Precisamos de falar também sobre o Facebook, onde 1018 diferentes links impulsionando o "tratamento precoce" contra covid se espalhou em 1.949 grupos e páginas, entre os dias 01 a 11 de janeiro deste ano.
O grafo (pages-links) revela o viés bolsonarista dos grupos.
Há muito "aliança pelo Brasil" porque eles multiplicaram grupos locais do quase-partido do Bolsonaro, sincronizando disparos de links.
Livre, leve e solto com a complacência do Facebook.
Os usuários/páginas mais marcados em posts da falsa cura (tratamento precoce/preventivo) estão ilustrados no grafo de círculo abaixo. Na frente, Rubens Teixeira e suas informações imprecisas sobre vacina e apoiador do tratamento. facebook.com/EscritorRubens…
Enfim, nada mais havendo a tratar, salvo melhor juízo, fico por aqui.
ps:
Dados extraídos do CrowdTangle
Grafos feitos no Gephi.
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Tratamento precoce: a virada de sentido.
img1: 25/12 a 11/01 (domínio bolsonarista - cinza treva)
img2: 12/01 a 21/1 (dominio antibolsonarista - amarelo luz)
Ampliar o debate muda valores da opinião pública. Desta vez, para melhor.
A rede bolsonarista dobrou de tamanho para defender a falsa cura prescrita no tratamento precoce: 41.734 perfis no Twitter.
Já a frente antibolsonarista criticando o TP saiu de 5 mil perfis para agregar 127.691 participantes, principalmente após o dia 15/1.😱🙌.
Efeitos práticos do movimento:
- Pazuello tendo de responder sobre o tp (e se enrolando).
- investigação de médicos charlatões.
- denúncia do app tratacov.
- anvisa negando o tp.
- vacina como solução.
E mais que deve vir por aí.
Termos de falar sobre Youtube e mentiras espalhadas milhões de vezes por lá. Extraí os 500 vídeos considerados de maior relevância sobre "tratamento precoce" contra covid-19.
É um desastre. Com exceção do canal "Olá, ciência", há uma ecologia da desinformação da cura milagrosa.
Os canais fazem lives, entrevistas e outros bichos para "demonstrar" evidências do milagre da profilaxia governista. No vídeo mais visto o médico ensina sobre dosagens, numa espécie de tutorial do milagre médico, com quase 1 milhão de views.
Fiz a rede de recomendações dos 500 vídeos. OU seja, se você assistir um deles, o Youtube vai lhe indicar outros, criando uma rede do milagre tosco.
Já na plataforma das marcas, o Instagram, os posts contendo o termo "tratamento precoce" revela a lógica coaching que cerca a seita, com médicos funcionando como "representantes comerciais" dos remédios prescritos pelo tratamento.
Grafo de menções de usuários em 2 mil posts (imagens e vídeos) contendo o termo "tratamento precoce".
Período: 01/8/20 - 11/01/21
Software: Gephi
Extração: @crowdtangle
Ainda que nem todos os posts tenham sido publicados por negacionistas, o léxico que se predomina nas publicações é deles. Exceção é o grupo de palavras amarelas, associadas a posts sobre prevenção de câncer de mama/tratamento precoce.
Luz e trevas.
Em amarelo, o esforço de perfis (5.633) como @marisbaraini, @oatila e @lftofoli na defesa da verdade. Em cinza (21.206), a insistência daqueles que, sem nenhuma evidência, desinformam sobre o tal "tratamento precoce" no Twitter.
Grafo de RTs (republicações de mensagens) no Twitter
Período analisado: 25/12/2020 a 11/01/2021
Métrica: Grau Ponderado de Entrada e Modularidade
Software: Gephi
Query: "tratamento precoce"
É normal que nossos "iluministas" sejam em menor número nessa rede, pois não se projetam na comunidade que o termo "tratamento precoce" aglutina.
Extraímos 8 mil imagens do movimento #brequedosapps no Instagram. Em seguida, processamos quais eram os perfis + mencionados nos comentários.
As pessoas tendem a citar + de uma empresa quando comentam as fotos, criando uma "ativismo de notificação", instando-as a se pronunciar.
Já dá pra fazer a rede de termos do movimentos (a partir dos comentários e legenda das fotos). Mas o foco principal é fazer a rede de imagens-usuários, variando o tamanho das primeiras em função de sua viralidade na plataforma.
É possível também notar a ação em rede territorializada do movimento, espalhando-se através de perfis por estado da federação, o que demonstra níveis de articulação política e sincronização da atividade comunicativa durante a greve.
Ao centro, o presidente @jairbolsonaro. Marcado em mais de 1.035.521 de mensagens únicas sobre por qual motivo ele não respondeu sobre os 89 mil depositados por Fabricio Queiroz na conta de Michelle Bolsonaro.
Cada rede, um desenho diferente. Nesta, juntei todos os RTs, Quotes e Replies. O resultado disso é a valorização dos perfis mais mencionados. Em geral, numa situação de crise, o alvo da indignação se destaca.
Bolsonaro ficou sozinho. E cercado.
Repare que os outros perfis possuem tamanho bem menor. Pq? Porque são menos mencionados em comparação com o presidente.
Isso mostra que a maioria dos 353 mil usuários se concentrou em memetizar a pergunta feita pelo repórter de O Globo, marcando a @ do presidente.