De forma similar a Março, entramos agora numa nova fase crítica da pandemia #COVID19. Não só pelo confinamento que estamos prestes a iniciar mas pela dimensão da incerteza associada. 1/n
Como se tem falado extensivamente em Portugal, começamos a pagar a fatura dos relaxamentos de Natal e Ano Novo, no entanto algo mais preocupante pode estar subjacente ao que está a acontecer. 2/n
Há fortes indícios de que a nova variante #B117 seja um dos principais responsáveis pela situação, e isso deve fazer soar os sinais de alarme. Esta variante, embora não seja mais severa do ponto de vista clínico, causa um aumento da transmissibilidade em cerca de 1,5x. 3/n
É como se estivéssemos na presença de um vírus diferente, que se transmite a mais pessoas, mais rapidamente. O próprio facto de não ser mais severo, mas sim mais transmissível, faz com que o seu crescimento seja exponencial. 4/n
A transmissão na comunidade aumenta para níveis incomportáveis, sobrecarregando ainda mais o SNS que muito rapidamente deixa de ter espaço para tantos novos internamentos - os hospitais podem começar a ter de fazer aquelas escolhas difíceis de que muito se falou em Março. 5/n
No UK e Irlanda, quando a transmissão comunitária da nova variante foi identificada, assistiu-se a uma curva epidemiológica com evolução exponencial - descontrolada - 𝐦𝐞𝐬𝐦𝐨 em zonas confinadas. Algo que é extremamente preocupante. 6/n
Outros países com maior capacidade de sequenciação do vírus, como a Dinamarca, já optaram por fechar drasticamente tudo de forma preventiva. Mesmo em confinamento, o ministério da saúde prevê que a variante se torne a dominante no país já em Fevereiro: 7/n
Em Portugal, 35 casos da nova variante foram identificados até ao dia 3 de Janeiro, originários de múltiplas introduções independentes no país, e o @irj_pt está a trabalhar para sequenciar mais amostras. No entanto, a nossa capacidade de sequenciação é francamente escassa... 8/n
...o que não nos vai permitir ter uma noção adequada da presença real da variante até já muito tarde na sua evolução. Considerando estes dados e o volume de tráfego aéreo elevado entre UK e PT entre setembro e dezembro (período em que a nova variante circulou indetetável)... 9/n
... é bastante evidente que a sua distribuição seja já relevante entre diferentes focos pelo país.
Ignoramos a presença disseminada da nova variante não porque não existe, mas porque ainda não a identificamos. 10/n
(o tráfego entre UK e Portugal é muito superior ao tráfego entre o UK e Dinamarca, por exemplo:
Importa entender que, quando se trata de um vírus, populações e crescimentos exponenciais, um aumento da transmissibilidade de 1,5x é o suficiente para fazer colapsar sistemas habituados a uma realidade anterior. 12/n
No UK, os hospitais estão a implodir e o NHS vive neste momento a "situação mais perigosa" de que há memória, segundo o próprio diretor: 13/n telegraph.co.uk/global-health/…
Em Portugal, fala-se já de uma "situação de rotura" e de potencial catástrofe nos hospitais: 14/n tsf.pt/portugal/socie…
Temos portanto de nos preparar para aquilo que menos desejávamos e colaborar para que tudo melhore. Ao contrário de Março, e compreensivelmente, habituamo-nos a viver com o vírus e por isso já não o receamos tanto. Talvez agora o devêssemos recear de novo. 15/n
Não é necessário pânico, mas uma perceção adequada do risco alto em que vivemos. O confinamento de fim de semana não vai ser suficiente e a situação vai exigir medidas mais extremas: 16/n
Com a vacinação já em curso e o fim à vista, vai estar nas mãos de todos (e nas medidas que um @govpt não pode estar a adiar) fazer mais uma vez sacrifícios para que a situação não se torne insustentável até lá. É-nos exigido um esforço e paciência extra para que possâmos... 17/n
...fazer um caminho tão suave quanto possível até ao verão de renovação que todos ansiamos.
Protege-te, fica em casa, cuida da tua saúde mental e dos teus e sensibiliza todos para a situação complicada que vivemos mas que, de novo, vamos conseguir juntos ultrapassar 💪. 18/n
Very relevant #COVID19 insights from the University Hospital San Paolo, in Milan, collected today at a @WHO webinar with Dr. Claudio Colosio.
1/11
Early front-line experience (~2000 cases in Milan) can inform adequate procedures for other hospitals.
A LOT of attention must be given to the healthcare workers potential infection, not only as an individual measure, but as a way of interrupting further transmission.
2/11
In Portugal, 20% of the identified cases in the country are medical doctors, and the real amount of cases should be much higher. Every infected health worker is a potential super transmitter since an index case could lead to a hidden network of asymptomatic transmission.