Deus escolheu um arameu errante, depois o filho de uma escrava, criado como adotivo por uma princesa. Escolheu o filho de uma mulher desprezada e zombada pela outra esposa de seu marido. Escolheu o irmão mais novo e esquecido pelo pai.
Por fim escolheu ele mesmo a forma de escravo para nascer neste mundo e embora fosse Deus, foi tratado como um criminoso. Deus se identifica profundamente com o sofrimento dos desprezados e rejeitados deste mundo.
Há uma dimensão maior na salvação por Cristo, do que o individualismo platônico e depois tb racionalista nos faz crer. Deus quer acabar com as estruturas do mal, a Babilônia entre nós, não só com o “mal do coração” de cada pessoa.
Não podemos reduzir o evangelho a uma narrativa individualista, pois ele trata da irrupção do Reino de Deus entre nós, o que muda radicalmente a história, as estruturas e as lógicas do mundo.
Crer num evangelho que só cura a alma, mas despreza a cor da pele é repetir o dualismo que condenou negros à escravidão e à morte. Ou o evangelho é integral, é do Reino todo, ou não é evangelho.
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