Thread by @arielpalacios

Bolívia: O TSE anunciará o resultado oficial hoje às 18.00, horário de La Paz (19.00 de Brasília).

Por enquanto, com 99,97% das urnas apuradas, Luis Arce conta com 55,09% dos votos. Carlos Mesa tem 28,93%. E Luis Fernando Camacho fica com 14%.

Isto é,Arce conseguiu até mais votos do que o calculado pelas bocas de urna (52%).
Tal como citei na 2afeira, os votos das áreas rurais distantes, não contemplados nas bocas de urna tenderiam a elevar o volume de de Arce, já q seu partido, o MAS, possui grande força nessas áreas)

Arce já indicou que pretende fazer carreira solo e declarou que...
1 - Evo Morales não fará parte de seu governo
2 - Os ministros de governos anteriores de Morales tampouco farão parte de sua gestão.

Market-friendly, Arce – durante seu longo período do ministro da Economia – manteve ótimas relações com Wall Street (onde a dívida boliviana sempre teve baixos juros).

Morales pronunciava os discursos mais pirotécnicos contra o imperialismo e afins, enquanto que Arce fazia o papel do "good cop" do governo, com palavreado soft e mais pragmático.

O FMI e o Banco Mundial, anos atrás, elogiaram a disciplina fiscal de Arce.
E ontem o FMI voltou a elogiar Arce: lapoliticaonline.com.mx/nota/132879-el…

O futuro econômico a curto prazo?
Durante uma década a Bolívia (na gestão de Arce como ministro) cresceu em média 4,5% do PIB por ano.
No ano passado foi menor, de 2,2%.
A previsão para este ano, é de queda de pelo menos 6%.

Até o ano passado, os países da América do Sul que mais cresceram desde a virada do século foram o Peru, Bolívia e Paraguai (cada um com governo diferente ao outro, mas todos com o ponto comum de disciplina fiscal).

Como será a relação Arce-Morales?
Será como na Argentina, onde A.Fernández tem que suportar C.Kirchner e tenta governar com ocasionais interferências da ex-presidente (com a qual havia brigado em 2008?)
Ou será como no Equador, onde Lenín Moreno rachou com seu ex-chefe R.Correa?

De quebra, Arce terá que ver como lida com a divisão interna de seu partido, pois as bases não queriam Arce como candidato presidencial...elas queriam David Choquehuanca, um combativo indígena. Mas Evo não queria assustar a classe média e colocou Arce, que é market-friendly.

As bases do partido desejavam colocar como candidato a presidente o ex-chanceler David Choquehuanca, representante da comunidade aymara, e como vice o líder cocaleiro Andrónico Rodríguez, dos quéchuas.
No entanto, as bases conseguiram colocar Choquehuanca como vice de Arce.