A Zara, rede espanhola de um dos homens mais ricos do mundo, Amancio Ortega, vai fechar 6 lojas no brasil, 10%
do total daqui.
MESMO SENDO UM DOS PAÍSES QUE A ZARA COBRA MAIS CARO NO MUNDO, A EMPRESA NÃO ESTÁ DANDO CONTA DO AMBIENTE DE NEGÓCIOS NO BRASIL... Com @samydana
O fechamento chama atenção pelo momento em que é divulgado. Na semana passada, foi a vez da Ford anunciar que está encerrando a produção de carros aqui.
São saídas que deixam evidentes as dificuldades de fazer negócios no brasil.
Para quem conhece o índice Zara não é surpresa. Criado pelo banco BTG Pactual, o índice compara os preços das roupas da Zara em 50 países.
Por coincidência, a edição de 2021 foi divulgada há uma semana e mostra que, mesmo com a queda do real no ano, o Brasil foi é o 7 mais caro.
Na edição do ano passado, o Brasil era PRIMEIRO, mas perdeu posições para países como Rússia, Índia e Vietnã.
Mesmo assim, um cesto de 12 peças, como jeans e camiseta, segue sendo mais caro nas lojas brasileiras do que em países como Espanha e EUA, onde a renda é bem mais alta.
Devido aos suspeitos de sempre: o sistema tributário complexo no país, a carga tributária alta e diferenças de impostos que variam entre estados.
Fora os gargalos na logística e, no Brasil, as lojas da Zara ficarem em shopping, que tem metro quadrado mais alto.
Um problema de violência no país que não existe tanto em países desenvolvidos.
Tem, claro, o impacto do dólar também. A empresa produz localmente só 10% do que vende e trazendo o resto do exterior.
Em um ano como 2020, em que o dólar encareceu 30%, o impacto nos custos é inevitável.
O resultado é que aqui no Brasil a marca tem um perfil mais de elite do que em outros países.
E com um ciclo que vai da produção da roupa até a venda bem mais longo, o que reduz o giro do estoque.
Mas muito disso por conta das condições que encontrou. nosso caos tributário conta muito, já que obriga empresas a tirar dinheiro das operações e atividades produtivas para calcular quanto se paga de imposto (atividades improdutivas.
O resultado inevitável: mais uma empresa com dificuldades para fazer negócios no brasil. Menos investimento e menos empregos.
Por isso, a importância das reformas. Ou veremos esse filme de novo, e de novo, e de novo.
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A CRISE EM MANAUS REFLETE O BRASIL QUE ALGUNS PEDIRAM ANOS ATRÁS.
Que Bolsonaro tem deixado MUITO a desejar nas suas ações na crise do Covid, é inegável! Que o STF muitas vezes legisla, também.
Mas tentar culpar apenas um dos lados na crise de Manaus é esquecer a história toda.
Em 2010, resolveram fazer um estádio lá: a Arena da Amazônia. Seria uma das 14 sedes da copa do mundo. Lindo!
Quanto custou? Míseros R$ 623 milhões.
Preferimos construir estádios ao invés de resolver os problemas graves da região. Basta ver a situação do Amazonas e de Manaus.
- De 100 cidades, Manaus tem a 96ª pior coleta de esgoto. Apenas 12% do esgoto é coletado.
- Manaus é a 3ª cidade com mais homicídios do Brasil.
- O Amazonas tem o 18° IDH do país.
Não é possível que alguém veja um estado nessa situação e coloque UM ESTÁDIO como prioridade.
O Brasil tem o sistema tributário MAIS COMPLEXO DO MUNDO... Não é força de expressão. É a realidade. Somos o 1° lugar no Complexity tax index.
Mas isso soa muito abstrato. Vai vendo na prática o que um gringo enfrentaria ao abrir uma Fábrica no Brasil.
Primeiro passo do empresário: onde instalar a sua fábrica?
Aqui cada estado tem sua alíquota de ICMS. Em São Paulo? 18%. No Rio de Janeiro? 21%. Santa Cararina? 17%!
Mas é pior, muito pior! Essas são as alíquotas internas, pra quem vende dentro do Estado.
Fica mais complexo.
O ICMS varia conforme pra onde você vende. Ou seja, se você está no Rio de Janeiro, mas vende pra Minas Gerais, paga 12%. Mas se vende pra Alagoas é 7%.
Faz a conta. 27 Estados vendo pra 27 Estados. 729 possíveis alíquotas apenas de ICMS!