Texto muito bom. É impressionante que a redução de danos para COVID é tabu até pra ala mais progressista da sociedade, que compreende bem sua eficiência em outros contextos. Ainda impera um moralismo proibicionosta que enviesa nossa percepção de risco
https://twitter.com/RodrigoRatier/status/1343560569920647168
Os riscos vem sendo tratados de forma binária. Só o "fique em casa" é considerado seguro e o resto é considerado perigoso. Mais, não fazemos distinção entre o risco baixo e o altíssimo. Ir a praia/parque é muito mais seguro que ir pro restaurante
Mas sempre que se fala de aglomeração colocam imagens das praias e dos parques. A gente precisa urgentemente se comunicar de forma honesta e transparente. Comunicar pelo medo não funciona. Comunicar com sermão não funciona. Usar os casos extremos não funcionam
Eu gosto de pensar em uma escala de 0 a 100. 0 seria o mais arriscado - ir a baladas e festas. 100 seria o mais seguro - ficar em casa até a vacina. Se a gente não explica o que dá pra fazer no meio existe um risco grande de quem está no 100 ir direto pro 0
Também não adianta eu tentar convencer quem está no 0 a ir direto pro 100. Mas eu posso convencer quem está no 0 a ir pro 50, frequentando espaços ao ar livre e usando máscara corretamente. Quem está no 50 a ir pro 80. Quem está no 30 a ir pro 50. E assim por diante
A medida que mais aumenta a segurança é evitar espaços fechados e fazer coisas ao ar livre. Depois podemos reforçar a importância da máscara usada corretamente e do distanciamento. E assim vamos tentando convencer as pessoas. Explicando de forma muito clara e transparente
O porquê de cada coisa ser arriscada, qual os mecanismos da transmissão, porque uma pequena mudança pode aumentar muito a segurança. Falar em comunicação empática e não violenta não tem nada de good vibes nada de mundo de flores. É pragmatismo puro
• • •
Missing some Tweet in this thread? You can try to
force a refresh
