"Recebemos sim essa oferta de 70 milhões de doses de vacinas que poderiam cobrir quase todos grupos prioritários em grandes cidades, mas escolhemos em nome dos brasileiros que eles preferem morrer de asfixia."
70 milhões de doses de vacinas da Pfizer não acabariam com a COVID no Brasil, além de serem difíceis de transportar e aplicar fora de grandes metrópoles. Mas poderiam salvar dezenas ou centenas de milhares de pessoas se aplicadas em grupos prioritários nos grandes centros.
Parece um cálculo simples, mas não é. Vacinando grupos prioritários onde a mortalidade é muito maior, o número de vidas salvas pode ser até 10x maior do que se as vacinas fossem distribuídas ao acaso.
Levantaram 3 mil normas do governo de 2020 mostrando como as mais de 200 mil mortes pode COVID são uma escolha consciente de gestão federal.
"Os resultados afastam a persistente interpretação de que haveria incompetência e negligência da parte do governo federal na gestão da pandemia. Bem ao contrário, a sistematização de dados, ainda que incompletos em razão da falta de espaço para tantos eventos...
revela o empenho e a eficiência da atuação da União em prol da ampla disseminação do vírus no território nacional, declaradamente com o objetivo de retomar a atividade econômica o mais rápido possível e a qualquer custo."
Aproveita, se cuida, fica em casa se puder e ajuda a ter menos casos e mais oxigênio até chegar na vez de todo mundo.
Nunca teve vacina desenvolvida enquanto uma pandemia acontecia. Vamos trabalhar pra entrar para história com a melhor saúde e com mais vidas salvas.
Esperando o dia que vou pro posto de saúde ouvindo Partita em Lá menor do Bach na flauta, seja pra tomar a vacina da Fiocruz ou do Bubutantan. Ou o que mais vier e for aprovado :)
A Anvisa é o órgão técnico que nos serve, avaliando a única terapia anti-COVID que temos até aqui: vacinas. É fundamental termos confiança no processo que fizerem. E a avaliação técnica foi transparente e cumpriu o seu papel recomendando a aprovação dessa terapia.
Outro ponto fundamental é garantir que as vacinas são fabricadas de maneira adequada. Tudo o que não queremos é ter uma vacina que funciona gerando problemas de saúde porque foi produzida inadequadamente. Por isso a apresentação sobre o processo.
Sei que o pronunciamento até aqui é bem entediante. Mas estamos vendo a história sendo escrita e transparência é fundamental. Assim como critérios técnicos. Orgulhoso de como foi conduzido até aqui.
Até aqui, avaliação técnica tem sido ótima pro que esperava. Técnica, clara, levantando pontos importantes e consenso entre as pessoas da área que acompanho. Não dá margem para decisões equivocadas, do ponto de vista científico. Se serão decisões científicas, veremos.
Também recomendam aprovação da vacina de Oxford e pedem dados que serão necessários para campanha nacional de imunização. Parecer técnico excelente.
Minha leitura até aqui: a maioria das incertezas é natural de testes e uso emergencial. Ditam mais distribuição das vacinas no plano de imunização do que aprovação ou não. O principal para negar a esse ponto seria ter dúvidas de segurança e os resultados foram bons quanto a isso.
E o parecer técnico foi esse, de aprovação. Sabendo que as perguntas precisam ser respondidas para decidir os passos de uso. E muitas respostas só virão com o acompanhamento de vacinados.
Foi o parecer técnico, até onde entendi, ainda tem votação, não?
Metodologia, farmacopeia e afins - Pegamos a lista de ingredientes e a receita da vacina e conferimos se bate com o que o Brasil e outros já aprovaram. Importante para ver se só sobra o que queremos na vacina.
Cálculo de validade das vacinas - importante para saber por quanto tempo podem ser usadas. Precisam de extrapolação, já que elas não tem um ano depois de feitas. É o que podemos precisar saber se elas forem esquecidas em um galpão, como os testes foram.
Avaliação de anticorpos e potência - é o que permite ações de emergência, como fracionar vacinas (dividir uma dose em várias), como fizemos com a febre amarela nos surtos de anos anteriores.