Logo que assumiu a Presidência da República, Jair Bolsonaro deixou transparente a própria incompetência. Mesmo com a oposição em férias, janeiro de 2019 foi feito de crises do início ao fim...
Em seguida, Bolsonaro deixou claro o desrespeito pelo cargo que assumira, fosse nas vestimentas, fosse no palavreado chulo, fosse no conteúdo abjeto, preconceituoso, mentiroso e até mesmo escatológico que compartilhava nos mais variados canais.
No terceiro mês, deu-se a atacar o Congresso e o STF, nem que para isso sabotasse as pautas que o próprio governo enviava ao legislativo. Se alguma reforma passou, foi por esforços dos parlamentares que passaram todo o processo sendo xingados de corruptos pelo presidente.
No quinto mês, Bolsonaro desengavetou os projetos golpistas. Convocava marchas e pregava contra os demais poderes. Por mais de ano, endossou, estimulou e até participou de manifestações antidemocráticas.
Em dado momento, chegou a dar a ordem para que as Forças Armadas fechassem o STF. Muitos interpretaram que desistiu em seguida. Mas só se aquietaria dias depois, quando um ex-assessor acusado de liderar uma quadrilha foi encontrado escondido no apartamento do próprio advogado.
Por dois anos, Jair Bolsonaro promoveu a destruição do meio ambiente, tratou minorias como seres inferiores, foi preconceituoso, muito preconceituoso, com negros, mulheres, nordestinos, homossexuais, população indígenas e estrangeiros.
Jair Bolsonaro persegue adversários, persegue a imprensa, promove linchamentos virtuais de qualquer crítico, montou uma agência de espionagem clandestina no próprio gabinete, e fez o Brasil se tornar um pária internacional.
Jair Bolsonaro sabota qualquer tentativa de reforma, e, indo de encontro a todas as promessas que fizeram para se eleger, interfere no trabalho da pasta econômica.
Bolsonaro chegou a aplaudir com entusiasmo o trabalho de um secretário que prepara uma peça de propaganda nazista.
Repito: nazista.
Mas nada se compara ao que faz desde fevereiro de 2020. Bolsonaro deliberadamente agiu para que a população brasileira adoecesse. Para que os brasileiros morressem às centenas de milhares. Sabotou o isolamento social, as medidas com alguma eficácia, as vacinas. Promoveu colapsos.
E espalhou todo tipo de desinformação mesmo sabendo que aquela desinformação custaria vidas aos milhares.
Espalhou e ainda espalha.
Um estudo do Imperial College calculou que, se o Brasil seguisse as recomendações da OMS, a covid-19 mataria menos de 50 mil brasileiros.
Já morreram mais de 225 mil. E o pior mês está apenas começando.
A população brasileira está tão saturada disso tudo que, há apenas três meses, sempre que Bolsonaro pedia voto a algum candidato, tal candidato perdia votos ao ponto de, por vezes, ficar fora do segundo turno.
Mesmo assim, o Congresso Nacional achou que hoje seria seguro eleger os candidatos de Jair Bolsonaro para as presidências da Câmara Federal e do Senado.
Na primeira manifestação após a confirmação da vitória do Senado, Jair Bolsonaro explorou a mentira da fraude nas urnas eletrônicas, narrativa que pretende explorar para liderar um golpe de Estado caso, no próximo ano, não consiga se reeleger.
Jair Bolsonaro enalteceu e enaltece um regime que perseguiu e matou parlamentares.
Os parlamentares seguem confiando em Bolsonaro.
Peço a Deus para que, no dia que Jair Bolsonaro novamente tentar fechar o Congresso Nacional e o STF, eu tenha forças para defendê-los do golpista.
Porque hoje não tenho.
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Não foi por falta de voto que Rodrigo Maia não abriu o impeachment de Bolsonaro. Foi por também ter interesse no acordo que, desde maio de 2019, mantém Bolsonaro no poder. O acordo que acabou com prisão em segunda instância, aprovou abuso de autoridade, enterrou a Lava Jato, etc.
A verdade é essa.
A vida disse: ou vocês se unem contra Bolsonaro, ou se unem contra a Lava Jato.
E preferiram se unir contra a Lava Jato.
Inclusive, se uniram a Bolsonaro.
O resto é desculpas que ficam dando à própria consciência.
O lavajatismo elegeu Bolsonaro. Foi um erro gravíssimo.
O antilavajatismo mantém Bolsonaro no poder. Se brincar, é um erro ainda mais grave.
Quando o governo Bolsonaro começou, um punhado de instituições tinha condições de podar os excessos de Bolsonaro. Mas logo Bolsonaro ignorou a lista tríplice para escolher Augusto Aras para o comando da PGR...
Na ocasião, Gleisi Hoffmann (ou seja, a presidente imposta por Lula ao PT) não se conteve e veio a público defender o escolhido.
Vocês viram que Aras, de única pessoa que pode investigar Bolsonaro, se converteu em um parceiro de Bolsonaro que faz até ameaças de autogolpe. correiobraziliense.com.br/politica/2021/…
Como a história segue o curso, e eu fico incomodado com textos defasados, eu venho tentando atualizar alguns artigos antigos com os fatos que só viraram notícia após a publicação da versão original dos textos.
Na segunda-feira da semana passada, parei para atualizar um que havia publicado quando o Brasil chegou a 50 mil óbitos por covid-19. Nele, eu mostrava como Jair Bolsonaro vinha tentando sabotar os esforços para conter o avanço do Sars-CoV-2.
Achava que só eu conhecia Garth Brooks no Brasil. Na minha bolha, devo ser o que menos o conhece.
Lembro de, em uma entrevista qualquer, ao ser perguntando sobre Pais & Filhos, Renato Russo meter “if tomorrow never comes” na resposta. Ele não cita como inspiração, mas apenas como uma outra canção que também tratava da finitude da vida.
Renato Russo gravou “if tomorrow never comes” no primeiro álbum solo, já nos anos 1990.
“If tomorrow never comes” foi lançada em agosto de 1989.
Cientistas chineses detectam um novo surto viral que, apenas no mês seguinte, em referência à oitava cidade mais populosa da China, seria noticiado como “vírus de Wuhan“. thethaiger.com/hot-news/touri…
31 DE DEZEMBRO DE 2019
Dezenove dias de estudos após a detecção inicial, a China reporta à Organização Mundial de Saúde que uma pneumonia de causa desconhecida fora observada em Wuhan. reuters.com/article/us-chi…
8 DE JANEIRO DE 2020
Menos de um mês após a detecção do surto, cientistas chineses descobrem que a pneumonia vinha sendo causada por um novo tipo de coronavírus.