Nosso preprint sobre características de transmissibilidade e reinfecções pela variante P.1 está no ar no medRxiv, e está sendo submetido a uma revista científica para revisão por pares.
Descrevemos a curva epidêmica das variantes P.1 e original com um modelo matemático. O modelo matemático foi então ajustado à curva de casos de Manaus para estimar a transmissibilidade e a probabilidade de reinfecção da nova variante.
Segundo o melhor ajuste que conseguimos, a nova variante é 2,5 vezes mais transmissível (com intervalo de confiança de 2.3–2.8 ) do que as variantes que já circulavam. A probabilidade de reinfecção estimada foi de 6,4% (com intervalo de confiança de 5.7–7.1%).
A alta transmissibilidade é consistente com o crescimento rápido de hospitalizações e de dominância da variante P.1 entre os casos da doença, a partir de dezembro de 2020.
Outros dois grupos de pesquisa brasileiros também estimaram alta transmissibilidade da P.1, com métodos diferentes e dados em parte diferentes também. A alta capacidade de transmissão da P.1 é uma descoberta robusta, a que se chegou por várias vias.
A alta transmissibilidade da variante P.1 alarma pois indica que ela tem o potencial de rapidamente sobrecarregar os sistemas de saúde. Muitos estados já apresentam uma elevada frequência de variantes de preocupação (entre elas a P.1)
P.1 também já foi detectada em ao menos 25 países. Por estes resultados, teremos uma aceleração generalizada da epidemia, se a P.1 não for contida. É hora de ações à altura dos riscos que estes números mostram serem tomadas.
Em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, o IB Mulheres e o Programa de Pós-graduação em Ecologia do IB-USP convidam para a aula magna "Diversidade e Inclusão: o caminho para uma ciência plena", da Profa. Dra. Márcia Castro (Harvard University), dia 08/03, das 10 às 11:30 hs
Márcia pesquisa sobre a malária e dinâmica de doenças infecciosas, além de integrar o Observatório COVID-19, um grupo transdisciplinar que faz e divulga análises sobre a pandemia de Covid-19.
Ela é a primeira mulher a se tornar professora titular no Departamento de Saúde Global e População da Faculdade de Saúde Pública em Harvard, e a primeira mulher Brasileira a alcançar esse posto em Harvard.
Publicamos um estudo, liderado pela doutoranda em Ecologia, Tatiana Portella @portellatp, ainda em pré-print, da evolução temporal da letalidade hospitalar no país, para diferentes faixas etárias por estado.
Estudo:bit.ly/2P0zedY
Pico de letalidade maiores de 60 anos:
A letalidade de uma doença é contabilizada como a razão entre o número de óbitos e o número de casos. A letalidade hospitalar, e a mesma razão só que somente olhando para casos que foram admitidos em hospitais
Alguns estudos têm mostrado que a letalidade hospitalar da covid-19 diminuiu ao longo do tempo, e acredita-se que isso aconteceu devido ao aprendizado e novas práticas médicas, como a inclusão de alguns tipos de medicamentos e manejo da ventilação.
Denúncia importante:
COMUNICADO URGENTE
A plataforma da Rede Nacional de Combate à Desinformação (rncd.org) foi invadida por hackers nos últimos dias, e, na noite de ontem, 28, o ataque foi percebido rapidamente por uma das parceiras da Rede que fez a denúncia.
A invasão à RNCd foi feita de modo a permitir aos invasores direcionar o usuário para outros links e emitir vírus, assim o site perde credibilidade e pode ser inserido na black list dos antivírus internacionais, até que o site seja removido pela plataforma digital de hospedagem.
A RNCd é uma iniciativa virtual criada em 24 de setembro de 2020 e possui no momento, 88 parceiros de todas as regiões brasileiras, distribuídos em projetos de monitoramento, agências, redes,
Destaques
A variante do vírus Sars-Cov-2 encontrada em Manaus possui duas mutações com o potencial de aumento na capacidade de transmissão. As mesmas mutações ocorreram em outros locais, sugerindo uma adaptação do vírus às nossas defesas imunológicas.
A falta de controle no mapeamento e difusão da nova variante preocupa pelos danos que pode causar à população, com uma possível onda de casos de reinfecção e maior carga viral por indivíduo.
Vamos esclarecer a eficácia da coronavac? O cálculo correto é aquele que segue o protocolo, que foi definido ANTES da coleta de dados.
Isto é importante para que ninguém experimente maneiras novas de calcular e use a que mais convém. As regras para este cálculo foram definidas antes de começar o jogo.
A análise estatística prevista no o protocolo static-content.springer.com/esm/art%3A10.1…, calcula a eficácia utilizando os tempos de exposição de cada voluntário até os desfechos via modelo de risco proporcionais de Cox.
Muitas perguntas chegaram até nós ontem. Essa thread tenta responder a maioria delas. 👇👇🧵🧵
Nos últimos dias temos ouvido falar bastante sobre a eficácia das vacinas. E esta é uma medida importante com certeza.
Mas muito mais importante do que saber como calcular a eficácia da vacina, é entender como a eficácia impacta nossas vidas e como a eficiência e efetividade são fatores pelos quais nós deveríamos estar muito mais preocupados e prestando mais atenção.
A vacinação pode evitar a infecção, evitar adoecimento ou ambos. No caso das vacinas mais avançadas em testes e já em uso contra a COVID 19, nós podemos dizer que são vacinas: