Eu digo, insisto e repito. Disparar absurdos diários, que vão desde declarações estapafúrdias aos erros de grafia, é método, é uma forma de ocupar os noticiários, mas também as redes sociais.
outline.com/tt9Rum
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Fala-se muito do papel da mídia nisso, com o jornalismo declaratório, as notas de repúdio, mas se ignora a nossa própria responsabilidade no processo. Se você pega a timeline da várias pessoas da esquerda, vai ver que boa parte delas basicamente só repercute esse material.
E nem vou aqui repetir tudo que já disse - ou outros já disseram - sobre o funcionamento dos algoritmos. Pois já cansei de ser xingado - de coach de esquerda a "Zé algoritmo".
A questão é: quanto do nosso tempo aqui é dedicado a repercutir, reclamar, se revoltar com as coisas que esses sujeitos produzem. E quanto do nosso tempo aqui é dedicado a repercutir as coisas que nós mesmos produzimos.
Bicho, ontem mesmo, uma galera estava questionando o vídeo do Bolsocaro, se recusa do a compartilhar, pelo simples motivo de não querer fazer propaganda para "terceiros" - mesmo vídeo não tendo nenhuma propaganda. Teve gente exigindo que os autores do vídeo mostrassem a cara.
Mas esse mesmo tipo de purismo não aparece na hora de repercutir o material do outro lado. E sim, dar "RT crítico", reclamar, etc... É fazer propaganda para o outro lado, seja pela tática de ocupação do espaço - que o próprio Bannon já falou - seja pelo algoritmo.
"ah, então é para ignorar a direita?". Pela última vez, não é isso. É responder a ela de forma organizada. Se tudo é política, como adoram repetir, o uso das redes também é. É política não se faz com voluntarismo, política se faz com tática, organização.
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