Todas as pessoas que foram vacinadas durante o período de 20/12/2020 a 01/02/2021 foram acompanhadas junto de participantes não vacinados não vacinados (grupo controle) em uma proporção de 1: 1 de acordo com as características demográficas e clínicas.
Os resultados do estudo incluíram a presença de casos de infecção por SARS-CoV-2, COVID-19 sintomático, hospitalização relacionada a COVID-19, doença grave e morte. Estimamos a eficácia da vacina para cada resultado como um menos a razão de risco, usando o estimador Kaplan-Meier
Um total de 1.503.216 pessoas vacinadas antes de 01/02/2021 foram acompanhadas, e deveriam estar SEM um resultado positivo de PCR para SARS-CoV-2 documentado antes da data de vacinação. Abaixo, imagem que resume o processo do estudo:
Nessa próxima tabela, vemos as características demográficas da população acompanhada. 596.618 participantes no grupo vacinado e 596.618 no grupo descrito como controle (não vacinados)
Durante um acompanhamento médio de 15 dias, 10.561 infecções foram documentadas, das quais:
- 5.996 (57%) eram doença de COVID-19 sintomática;
- 369 necessitaram de hospitalização;
- 229 foram casos graves de COVID-19;
- 41 resultaram em morte
Durante o período de 14 a 20 dias após a primeira dose, a eficácia estimada da vacina para infecção documentada foi de 46%, para COVID-19 sintomática: 57%, para hospitalização: 74%, doença grave: 62%, morte: 72%
Durante o período de 21 a 27 dias após a primeira dose, a eficácia estimada para esses resultados foi de 60%, 66%, 78% , 80% e 84% respectivamente (mesma ordem das variáveis acima analisadas).
PS: intervalos de confiança todos descritos no artigo!
No período de acompanhamento, começando 7 dias após a segunda dose, a eficácia da vacina para:
- infecções documentadas: 92%
- doença sintomática: 94%
- hospitalização: 87%
- doença grave: 92%
Resumo de todos esses dados:
Nessa tabela, vemos os valores de eficácia pela idade, sexo e condições coexistentes. Os valores são bem semelhantes em todos os grupos de idade, com uma pequenininha diminuição entre pacientes com várias doenças coexistentes, mostrando a proteção proporcionada pelo imunizante.
A eficácia da vacina pra infecção assintomática foi de: :
- 29% durante o período de14 a 20 dias após a primeira dose;
- 52% no período21 a 27 dias após a primeira dose;
- 90% 7 ou mais dias após a segunda dose
EM RESUMO: A eficácia estimada da vacina durante o período de acompanhamento, começando 7 dias após a segunda dose, foi de 92% para infecção documentada, 94% para COVID-19 sintomático, 87% para hospitalização e 92% para Covid-19 grave
A eficácia estimada durante os dias 14 a 20 (após uma dose) e dias 21 a 27 (mudança gradual entre a primeira e a segunda doses da vacina) foi de:
- 46% e 60% para infecção documentada;
- 57% e 66% para COVID-19;
- 74% e 78% para COVID-19 sintomático;
- 62% e 80% para COVID-19 grave;
- 72% e 84% para morte relacionada a COVID-19.
Observando os gráficos de incidência de casos de COVID-19, podemos ver que eles começam a se separar no 12º dia após a 1ª dose da vacina = início proteção!
Como nesse estudo a população é muito grande MESMO, foi possível estimar a eficácia em subgrupos específicos. No ensaio, a eficácia estimada para OVID-19 entre pessoas até 55 anos de idade, mais de 55 anos e 65 anos ou mais 7 dias após a segunda dose foi de 94 a 96%.
A partir disso, os pesquisadores puderam estudar grupos de idades mais granulares e estimou-se que a eficácia da vacina foi semelhante para adultos com 70 anos de idade ou mais e para grupos de idades mais jovens no mesmo período de tempo!
Durante o período do estudo, 80% das amostras positivas para SARS-CoV-2 em Israel eram da variante B.1.1.7. Assim, este estudo estima uma eficácia média da vacina sobre várias cepas, incluindo a B.1.1.7, EMBORA não possa fornecer uma estimativa específica para a variante B.1.1.7
No entanto, os dados sugerem que a vacina BNT162b2 também é eficaz para esta variante, uma observação consistente com relatórios anteriores que mostrou títulos de anticorpos neutralizantes preservados.
A variante B.1.351 foi estimada como rara em Israel no momento da extração de dados e por isso, não temos indicativos de dados para ela, por enquanto.
Na discussão, várias questões metodológicas para controle de viéses são discutivas - o que é maravilhoso. Estudo MUITO robusto.
Outro ponto: o benefício da proteção estimado aumenta em magnitude com o passar do tempo. Esses resultados reforçam a expectativa de que as vacinas recém-aprovadas possam ajudar a mitigar os profundos efeitos globais da pandemia COVID-19.
Ou seja: VACINAS FUNCIONAM.
Dedico este fio a todos que sustentam que os dados dos ensaios clínicos não são suficientes. Aqui temos dados de VIDA REAL, ambiente não controlado, num cenário de vacinação em massa em Israel.
Vacinas salvam vidas e vão salvar muitas na COVID-19! #TodosPelasVacinas
Imagem ilustrativa do surgimento e investigação das variantes do SARS-CoV-2. Destaques:
- B.1.1.7: aumento da transmissão, poucas evidências de escape imunológico;
-B.1.351 e P1: possível escape imunológico
-B.1.526: possívelmente um cenário similar a B.1.351/P1
O mini fio! 👇
🇧🇷 Imagem ilustrativa adaptada de um tuíte do @EricTopol
Recentemente, uma nova variante foi descoberta em Nova York, chamada de B.1.526. Ela começou a ser osbervada em amostras de pessoas com COVID-19 em meados de Novembro nytimes.com/2021/02/24/hea…
A decisão derruba Nota Técnica (NT 01/2021) da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que autorizou o recebimento e distribuição dos medicamentos como tratamento precoce da covid-19
o tratamento precoce não tem suporte em evidências científicas robustas e assentadas em pesquisas clínicas conclusivas sobre a sua eficácia.
Além do risco de danos à saúde individual, pelos efeitos colaterais que podem causar, traz um reflexo deletério à saúde coletiva
“A opção da instituição do tratamento precoce, diante da AUSÊNCIA de evidências científicas sérias de sua efetividade, foi uma opção política do Administrador, que extrapolou seu poder de discricionariedade." (trecho da fala mencionada na reportagem)
O comitê científico para o enfrentamento da pandemia da COVID-19 no RS publicou sua nota técnica (24/02/2021) alertando para a situação gravíssima que o estado se encontra. O sistema de saúde está a beira, se não atualmente, em seu colapso. - o fio 👇
Segundo a nota "A estratégia de aumentar os leitos é muito importante, mas não é possível aumentar leitos
infinitamente, e nem na velocidade necessária quando há descontrole da transmissão."
"Por mais que seja possível adquirir mais equipamentos, é impossível formar novas equipes de saúde com o conhecimento especializado necessário na mesma velocidade."
Mini-fio gráfico (sim!) com fios pendurados sobre Variantes de Atenção (VOCs) do SARS-CoV-2 (vírus da COVID-19): onde foram primeiramente descritos, mutações importantes, o que sabemos sobre as vacinas e como surgem variantes!