presidente dos EUA admite não aceitar o resultado das eleições e diz a grupos violentos "stand by" é capaz de ter alguma influência
Por último, HR argumenta que existe uma elite "woke" que se recusa a ver a realidade. Seria mais fácil aceitar essa tese se eu não sentisse que me esforcei mais nos 10min que demorei a encontrar a informação desta thread do que HR a procurar factos para a sua coluna de opinião
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A investigação do NYT sobre os impostos de Donald Trump é também a história do sistema fiscal americano, que nos últimos 50 anos perdeu a sua progressividade
"Para a maior parte da população, riqueza é segurança. É bom. Para os muito ricos, a riqueza não é segurança. É poder. Poder para influenciar as políticas públicas, a ideologia existente e o mercado. Para reduzir a concorrência, para combater o Fisco..." visao.sapo.pt/exame/2019-11-…
Na preparação de alguns artigos, tenho a sorte de falar com economistas cujas reflexões valem a pena ler na totalidade, sem palavras minhas pelo meio. É o caso deste trabalho, com @SergioRebelo6, Catarina Reis, @R2Rsquared, @mfariacastro e Vítor Bento visao.sapo.pt/exame/analise/…
O trabalho saiu no início do mês, com o objectivo de reflectir sobre o que está a mudar na Economia, do papel do Estado e dos bancos centrais à desigualdade e modelo de globalização. Agora, publico as respostas completas (ou quase) destes 5 economistas
Ainda sobre os impostos, o debate deve ser feito tendo em conta que esta é a realidade entre número de agregados e receita arrecada. Os 0,6% de famílias que recebem mais de 100 mil €/ano pagam mais de 1/4 da receita. Os dados são de 2014, mas a estrutura não terá mudado muito
Podemos olhar para isto e achar que não podemos carregar mais no topo da distribuição e/ou que é possível aliviar os impostos de muitos milhares mais perto da base sem sacrificar assim *tanta* receita. O que não podemos dizer é que esses contribuintes de topo não são relevantes
O que me traz de novo aqui. Se a prioridade é aliviar os impostos do pessoal que paga pouco, uma proposta que se restrinja a isso não terá dificuldades em encontrar apoios
Na @Visao_pt desta semana: o combate à Covid-19 e as transformações dos últimos 10 anos estão a mudar o pensamento económico? Estaremos a viver outro momento de viragem na macro? Vale a pena ler para saber o que pensam @R2Rsquared, @mfariacastro, Catarina Reis e @SergioRebelo6
Mudanças: papel do Estado, com mais peso na economia; relação inflação/desemprego e comportamento muito mais agressivo dos bancos centrais; mais atenção à desigualdade; maior cepticismo em relação à globalização; uma espécie de revalorização da regulação
Uma ideia do @PCMagalhaes que eu explorei em 10 páginas na @exame_pt deste mês. Os planos "estratégicos" da nossa História. Porque ficam normalmente aquém das expectativas? Da falta de recursos do Estado à dependência da programação de fundos. Será o de Costa Silva diferente?
Com uma longa lista de contributos preciosos: José Félix Ribeiro, Augusto Mateus, Mira Amaral, @speraltalisboa, @bcreis37, Ricardo Paes Mamede, @pedro_lains, entre outros
Tem havido muita reflexão estratégica com origem na sociedade civil, mas o planeamento mais detalhado quase só tem existido para executar fundos europeus, o que limita um pouco o exercício. Não é por acaso que o plano de Costa Silva aparece na véspera de uma injecção extra de €