Thread by @aventuras_js

Racismo no BR — O QUE FAZER ?

Sem tensões étnicas e raciais alarmantes, o Brasil está longe de ser Ruanda, Sudão, Myanmar, a Chechenia ou os EUA. Entretanto existe racismo no Brasil: o que fazer, pois?

Uma visão de mundo na qual as pessoas tem mais/menos valor por causa de seu fenótipo e/ou origem étnica é racista. Uma visão de mundo na qual o fenótipo de alguém ou sua origem étnica importa mais do que o que a pessoa faz, sabe e é, é racista.

Leis que privilegiem ou penalizem pessoas com base em seu fenótipo e/ou origem étnica são leis racistas: e muitas se dizem o contrário.

Quem vê RAÇA, não indivíduo, ao lidar com os outros é racista.

Então, sim, é inegável que haja indivíduos racistas no Brasil: gente que menospreza os outros com base na cor da pele ou tipo de cabelo. Gente que se acha superior a pessoas com outra cor de pele, tipo de cabelo, origem étnica.

Existe gente imbecil no Brasil, que vê primeiro o fenótipo, depois o que a pessoa faz, como ela age, como ela trata os outros: porque importa a raça, não o indivíduo. É gente racista.

E existe quem humilha os outros, ou pelo menos tenta humilhar os outros, com base no fenótipo e/ou origem étnica. Não falo aqui de piadas inócuas com o colega "japa" ou com o amigo "negão", nem com o infame "japonego". Falo de gente fdp, mesmo.

Já há leis bastante acertadas que preveem punições para injúria racial e discriminação racial. A Constituição e as demais leis reiteram que não se pode tratar de maneira desigual com base em crença religiosa, preferência política, RAÇA, origem étnica, etc...

E muitos crimes tem como agravantes a motivação baseada no menosprezo oriundo do fenótipo da vítima: até os surgimentos das cotas e tribunais raciais, as leis nacionais eram bastante claras e irredutíveis em coibir tratamento desigual com base fenotípica ou étnica.

Para deixar o racismo inócuo, a ração NÃO PODE ser útil para promover privilégios ou dificuldades às pessoas. O conceito de raça tem de ser inexistente e inútil nas leis e nas Instituições, exceto para punir quem ousar orientar seu tratamento às pessoas com base na raça.

A já combalida ISONOMIA é a chave para superar o racismo.

"ain, mas e os séculos de escravidão? o que fazer para corrigir os acidentes históricos que marginalizaram os afrodescendentes?"

A alegação é de que, por causa do histórico de escravidão, boa parte da população negra se manteve miserável e desassistida, mesmo com a extinção da escravidão. E que hoje muitos miseráveis e pobres são negros em razão deste acidente histórico.

Há um grau de verdade nisso. Não só ex-escravos, mas um conjunto de populações locais foi marginalizada e pauperizada. E pode ser difícil escapar do ciclo de pobreza quando isso ocorre.

O que fazer?

O problema, então, é eliminar ou reduzir a miséria e tentar aumentar a mobilidade social. De TODOS os miseráveis, tenham que fenótipo for.

— Saneamento Básico
— Policiamento decente
— Infraestrutura Urbana (inclui iluminação pública)
— Educação Básica decente

— Serviços de Saúde Pública adequados
— Transporte Público adequado e funcional

Isso ajuda a reduzir a miséria de TODOS os miseráveis, tenham o fenótipo que for. Caso necessário, já temos Seguro Social e até programas assistencialistas.

Mobilidade Social depende de uma economia forte, capaz de criar vagas de emprego e renda, com um bom ambiente de negócios e que seja previsível, ordeiro e possibilite empreendedorismo e inovação.

E a tal Mobilidade Social depende, e muito, de MERITOCRACIA.

Meritocracia não é "premiar o esforço", é premiar a COMPETÊNCIA: não a origem social, nem a origem étnica, nem o fenótipo, mas a competência. O pobre saudável, bem instruído, num ambiente econômico decente e orientado segundo a competência possibilita ascensão social.

Então recapitulando:
— ISONOMIA
— extinção ou no mínimo redução da miséria
— segurança e previsibilidade jurídica
— política econômica, tributária e fiscal de acordo com a matemática e o bom senso
— bom ambiente de negócios
— MERITOCRACIA
— CF-88

Desta forma o racismo se torna irrelevante. A cor da pele, tipo de cabelo, formato dos olhos, etc, deixam de ser relevante em um ambiente assim. E quem teimar em tentar fazer da raça algo relevante, que a lei alcance e puna.

E, sim, falta MUITO para alcançarmos este ambiente no qual o fenótipo da pessoa seja irrelevante e os acidentes históricos sejam corrigidos pela mobilidade social.

O tal ATIVISMO tem ajudado nisso? Ou tem feito da RAÇA uma idéia obsessiva?

O que os ATIVISTAS tem feito para que o "Zé-Pretinho" da favela cresça saudável, bem formado, capaz de conseguir um bom emprego ou de abrir seu negócio e, através de sua COMPETÊNCIA, ter sucesso profissional/empresarial e tirar o pé da lama?

Já é hora de rejeitar as baboseiras dos ATIVISTAS e TRABALHAR para fazer deste país um ambiente com boas perspectivas reais para TODO jovem promissor.