E sabem o que é pior? Essas mortes provavelmente ainda se referem ao pico de AM/RR, que por sua vez se referem a infecções ocorridas há muitos dias. Acompanhem o raciocínio nesse fio: 🧶 //1
Depois desse pico de casos, tivemos uma pequena queda de casos, muito relacionada com a queda de mobilidade que aconteceu nesse período de janeiro/fevereiro, com uma redução forte em locais espalhadores como, por exemplo, o transporte público:
Essa pequena queda de casos muito provavelmente vai causar uma pequena queda no número de mortes, e aí já sabem o que vão dizer em muitas colunas de jornal e postagens em redes sociais? Que "mesmo com todo mundo na rua caíram as mortes". //3
Oi, pessoal. Acredito que seja um momento propício para falarmos sobre reversão de tendência, taxa de crescimento e como isso influencia na situação que estamos vivendo, principalmente com flexibilizações, retorno às aulas e demais aumentos de mobilidade. Sigam o fio! //1 🧶
Eu sempre gosto de relembrar o que aconteceu para contextualizar o que estamos falando, e uma das primeiras coisas que temos de lembrar é que o crescimento exponencial (o "estouro") não acontece da noite para o dia. //2
Na Europa, a segunda onda de casos começou no começo de julho, mas aquela curva assustadora só apareceu no final de outubro...adivinha quando agiram? No começo de novembro, levando inclusive à criação de uma nova variante (a B.1.1.7) via espalhamento. //3
Volta às aulas: A educação de um país é como uma corrida, na qual só é declarado o vencedor quando todos cruzam a linha de chegada. Se alguém cruzar antes, ficará aguardando pelos que ficaram para trás. Ele pode até ter algum sucesso individual, mas o país continuará estagnado.+
Isso pode ser visto em qualquer país desigual. Muitas escolas magníficas, pessoas com muito dinheiro/condições, e o país continua com um péssimo IDH. Observem países de sucesso e vão atrás da pior condição possível de educação. Ela é que dá o tom do todo. +
No Brasil, nós temos uma desigualdade avassaladora. Crianças e adolescentes em condições péssimas, com poucos a olharem para eles, pois o exemplo anedótico mostra "brasileiros de sucesso".+
Oi, pessoal! Mesmo com o colapso em andamento no AM e em RO, e chegando no AC e no PA, notamos que o RS está em uma estabilidade alta, e até uma queda em relação a dezembro? Por que será? Segue o fio que tentarei mostrar algumas possibilidades! 🧶 //1
O principal fator dessa epidemia, que sabemos bem, é o de que o vírus é transmitido de pessoas para pessoas. Esse fator é o que nos faz (ou deveria fazer) ficar de olho na correlação entre MOBILIDADE e CASOS. //2
Importante: também temos de lembrar, antes de ver os gráficos, da ordem de aumento dos números: Infecções, DEPOIS casos notificados, DEPOIS internações notificadas e DEPOIS óbitos notificados. Lembro sempre disso pois existe uma distância entre o fato e a notificação do fato. //3
Oi, pessoal! Por que será que quem analisa os dados da pandemia de COVID-19 continua pedindo restrições de mobilidade no Brasil (o famoso "lockdown")? Como sabemos que a situação tende a piorar? Será que temos bola de cristal? Segue o fio de 25 tweets que tentarei explicar!🧶 //1
Para quem gosta de ver em vídeo, fiz essa explicação também em vídeo: , usando os mesmos gráficos que mostrarei aqui no fio. //2
A essa altura do campeonato já sabemos bem do atraso de notificação e do represamento de dados, então temos de usar métricas e ferramentas para tentar ultrapassar esses obstáculos e dar uma resposta ao tomador de decisão, já que a decisão tem o potencial de salvar vidas! //3
Quando alguém vier com a fala (totalmente errada) de que o tratamento precoce salva vidas, peça dados, de fontes oficiais, de pacientes totais, quantos tomaram, internações hospitalares, óbitos...analise os dados oficiais de cada local, faça cruzamento de dados...//1
Infelizmente quem deveria fazer isso (quem prescreve) não está fazendo, está fazendo apenas análises observacionais, de que "parece que funciona". Hoje mesmo recebi um video do Instagram de um rapaz (que não vou divulgar aqui e dar palco) ostentando o tal "tratamento". //2
Ao analisar os dados dele, foram 969 pacientes e 42 internações em UTI. Ora bolas: isso dá 4,33% de pacientes internados em UTI, a mesma taxa da Lombardia em março: jamanetwork.com/journals/jama/… //3