Publicamos um estudo, liderado pela doutoranda em Ecologia, Tatiana Portella @portellatp, ainda em pré-print, da evolução temporal da letalidade hospitalar no país, para diferentes faixas etárias por estado.
Estudo:bit.ly/2P0zedY
Pico de letalidade maiores de 60 anos:
A letalidade de uma doença é contabilizada como a razão entre o número de óbitos e o número de casos. A letalidade hospitalar, e a mesma razão só que somente olhando para casos que foram admitidos em hospitais
Alguns estudos têm mostrado que a letalidade hospitalar da covid-19 diminuiu ao longo do tempo, e acredita-se que isso aconteceu devido ao aprendizado e novas práticas médicas, como a inclusão de alguns tipos de medicamentos e manejo da ventilação.
Contudo, no nosso estudo nós vimos que em vários estados brasileiros a letalidade aumentou com o aumento do número de hospitalizações, o que sugere que a sobrecarga do sistema hospitalar deve estar reduzindo as chances de sobrevivência dos pacientes internados com COVID-19.
No nosso estudo nós também vimos que as semanas que tiveram os maiores valores de letalidade hospitalar ocorreram nos estados com menor disponibilidade de recursos hospitalares, em especial a falta de médicos e médicos intensivistas.
A maioria desses estados estão nas regiões norte e nordeste. Sendo que, o estados do Amazonas, por exemplo, chegou a apresentar uma letalidade de mais de 80% para os pacientes acima de 60 anos na época de maior pressão hospitalar.
Contudo, os valores de letalidade encontrados nos estados com melhor infraestrutura (em geral das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste) ainda são considerados altos.
Em São Paulo, por exemplo, que conseguiu expandir a sua capacidade de leitos e possui uma das maiores quantidades de médicos por habitante, os pacientes internados acima de 60 anos tiveram aproximadamente 50% de chance de irem a óbito.
Esse resultado sugere que mesmo em estados em que há uma rede hospitalar ampla e que consiga acomodar todos os doentes, em situação grave, pode não ser algo efetivo pensar a contenção da pandemia somente em termos da abertura de leitos ou UTIs.
O nosso estudo chama a atenção de que no Brasil há uma disparidade de realidades das condições de acesso à rede hospitalar gritante, e que todas apontam na direção que somente manejar doentes é pouco para conter os óbitos de Covid-19.
Analisamos um total de 345 281 hospitalizações por Covid-19, em 21 estados entre o dia 01 de março de 2020 e 22 de setembro de 2020.
Denúncia importante:
COMUNICADO URGENTE
A plataforma da Rede Nacional de Combate à Desinformação (rncd.org) foi invadida por hackers nos últimos dias, e, na noite de ontem, 28, o ataque foi percebido rapidamente por uma das parceiras da Rede que fez a denúncia.
A invasão à RNCd foi feita de modo a permitir aos invasores direcionar o usuário para outros links e emitir vírus, assim o site perde credibilidade e pode ser inserido na black list dos antivírus internacionais, até que o site seja removido pela plataforma digital de hospedagem.
A RNCd é uma iniciativa virtual criada em 24 de setembro de 2020 e possui no momento, 88 parceiros de todas as regiões brasileiras, distribuídos em projetos de monitoramento, agências, redes,
Destaques
A variante do vírus Sars-Cov-2 encontrada em Manaus possui duas mutações com o potencial de aumento na capacidade de transmissão. As mesmas mutações ocorreram em outros locais, sugerindo uma adaptação do vírus às nossas defesas imunológicas.
A falta de controle no mapeamento e difusão da nova variante preocupa pelos danos que pode causar à população, com uma possível onda de casos de reinfecção e maior carga viral por indivíduo.
Vamos esclarecer a eficácia da coronavac? O cálculo correto é aquele que segue o protocolo, que foi definido ANTES da coleta de dados.
Isto é importante para que ninguém experimente maneiras novas de calcular e use a que mais convém. As regras para este cálculo foram definidas antes de começar o jogo.
A análise estatística prevista no o protocolo static-content.springer.com/esm/art%3A10.1…, calcula a eficácia utilizando os tempos de exposição de cada voluntário até os desfechos via modelo de risco proporcionais de Cox.
Muitas perguntas chegaram até nós ontem. Essa thread tenta responder a maioria delas. 👇👇🧵🧵
Nos últimos dias temos ouvido falar bastante sobre a eficácia das vacinas. E esta é uma medida importante com certeza.
Mas muito mais importante do que saber como calcular a eficácia da vacina, é entender como a eficácia impacta nossas vidas e como a eficiência e efetividade são fatores pelos quais nós deveríamos estar muito mais preocupados e prestando mais atenção.
A vacinação pode evitar a infecção, evitar adoecimento ou ambos. No caso das vacinas mais avançadas em testes e já em uso contra a COVID 19, nós podemos dizer que são vacinas:
Eficácia da Coronavac! Esse tem sido o assunto, levantando comparações com outras vacinas para o Sars-Cov-2. Mas afinal, qual é o significado e a relevância de uma eficácia global de 50,38%? 👇🧵
Este número mostra que o risco de se desenvolver sintomas da Covid em pessoas infectadas foi reduzido pela metade no grupo vacinado com Coronavac.
Temos muito a comemorar com esse resultado, considerando também que o risco dos infectados precisarem de atendimento médico teve redução de 78% no grupo vacinado e que a probabilidade de efeitos adversos é baixíssima.
As vacinas contra COVID-19, como as demais, são um bem comum e portanto devem ser encaradas dessa forma quando pensadas como variável essencial da saúde pública. Segue o fio e entenda por que a vacina deve ser pensada como política de Estado. 🧶🧶👇
Para vencer a pandemia é preciso interromper a cadeia de transmissão viral. Essa interrupção só acontecerá quando mais pessoas tiverem acesso às vacinas contra COVID-19 e puderem ser imunizadas.
A interrupção da cadeia de transmissão do vírus depende, em outras palavras, do efeito coletivo das vacinas, que se obtêm através da imunização de uma parcela da população. O cálculo de qual seria essa parcela se baseia em métodos científicos.