Infelizmente inúmeros colegas jornalistas, comunicadores e veículos de mídia estão reportando dados errados sobre a Coronavac.
Segue o fio. Aos fatos:
1) A eficácia de 50,38% (segundo o @butantanoficial ) O número foi estimado por um órgão internacional e deve estar correto.
Obs1. Só saberemos com certeza quando os dados/estudo completo forem disponibilizados
2) Quanto menor a eficácia, maior o percentual de pessoas a serem vacinadas para conter a epidemia.
3) A eficácia de 50,38% implica, supondo que os vacinados não transmitam os vírus, uma cobertura de aproximadamente de 56% se considerarmos que a transmissão no Brasil seja 1,4 . (epiforecasts.io/covid/posts/na…)
4) De todo modo, a Coronavac é a vacina que temos disponível em quantidade para combater epidemia. Ou seja, ela é útil para sociedade, considerando que não temos melhores opções com a disponibilidade e prazo que precisamos.
Infelizmente nossos governantes não fizeram o que era o mais sensato que era apostar em várias já que não tinha como adivinhar a eficácia de antemão.
5) O problema está na comunicação errada que estão fazendo, sobretudo em relação a peça publicitária que está sendo repetida diversos veículos de mídia em que fala "100% de chances de não precisar ser hospitalizados ou ir para UTI".
Essa informação não tem significância estatística , ou seja, não podemos prever que será assim na população e não se deve acreditar nesses 100%
Agora um fio dentro do fio com um exemplo de teste de hipótese.
6) Na apresentação, o @governosp não escreveu a hipótese testada, mas acredito que seja que seja eficácia menor 100%) O p-valor reportado pelo @butantanoficial é 49,67%.e isso quer dizer que tem 49,67% de chance da eficácia não ser 100%.
Só poderiam falar em eficácia de 100% para casos graves e UTIs se o p-valor fosse baixo, geralmente adota-se valor abaixo de 5% ou 1% (eventualmente 10%).
7) Vou dar um exemplo com moedas para ficar claro. Suponha que você queira testar se UMA DETERMINADA MOEDA é ou não viciada Se não viciada a chance de cara ou coroa deve ser de 50%.
Você resolveu fazer um experimento lançando a moeda TRÊS.
Nas TRÊS jogadas caiu CARA.
Apesar disso, você não pode concluir estatisticamente que a moeda É VICIADA.
Vamos aos motivos:
Se a moeda não for viciada a chance de dar TRÊS CARAS é:
P(3 caras) = 50% x 50% x 50% = 12,50%
Ou seja, existe 12,50% de chance , apesar de ter TODOS OS LANÇAMENTOS terem dado cara da moeda moeda NÃO VICIADA
8) Em relação ao resultado reportado pelo @governosp . A chance da vacina NÃO TER PODER DE 100% EM CASOS GRAVES E UTIs é de 49,67% o que implica dizer que a fala "reduz 100% dos casos graves e UTIs" não tem validade estatística.
Duas ilustrações
A primeira é da apresentação do @governosp , já a segunda é a peça de divulgação dos resultados que estão usando
Pq é importante não informar os 100% e entendo como um grande desserviço essa comunicação. Imagine alguém que toma a vacina e pensa: vou sair por aí sem medidas de proteção pq não morrerei nem serei internado. Isso simplesmente não é verdade
8) outra interpretação da hipótese testada já que não explicaram nem disponibilizaram o estúdo é:
A chance da vacina NÃO TER PODER DE 100% EM CASOS GRAVES E UTIs EM RELAÇÂO AO PLACEBO é de 49,67% o que implica dizer que o que falaram não tem validade estatística.
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Devido a confusão , segue um resumo do texto da wikipédia sobre p-valor para analisar os dados reportardos da Vacina. Segue o fio...
1 p-valor é a probabilidade de se obter uma estatística de teste igual ou mais extrema que aquela observada em uma amostra, sob a hipótese nula.
2 Em um teste clássico de hipóteses, são definidas duas hipóteses, a nula (H0) e a alternativa (HA). A princípio, um pesquisador começa o teste supondo que a hipótese nula é considerada a verdadeira.
3 Ao confrontarmos a hipótese nula com os achados de uma amostra aleatória tomada de uma população de interesse, verifica-se a sua plausibilidade em termos probabilísticos, o que nos leva a aceitar ou não H0.
Ganhadores do Nobel de Economia revolucionaram os leilões
O Prêmio Nobel costuma ser uma ótima ocasião para se conhecer as ideias econômicas influentes, que, por vezes são pouco conhecidas fora do circuito acadêmico. A escolha dos dois ganhadores deste ano é um destes casos.
Nesta segunda-feira, a Academia Real de Ciências da Suécia entregou o Nobel de Economia a dois americanos, Paul Milgrom e Robert Wilson, devido aos estudos desenvolvidos pela dupla sobre como funcionam os leilões.
Os dois são professores da Universidade de Stanford e conhecidos por terem criado o formato usado pelo governo americano no leilão de frequências de rádio para operadoras de telecom nos Estados Unidos, nos anos 90.
Quase quatro décadas atrás, aumentar preço era assunto de polícia. Durante o plano cruzado, em mil novecentos e oitenta e seis, gerentes de supermercado eram presos se consumidores denunciavam que algum valor desrespeitava o congelamento de preços.
Eram os tempos da tabela da antiga SUNAB - Superintendência Nacional de Preços. Essa tabela apontava o valor máximo que um produto podia custar e era publicada nos jornais. As pessoas iam ao supermercado com ela e verificavam. Se fosse o caso, podiam denunciar abuso.
Em alguns casos supermercados foram fechados ao som do hino nacional. Pareciam tempos remotos, que ficaram no passado. A SUNAB, afinal, não existe mais desde mil novecentos e noventa e sete - foi extinta pelo governo.
Acordei com mensagens do "ódio do bem" por um vídeo que foi extraído fora de contexto mo @programapanico Sugeri em determinado momento que ele estudasse e continuasse o TikTok. Conselho que daria para meu filho , amigo ou qualquer pessoa que tenho apreço.
Falei isso pois em determinado momento, o Mário falou que largou os estudos. Torço para que sucesso dele continue no aplicativo, mas se os ventos mudarem, uma formação pode ser útil.
O lugar que estava sentado naquele momento me impedia de ver a reação do convidado que estava por Skype - jamais tive o intuito de ofender ou humilhar. Sou professor universitário desde 21 anos de idade e a educação para mim é um dos grandes entraves do Brasil.
Já que temos muitos justiceiros sociais aqui no Twitter que conseguem resolver todos problemas do mundo, segue o fio sobre dos problemas que temos.
Boa parte dos brasileiros (e dos justiceiros sociais) enxerga os empresários como os grandes vilões deste país e responsáveis por quase todos os problemas que enfrentamos. O mais triste é que acreditam que os políticos estatistas irão nos salvar.
Temos um excesso de direitos trabalhistas nos contratos CLTs e isso prejudica demais .... os próprios trabalhadores. Ou seja, se aumentar os direitos implica em menos emprego.