Assassinato ou acidente? O caso da princesa Diana:
Na madrugada de 31 de agosto de 1997, Diana Frances Spencer, Lady Di, a Princesa de Gales, morreu em um acidente de carro no túnel Ponte d´Alma em Paris, na França. Ela e o namorado, o milionário Dodi Al-Fayed, tinham acabado de sair de um jantar no restaurante do Hotel Ritz.
O casal entrou em uma Mercedes-Benz S280 sedan 1997 e, acompanhados pelo guarda-costas Trevor Rees-Jones e pelo motorista Henri Paul, foram todos em direção ao apartamento do empresário. Assim que saíram do hotel, eles começaram a ser perseguidos por paparazzis.
Na entrada do túnel, o carro atingiu a velocidade de 95 a 110 km/h e bateu no décimo terceiro pilar que sustentava o teto, rodopiando até parar. Os serviços de emergência foram chamados às 00h26min e uma ambulância chegou em 4 minutos.
Os policiais tiveram dificuldade para isolar a área, devido a ação dos fotógrafos, que se aproveitaram da oportunidade para tirarem fotos das vítimas dentro do carro. Posteriormente, a permissão para divulgação das imagens rendeu críticas a respeito da privacidade da princesa.
O empresário e o motorista morreram na hora. Diana, que estava no banco de trás, se feriu gravemente durante o impacto e ficou presa, ainda viva, nas ferragens. Ela foi removida do veículo e transportada às 01h41min.
Lady Di foi levada ao Hospital Pitié-Salpêtrière e submetida a uma cirurgia de emergência, mas não resistiu aos ferimentos e faleceu às 4 da manhã. Após a divulgação da morte da princesa, milhares de buquês foram deixados nos portões dos palácios de Kensington e Buckingham.
O funeral ocorreu no dia 6 de setembro de 1997. A cerimônia teve início no Hyde Park e seguiu até o Palácio de St. James. O ataúde com o corpo de Diana foi coberto com o Estandarte Real do Reino Unido e colocado em uma carruagem militar, escoltada por guardas reais.
A princesa foi enterrada em uma pequena ilha, no meio de um lago, conhecido como Round Oval, na propriedade de sua família, em Althorp, Northamptonshire. Somente depois de cinco dias de sua morte, Elizabeth II decidiu fazer um breve discurso, que foi televisionado ao vivo.
O único sobrevivente do acidente foi o guarda-costas. Há relatos de que ele era o único que usava o cinto de segurança. De acordo com a perícia técnica, ninguém estava de cinto e o guarda-costas foi salvo, na verdade, pelo airbag do carro.
Na época, um exame de sangue comprovou que o motorista estava bêbado. No entanto, testemunhas que o viram na saída do hotel naquele dia, afirmaram que ele tinha um comportamento aparentemente sóbrio e normal.
O Serviço de Segurança Britânico (MI6), chegou a ser acusado de ter trocado a amostra de sangue do motorista, por algum outro com volume elevado de álcool. Robert Tomlinson, ex-membro da agência, declarou que a corporação tinha sim envolvimento na morte de Diana.
Segundo ele, as circunstâncias do acidente são idênticas a um plano da agência para matar o presidente da Sérvia, Slobodan Milosevic. As testemunhas também dissseram ter visto um flash de luz intenso, momentos antes do desastre acontecer.
Assim, o clarão seria de uma arma capaz de cegar o motorista por alguns segundos. Inclusive, na fatídica noite, ele havia sido convocado inesperadamente pelo empresário. Robert Tomlinson foi demitido em 1995 e, 2 anos depois, foi preso por quebrar a Lei de Segredos Oficiais.
Ao invés de seguir a rota mais curta para levar o casal do Ritz até o apartamento de Dodi, o motorista optou por passar ao longo do rio Sena, atravessando o túnel aonde causaria a morte de Diana. Nenhuma das 17 câmeras existentes no trajeto estava funcionando no momento.
Em 1999, a investigação francesa concluiu que o carro em que Lady Di estava teve contato com um Fiat Uno branco, dentro do túnel. A polícia realizou uma intensa busca e descartou quatro mil veículos desse tipo. O automóvel em questão nunca foi encontrado.
Há boatos de que o carro era do fotógrafo e paparazzi Jean-Paul James Andanson, que teria sido pago para matar a princesa. Ele foi encontrado morto no ano 2000, em uma BMW carbonizada e o caso foi considerado suicídio.
Em 2017, Paul Burrell, ex-mordomo de Diana, revelou uma carta onde ela estava receosa que o príncipe Charles pudesse matá-la em um acidente de carro. Assim, os britânicos aceitariam mais facilmente o novo relacionamento dele com Camilla Rosemary Shand, sua atual esposa.
Diana também acreditava que o acidente de trânsito que matou o seu segurança e amante, Barry Mannakee, em 1987, havia sido forjado. O pai de Dodi, Mohammed Al-Fayed, chegou a acusar o príncipe Charles e a rainha Elizabeth II de conspiração para matar Diana e o namorado.
Segundo ele, Lady Di estava grávida de Dodi, e a família real britânica não queria aceitar que a mãe de William, herdeiro do trono, tivesse um descendente muçulmano egípcio. Ainda de acordo com ele, Dodi tinha intenção de se casar com a princesa.
O investigador judicial do caso, Scott Baker, afirmou que era impossível afirmar cientificamente se Diana estava grávida na época. Naquele ano, a investigação francesa ouviu 160 testemunhas e concluiu que o acidente foi causado por um motorista embriagado em alta velocidade.
Em 2004, o magistrado encarregado pela Rainha, Michael Burgess, abriu um inquérito sobre alegação de encobrimento de assassinato e conspiração do MI6 no caso. Até hoje, ninguém foi processado pela morte de Diana e o namorado.
O legado de Lady Di continua vivo. A aristocrata se tornou um símbolo da filantropia no século XX, por apoiar projetos de caridade, tanto antes como depois do seu divórcio com o príncipe Charles. Ela construiu sua popularidade mundial ao demonstrar empatia com desfavorecidos.
Diana foi pioneira na quebra do estigma e combate à AIDS, também lutou contra as minas terrestres e apadrinhou incontáveis instituições e organizações sociais. Ela conquistou o Nobel da Paz de 1997, pela Campanha Internacional de Proibição das Minas Terrestres.
A princesa marcou a monarquia com um esplendor que perdura até os dias atuais. Apesar de ter vindo de uma família nobre, ficou mais conhecida como “Princesa do Povo”. Ela se tornou um ícone popular aclamado pela mídia e considerada uma das pessoas mais importantes do século.

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