O @pretozeze falou no Roda Viva algo que penso há tempos e me chamou atenção: a falta de análise que gera a fala preconceituosa sobre o voto do povo carioca.
A atuação nas urnas do carioca do subúrbio, da favela, muitas vezes não se trata nem de voto, mas de pequenas conquistas.
O @pretozeze falou coerentemente sobre a atuação e influência de grupos armados.
A presença de tráfico e milícia é sintoma da ausência do estado. E a ausência é total. Presença física, serviços, estrutura.
A mudança de representação no Estado para muitas pessoas nada significa.
Para quem não tem saneamento básico decente e só tem serviços básicos precários (quando não negados), pouco importa o prefeito. Às vezes, importa um pouco, o vereador.
O cara da comunidade que vai botar um poste, fechar um esgoto, inaugurar um campinho de futebol com churrasco...
É o voto com resultado. Cheio de promessas que a comunidade sabe que não vai ser cumprida, o povo não é bobo, mas pra quem não tem comida no prato, digitar uns números nas urnas por uma cesta básica não é difícil, e nem errado.
Errado é existir uma espécie de "Apartheid" em uma sociedade que diz em lei que todos são iguais, mas segrega espacialmente e diz pelo espaço a que grupo cada um pertence.
O grupo mais criticado é aquele que tem como atuação do Estado quase sempre só a violência policial.
O povo preto, da favela, precisa sobreviver. Trabalha para sobreviver, aprende para sobreviver, e vota para sobreviver.
Na Favela, Estado é polícia.
Boa sorte ensinando uma geração que passou pela ditadura que descarateriza o significado (já controverso) da democracia e da participação pelo voto, e se vê enxergada apenas quando surge um vereador inaugurando uma pracinha. Os prefeitos não vão lá. Vão?
Quem vota mal é a elite!
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O Agente Laranja, usado pelos EUA, foi a arma de mais um dos vários crimes cometidos no Vietnã, o ambiental, até hoje causando impactos na natureza e na vida das pessoas.
Crimes contra a humanidade, contra a natureza e Guerra do Vietnã nessa thread com algumas imagens fortes:🧵
O Vietnã, dividido entre norte (Hanói) e sul (Saigon), tem a interferência dos EUA em seu processo de independência após os "Viet Minh", liderados por Ho Chi Minh, vencerem a França e os expulsarem do país.
Os EUA interferem patrocinando, treinando e enviando soldados para fortalecer Saigon.
O objetivo é anticomunista: derrotar Hanói, Ho Chi Minh e os Vietcongs (anteriormente Viet Minh)
Goste ou não, o capitalismo na América Latina sempre esteve debaixo do arbítrio do imperialismo, e não se fala em democracia quando o liberalismo ensina a jogar pessoas pretas dentro da prisão para serem mãos de obra de empresas que lucram com o encarceramento.
Quando países da América Latina demonstram qualquer sinal de "ameaça" aos interesses do imperialismo, o que ocorre? Intervenção!
Brasil (1964), Chile (1973), Uruguai (1974) e Argentina (1976) são exemplos.
Achar que vive em um Estado capitalista independente é ingenuidade.
Sim, os EUA de Lyndon B. Johnson têm papel preponderante no golpe de 64.
Um ou dois discursos de Jango favoráveis a uma reforma agrária vira ~ameaça comunista~ e dá em golpe que culmina em duas décadas de autoritarismo, tortura e assassinatos.
Liberalismo não é assassino, sei...
Por que antagonizar Martin Luther King e Malcolm X é perpetuar uma prática racista?
A suposta influência de ambos em X-Men, posteriormente atribuída à relação entre T'Challa e Killmonger em Pantera Negra faz sentido?
Minha ideia sobre isso aqui 👇🏿👇🏿
O maior inimigo do racismo é a organização do povo negro. Tanto no Brasil, como nos EUA, a história mostra o poder de mudança e combate do povo negro quando conscientizados e mobilizados.
O modus operandi racista visa antagonizar e dividir, para que enfraqueça assim a nossa luta
Durante séculos de luta contra a escravização no Brasil, nomes como Ganga Zumba e Zumbi dos Palmares tornam-se símbolos de orgulho, resistência e esperança para o povo negro.
Por que a guerra às drogas é um dos assuntos mais urgentes do nosso tempo e deveria ser pauta diária de TODAS as pessoas que se dizem preocupadas com as pautas sociais da nossa sociedade?
Segue o 🧵
Guerra às drogas é o nome que se dá às varias políticas para desestimular e proibir o consumo, a produção e o comércio de drogas.
Se tornou popular pelo então Pres. dos EUA, Nixon, e consolidado por Ronald Reagan, que leva o caráter da guerra às drogas a outro nível.
É irônico pensar que o país que viveu a lei seca nos anos 20 motivado por ideais moralistas, religiosos e políticos, e por isso teve um aumento descabido da violência, do contrabando e da máfia, popularizou um método tão violento e ineficiente de combate às drogas.
Tarzan, um homem branco, é o grande "herói" em terras africanas, onde existem vários homens negros, sendo quase todos eles vilões que fazem mal à natureza e aos animais.
Quer entender como essa visão racista é fruto do arquétipo do negro "violento e monstro"? Segue a Thread 👇🏿
Os norte americanos pós abolição da escravidão encontraram outros meios de impedir a ascenção social dos negros. Isso significou usarem a violência, assassinatos, leis de segregação, mas também o entretenimento.
O nascimento de uma nação é um filme que reforça tudo isso!
Os negros precisavam ser vistos como violentos, monstruosos e desordeiros.
Era discurso político afirmar que as jovens mulheres brancas seriam estupradas se andassem sozinhas nas ruas, pois os negros não eram mais escravizados e estavam "soltos" pelas ruas.