>>> Na contramão do mundo, governo Bolsonaro anuncia retomada do Programa Nuclear Brasileiro, não explica de onde virá os R$ 15 bilhões e ignora riscos, relatos de contaminação na Bahia e o custo real dos projetos, incluindo usinas já obsoletas observatoriodamineracao.com.br/na-contramao-d…
Enquanto países como Alemanha, Suíça e Itália caminham para abandonar a geração de energia nuclear, o Brasil vai no sentido oposto. A Alemanha, por exemplo, mantém acordo nuclear com o Brasil desde 1975, firmado na ditadura, mas está desativando todas as usinas em solo alemão.
As metas de Jair Bolsonaro são ambiciosas: investimentos superiores a R$ 15 bilhões, conclusão das obras da usina nuclear de Angra 3 e construção de mais 8 usinas até 2050, retomada da mineração de urânio em Caetité na Bahia e início das operações em Santa Quitéria, no Ceará.
Nas palavras do próprio Ministério de Minas e Energia (MME), essa “forte retomada” do Programa Nuclear Brasileiro conta com o “apoio irrestrito” do presidente. Questionado pela reportagem, o MME foi incapaz de dizer de onde virá o dinheiro.
Não existe energia nuclear "limpa". Apesar de uma usina nuclear não emitir CO2, os custos de toda a produção desde a extração do urânio até a geração de energia, os rejeitos que precisarão de cuidados por milhares de anos e os impactos socioambientais são imensos. Isso é ignorado
Cada gigawatt produzido por uma usina nuclear, por exemplo, gera de 30 a 50 toneladas de rejeitos por ano, segundo o World Nuclear Waste Report. “Como vamos garantir a manutenção de reservatórios durante milhares de anos? É impossível fazer isso", diz @joanna_portugal
Angra 3, que o governo promete concluir até 2026 e que tem longo histórico de corrupção, já nascerá obsoleta, com reatores e equipamentos da década de 90, atrasados e menos seguros que a tecnologia disponível atualmente. Desperdício de dinheiro público e riscos elevados.
A Indústrias Nucleares do Brasil (INB) explora a única mina de urânio em atividade no Brasil, em Caetité na Bahia. O material é extraído, processado e segue em caminhões por 700km até o porto de Salvador. Embarca pra Europa, é beneficiado e volta pro Brasil pra ser usado em Angra
Vigilantes da INB costumam perseguir, ameaçar e intimidar movimentos sociais que monitoram os impactos da extração de urânio e acompanham as comunidades. É o que me contou Gilmar Santos, da Comissão Pastoral da Terra (CPT) @cptnacional de Caetité.
"Isso ajuda a desarticular as comunidades. A perseguição de vigilantes da INB é comum. Eles nos seguem, fotografam, querem impedir a gente de coletar dados mesmo fora da área da empresa. Sempre vem com viaturas intervindo, com o objetivo de intimidar mesmo”, disse Santos.
Se o cenário geral já era ruim, a situação se agravou bastante com o governo de Jair Bolsonaro, altamente militarizado, como é o setor nuclear. “Agora está muito pior, inclusive com esse plano de retomada. Eles são muito fechados e tentam silenciar a mobilização”, conta Santos.

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22 Sep
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17 Sep
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3 Sep
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1 Sep
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Entre as críticas, a principal causa é o estado de conservação ruim das barragens, observado em 114 estruturas. Outras 38 barragens não têm estabilidade comprovada ou não apresentaram documentos essenciais.
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