Por conta das conversas que tive ontem com o @_doblues e o @rennanleta sobre o compadre Zé Pilintra me lembrei da célebre - e folclórica - briga entre Wilson Batista e Noel Rosa. Tudo começou, dizem, por conta da maravilhosa Lenço no Pescoço.
A música é uma ode ao malandro, sua imagem e filosofia (e axé). Noel Rosa, diz uma das lendas, não gostou da composição pois seguia associando os sambistas a dos vadios. E por isso Noel compôs Rapaz Folgado, atacando a malandragem (e Wilson).
Wilson não deixou barato e fez "Mocinho da Vila" como resposta, dando o famoso "papo reto".
Injusto é seu comentário
Falar de malandro quem é otário
Mas malandro não se faz
Injusto é seu comentário
Falar de malandro quem é otário
Mas malandro não se faz
Noel Rosa não deixa barato e faz Palpite Infeliz, defendendo uma certa lírica típica do bairro de Vila Isabel para defender a sua legitimidade enquanto sambista.
Wilson Batista, que era negócio, responde com essa patada, Frankenstein da Vila.
Noel Rosa segue na defesa de sua legitimidade enquanto sambista exaltando o bairro de Vila Isabel. Interessante como aqui se desenha uma cartografia da disputa, o samba do morro e o samba do asfalto.
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba.
Minas dá leite,
E a Vila Isabel dá samba.
Wilson não deixou barato e escreveu Conversa Fiada todo trabalho naquele deboche que só o samba é capaz, a Vila se transforma do "berço dos folgados".
A última resposta de Noel seria João Ninguém que, mais uma vez, ataca a malandragem e a coloca como uma das causas da pobreza.
Wilson Batista responde zombando não apenas do samba feito por Noel, mas dos sambas criados na Vila Isabel.
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