Fio: É dureza acordar com notícias de acidente aéreo. Um Boeing 737-500 da Sriwijaya Air caiu 4 minutos após a decolagem de Jakarta. É muito cedo para falar qualquer coisa, muito menos para ter vídeo no canal. Os dados do @FlightRadar24 indicam uma rápida perda de altitude (1)
Caso os dados de ADS-B estejam confiáveis, é preciso haver uma falha catastrófica para um avião vir ao chão tão rápido. Entre os fatores que poderiam causar isso temos: Bomba a bordo, falha de elemento estrutural primário (PSE), míssil ou colisão no ar. (2)
Há imagens de pescadores mostrando pequenos fragmentos do avião na área do desaparecimento. A maneira com que os destroços chegam ao solo (no caso o mar de Java) indicam se houve a fragmentação do avião em voo ou não (3)
No entanto, dados de ADS-B foram transmitidos por até 19 segundos após o evento, o que indica presença de força elétrica disponível nos barramentos do avião depois do início da descida fatal. Ainda não é possível entender isso. (4)
A empresa aérea em questão, a Sriwijaya Air tem índice 1 de segurança, avaliado pelo órgão local. Esse índice seria o mais alto. Em 17 anos de operação tiveram 4 acidentes. A Indonésia é um país peculiar para aviação (5)
As operações naquelas bandas são muito complexas, a infraestrutura é horrível e o clima também, a fiscalização relaxada (até falsificações foram encontradas no relatório final do acidente com o MAX), tudo isso contribui para p elevado número de acidentes por lá. (6)
Um outro problema é que o país é na verdade um emaranhado de ilhas, cuja única maneira de acesso é através da aviação, e regras restritivas usadas em outros países não funcionam por lá. Alguém me perguntou se seria ruim para a Boeing esse acidente (7)
A princípio não, o 737-500 é uma aeronave com excelente histórico de segurança, há que se aguardar o relatório para entender todos os fatores contribuintes. (Fim)
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(1) Quem trabalha na linha de frente da aviação sabe o quanto tudo é planejado com antecedência. Mas quando vem uma crise assim em que há grande incerteza sobre o próximo passo, o planejamento fica bem comprometido. Geralmente sabemos em Janeiro o que vai acontecer em Novembro ->
(2) do mesmo ano e já está tudo planejado. Mas com o coronga, as disrupções nos levam a não ter planos para daqui a 3 semanas. Voos sendo mudados da noite pro dia, planejamentos de manutenção, horários - tudo bem dinâmico numa área em que planejamento é essencial para ->
(3) sobrevivência. Aconteceu isso após 11 de Setembro, mas naquela época o pensamento era mais sobre a viabilidade (e vulnerabilidade) da aviação como transporte. Na época da SARS, houve queda de demanda, mas não foi drástica e nem rápida como agora. É inédito uma empresa ->
(1) Segue o fio - O Pouso com vento cruzado visto do cockpit de um A380. Neste vídeo o toque também ocorre em "crab" e é corrigido depois- motivo de críticas aos pilotos daquele vídeo viral. Assim como aquele video, neste ocorre a flutuação após o "retard" e o "flare [+]
(2) mas o piloto não pode fazer sideslip na baleia, porque o sideslip pode fazer com que o motor toque na pista antes do trem de pouso, que no A380 são mais próximos ao corpo central da fuselagem. É nítido que após o "retard" a baleia flutua a 7 pés e não desce. [+]
(3) Talvez por isso o "crab" não tenha sido desfeito, porque desfazer a 7 pés poderia significar a perda do eixo da pista. Sem sideslip e sem de-crab, só sobraram duas opções: arremeter ou esperar o toque em crab. Eles esperaram, neste vídeo e no pouso em Londres. [+]