O que ele diz que quis dizer é: Não faz sentido dizer que não pode fazer concurso porque tem déficit na previdência, já que fazer concurso reduz o déficit.
1) O problema não é o déficit em si. É a conta total fechar. O sistema da previdência faz com que a prefeitura tenha cada vez mais gastos e uma hora essa bomba explode.
Por isso a necessidade da reforma feita, que a @janainalimasp foi presidente de comissão aliás.
O déficit em 2018 era 5,4 bilhões, e cresceria para 6,1 bi em 2019. E continuaria crescendo infinitamente. Agora está um pouco mais contido.
Essa é a reforma que o Boulos tanto critica já que o PSOL tem uma bandeira forte de defesa do funcionário público.
Contratar mais gente só significaria um rombo ainda maior no futuro. Enquanto mudanças não forem feitas para equilibrar essas contas, São Paulo é uma bomba relógio.
Novas reformas ainda precisarão ser feitas.
2) O argumento do Boulos ainda é absurdo mesmo nessa nova versão.
Embora um novo concursado contribua para a previdência, o rombo da cidade aumentaria ainda mais, já que agora tem que pagar salário e benefícios.
Sim, déficit é argumento para não contratar.
3) A conta do Boulos para contratar mais
não fecha, como expliquei aqui:
Ele diz que criará 29bi de gastos, e pagará com 19bi de caixa e 10bi de dívida cobrada. Mas a conta é fantasiosa.
Na interpretação mais caridosa, faltam 8bi na conta. A promessa dele é, no fim das contas, entregar uma cidade completamente falida em 2025 para o próximo prefeito.
Não há escapatória: a cidade está numa grave situação e precisa de reformas.
Contratar mais só quebraria a cidade mais rápido ainda, e colocaria uma bomba ainda maior na previdência.
O fato simples é que SP terá que fazer o que faz com menos. Digitalizar, eliminar cargos, e cortar coisas inteiramente para focar em algumas áreas.
A essa altura, essa proposta não é ideológica, é contábil. Planilhas não ligam para as suas ideias, elas só mostram os fatos.
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Boulos falou que cidade não é pra ter lucro. Pera lá.
Digamos que pessoas voluntaria e pacificamente compram uma grande propriedade, desenvolvem uma cidade lá completamente privada e cobram uma taxa condominial para residentes.
Ninguém é obrigado a morar lá.
Essa cidade fornece serviços, segurança, um sistema de resolução de disputas e infraestrutura tudo como serviço.
Pessoas vão morar lá por opção, e podem ir embora se quiserem.
E essa cidade dá lucro.
Qual o problema? Não estamos falando de estado aqui, e sim iniciativa privada
Sério, qual o problema? Quer me dizer que não teriamos dezenas de milhões de pessoas prontamente se mudando para cidades assim?
E o fato dela dar lucro significa, nesse caso, que ela é muito bem gerida. É um produto/serviço de sucesso.
Boulos diz que os programas dele custarão 29bi, que São Paulo tem 19bi em caixa e que o resto ele encontra em cobrar dívida ativa.
É um misto de invenções, freestyle econômico e irresponsabilidade gigantesca. Vamo lá:
1) Dos 19bi, apenas 11bi estão livres. O resto já é carimbado para gastos que virão.
2) As projeções assumem que não teremos crises nos próximos 4 anos, nem que não teremos uma segunda onda do Covid. É imprudente assumir que nada vai dar errado em 4 anos no Brasil.
3) A conta de 29bi de custos assume algumas coisas absurdas. Exemplo simples: obras vão custar o que o Boulos acha que vão custar.
Quando que em algum momento da história desse país uma obra estatal saiu pelo gasto esperado?
1) Se não fosse a ANS destruindo seguros de saúde, eles seriam muito mais baratos e acessíveis. Em 2000 tinhamos 3500 operadoras. Em 2017, pouco mais que mil.