O Solidariedade acionou o STF para interferir na eleição do Vasco. Notícia em primeira mão do @JotaInfo. Esquisito por ene motivos, como expliquei há pouco no #RedaçãoSporTV. 1º: partido político declaradamente interessado em presidência de clube de futebol. A troco do quê? 👇🏻
2º: Leven Siano, potencial beneficiário desta atitude tomada pelo partido político, disse que era um homem de palavra e que não contestaria as decisões judiciais. 3º: A continuidade da disputa prejudica um clube fragilizado, cuja eleição já deveria ter "acabado" há dois meses.
4º: A argumentação é espantosa. O Solidariedade diz ao STF que, na eleição online realizada em 14/11, nem todos os associados dispunham de acesso às tecnologias para votar. E qual a solução? Anular os votos de todos eles! Para que valha uma eleição presencial no meio da pandemia!
Ruim para todos. Jorge Salgado, presidente, administra o clube na incerteza. Torcedores ficam perdidos com a profusão de narrativas. E a imagem do Vasco se desgasta ainda mais perante o mercado. Enfim, deixo o link para a reportagem da @hyndarafreitas.
O @DoentesPFutebol escancarou a minha hipocrisia nesta rede social: se eu escrevo sobre as dívidas de todos os clubes, por que nunca falei nada sobre as finanças do @ibismania? Ah, é? Então tá. Puxei balanços de 2014 a 2019 para acabar com essa farsa de "pior time do mundo". 👇🏻
A primeira coisa chocante é que o Íbis não deve nada. Ao término de 2019, havia R$ 3.946,47 em impostos e contas a pagar. Ao mesmo tempo, havia R$ 3.750,50 em caixa e outros R$ 4.200 em créditos a receber. Sabe quanto dá o endividamento, segundo critério do @cesargrafietti? Zero.
Quando a gente olha para receitas e despesas do Íbis, encontra quase R$ 85 mil em faturamento. Costumamos comparar faturamento com endividamento para mostrar a gravidade da situação. O Íbis tem uma proporção melhor que a Série A inteira. E o deficit? Não tem! A operação dá lucro!
Quantas vezes você viu notícias baseadas no "valor de mercado" dos jogadores de futebol? Rankings, listas, comparações. Times, seleções, campeonatos inteiros! A fonte é quase sempre a mesma: Transfermarkt. Chega aí que vou explicar no fio por que nada disso passa de fantasia. 👇🏻
Como o Transfermarkt calcula "valores de mercado" de jogadores do mundo todo? O @FTM_nl, veículo de jornalismo investigativo holandês, mandou os repórteres @pepijnkeppel e @tomclaessenss perguntarem aos responsáveis pelo site de estatísticas. A resposta resumidamente é: achismo.
As estimativas são feitas por gente como Martin Freundl, um assistente social de 28 anos que gasta parte do tempo livre chutando valores para jogadores. Outras pessoas ligadas ao Transfermarkt conferem, discordam, alteram, mas na real não existe nenhum embasamento científico.
Mostramos no #RedaçãoSporTV um quadro com expectativas e realidades de clubes de futebol em termos de orçamento. Para você que não assistiu ao programa ou não conseguiu prestar atenção nos detalhes, aqui está. Vou aproveitar para recapitular algumas coisas em um fio rápido. 👇🏻
Fases/posições foram orçadas pelos departamentos financeiros dos clubes, ok? Não por mim. Como tivemos acesso? Em alguns orçamentos, elas estão explícitas. Nos que não estavam, procurei cada diretor/gerente para confirmar quais eram as projeções para cumprir as metas estipuladas.
Só pra lembrar: orçamento é aquela projeção que se faz antes de a temporada começar – de preferência, né? – sobre receitas e despesas. Quanto vai arrecadar, quanto vai gastar. Essas projeções esportivas são necessárias porque as receitas hoje são todas variáveis. Meritocráticas.
Algumas promessas em tempos de eleição desafiam a inteligência da gente. Leven Siano, candidato à presidência do Vasco, afirma que conseguiu linhas de crédito que, juntas, somariam R$ 5 bilhões. Vou repetir o que acabei de dizer no #RedaçãoSporTV: isto é conversa de lunático. 👇🏻
Quando você pensa em crédito, precisa considerar duas coisas importantes: juros e garantias. Vamos refletir um pouco. Se o Vasco pegasse R$ 5 bilhões emprestados, pagaria anualmente em juros uma quantia maior do que a própria receita do clube. Faz sentido? Não faz. Mas segue.
Não há tampouco garantias para que o Vasco pegue R$ 5 bilhões emprestados. Mesmo que algum maluco no planeta topasse emprestar tal quantia por tudo o que o clube tem, a soma de jogadores, contratos e estádio – tudo! – não chega a R$ 5 bilhões. Então, amigos, isto não existe.
A notícia de que o Cruzeiro entrou em acordo com a PGFN para renegociar dívidas com o governo tem muitas implicações. Inclusive para outros clubes e torcedores. Muita coisa ainda vou apurar para textos e podcasts, mas deixa eu soltar umas pílulas aqui pra você já se ligar. 👇🏻
Primeiro: transação tributária. Anote essas duas palavras. Bolsonaro permitiu que clubes de futebol, grandes devedores de impostos, usem esta ferramenta para obter descontos e alongar prazos. Quem quiser aderir tem até 31 de dezembro para fazê-lo. Outros clubes certamente farão.
Segundo: o Profut já era. À medida que a transação tributária foi aberta para renegociar dívidas, não fará sentido para dirigentes obedecer às regras "chatas" do refinanciamento anterior. O futebol brasileiro, como o país, vive de Refis. O sistema perpetua a irresponsabilidade.
Pra você que perdeu o #RedaçãoSporTV, mostro números sobre transferências de atletas em 2020. No Brasil, temos o pior de dois mundos. Ao mesmo tempo em que a desvalorização do real nos afasta ainda mais da aquisição de jogadores de 1ª linha, temos arrecadado menos. Se liga. 👇🏻
Primeiro, o contexto. Vamos falar de compras e vendas de jogadores entre clubes brasileiros e estrangeiros, então precisamos lembrar que o câmbio disparou. O real é uma das moedas que mais se desvaloriza no mundo em 2020. Lembra da época em que o euro valia quatro reais? Já era.
Não sou a pessoa mais indicada para explicar por que nosso câmbio foi para o buraco em 2020, mas existe aí uma combinação de crise e estratégia do governo em relação à balança comercial. Real desvalorizado favorece exportação de produtos brasileiros. Também impacta no futebol.