A Kalunga tem 2 sócios: os irmãos José e Paulo Garcia. Juntos, eles têm uma dívida de R$481milhões com a empresa (sim, devem à própria empresa)
A solução? Vender uma empresa deles, a Spiral, c EBITDA de R$1 mi, para a Kalunga por R$106 milhões
Ok, o EBITDA tá distorcido pelo ano pandêmico. Foi só pra chamar sua atenção.
O ponto, contudo, não muda. Em 2019, a cifra foi de R$14 milhões.
Qualquer um que esteja acostumado a modelar empresas sabe que dificilmente isso se traduz numa avaliação de R$106 milhões.
Felizmente temos um laudo técnico de avaliação. Elaborada p̵o̵r̵ ̵u̵m̵a̵ ̵b̵̵̵i̵̵̵g̵̵̵ ̵̵̵4̵̵̵ pela Padrão Consultoria (who?)
Não tirando o mérito dela, mas nunca ouvi falar e não consegui encontrar sequer um site no Google.
Laudo feito, agora basta convencer os investidores de que isso faz sentido. Essa é mole.
Assim como os sócios tinham uma dívida com a Kalunga, esta tinha uma dívida (menor, de R$134 milhões) com a Spiral
Ta aí a desculpa: a compra da Spiral reduzirá o endividamento da Kalunga.
O que obviamente ninguém vai contar é que esse endividamento era a juros zero.
O motivo? Não tenho ideia, a empresa é um grande carnaval de partes relacionadas.
A intenção dessa thread não é acusar a empresa de estar fazendo algo errado.
Ela existe por um motivo bem mais simples, que foi bem explicado pelo @Joao_Arthur_A : "No mercado de capitais vale aquela máxima: Não basta ser honesto, tem que parecer honesto."
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URGENTE: Localiza (#RENT3) e Unidas (#LCAM3) anunciam fusão.
Juntas elas formam um colosso com mais de 470 mil veículos e responsável pela compra de 14,2% de todos os carros vendidos no Brasil em 2019.
O ganho de escala com essa fusão será absurdo. Com uma fatia desse tamanho, a Localiza vai ficar com as montadoras na mão. Com certeza terá o menor custo de aquisição de veículo do Brasil.
Vou começar a divulgar todo mês aqui as novidades do Valuation │ Do Zero ao Avançado.
Pode parecer marketeiro (e não está errado), mas é uma ótima forma de cobrar a mim mesmo a melhoria contínua do curso. De quebra ainda deve trazer ideias sensacionais pra gente por em prática
Novidades Setembro:
- Dados do Beta de todas as empresas atualizado
- Dados do YTM das debêntures de todas as empresas atualizado
- Módulo: "Valuation da Arezzo do Zero" indo ao ar hoje (desculpem a demora, de verdade)
- Equipamentos novos de filmagem e som
- Inserts Motion
Uma das coisas que eu concebi lendo Demian foi a importância de dar o devido valor ao sofrimento.
Por motivos biologicamente óbvios, nós corremos atrás de uma visão hedonista da vida. Quanto mais prazer, melhor. E com isso vem todo aquele repúdio à dor.
Qualquer situação adversa é vista com pesar.
Qualquer coisa que vá em sentido contrário ao do pleno prazer é um estorvo — mais um momento ruim que teremos que superar, tornando a experiência de viver cumulativamente desgastante.
Nessa corrida hedonista, é comum ver pessoas entregando-se ao universo dos prazeres.
Comida em excesso, bebida em excesso, cigarros em excesso, fotos em excesso. Afinal, não seria essa a atitude mais racional? Perseguir cegamente tudo que nos concede prazer e refuta a dor?
Sempre achei Huxley mais interessante que Orwell (não que isso o faça ruim). Gosto bastante de distopia, é um negócio bacaninha de ler. O único ruim é que vai perdendo o encanto com o tempo, quando a implausibilidade da narrativa vai ficando mais óbvia.
Algo me diz que vou me arrepender dessa nota alta daqui a algum tempo