Entramos agora na mesa Desinformação e Ética em Divulgação Científica
com Ricardo Alexino Ferreira e Valeria Adinolfi!
E eu na mediação
Ricardo já começa com dois pés no peito falando do absurdo que é termos cerceamento de posicionamentos e presta sua solidariedade ao reitor da UFPEL <3
Ricardo Ferreira nos traz os discursos científicos e como eles constituem sujeitos e têm impactos sociais que devem SEMPRE ser levados em conta quando se fala em comunicação científica.
Falar da eugenia impregnada na ciência no séculos XIX e XX (e até hoje, diga-se) sempre +
mobiliza como pesquisadora e divulgadora científica!
O que isto tem a ver com ética e responsabilidade de conteúdo?
É fundamental percebermos que nossa percepção (incluindo científica) é permeada por conceitos e preconceitos da época que vivemos! E isto tem impacto e efeitos+
sociais
Cada fala, post, escrito, vídeo, imagem tem efeitos. Precisa ser pensada para o público que dialogamos!
É nossa responsabilidade a divulgação de informações científicas que combatam racismo, misoginia, bem como elementos de estruturas sociais hierarquizantes e vinculadas+
a elites econômicas e culturais que ainda legitimam e perpetuam pobreza e desigualdade social.
eu to feliz pela fala do @AlexinoRicardo?
Eu não sei nem expressar o quanto eu me emociono quando apontam a ferida da ciência e da comunicação científica em relação às questões de eugenia, racismo, misoginia. Me emociono positivamente, pois sinto que há mais gente empenhada em efetivamente não passar pano na ciência e +
trazer à tona um debate que é espinhento, que diz respeito ao silenciamento não só de conhecimentos de populações tradicionais - mas sua produção cientifica no teor mais acadêmico também.
E isto segue sendo fundamental - não é dar espaço, é EXIGIR equidade e igualdade de espaços+
não é pseudocientífico apontar o silenciamento e apagamento de saberes tradicionais. É perceber-se negligente, opressor e racista quando nos auto-intitulamos melhores e dizemos que não há conhecimento válido.
Inclusive colocamos pessoas que debatem com opiniões estilo +
"formar jornalista que saiba ler um estudo de saúde é difícil e leva tempo" @marivarella aponta para uma questão crucial da comunicação científica! A formação precisa de acurácia e especificidade. E isso é fundamental!
Informação para ser trabalhada precisa TEMPO. #sdcunicamp
@leandrotessler falando sobre formação de redes, a gente gosta sim ou com certeza?
E ainda passa para a @mellziland
A gente tá aqui aguardando já maravilhado a resposta! #sdcunicamp
- Ah mas é que no Brasil não tem jeito, atrasaram as vacinas
Falou o cara que tá no méxico viajando à passeio.
Vacina não vai resolver nada gente, enquanto não decidirmos SENTAR A BUNDA NA CADEIRA e ali permanecer!
Duas coisas sobre este episódio:
1) Ah Ana, mas é que precisa sair prá trabalhar:
quem vai pro méxico turistar no meio da pandemia não deve lá ter tido problemas para ficar em casa na pands. (garanto minha palavra por este)
se falar de saúde mental leva uma biaba, na boa
2) As pessoas sabem do risco né, só ler+
não. Não sabem!
- ah mas eu já me contaminei;
- ah mas eu to usando máscara pff2 no avião;
- ah mas eu não saio do quarto do hotel sem máscara
- ah mas eu passo álcool em gel nas mãos
Na live que tive na quinta, sobre retorno das aulas, eu falei sobre não olhar para a taxa de ocupação de UTI mas acompanhar isso e as internações em um tempo. Isto é: se está crescendo ou diminuindo. O @schrarstzhaupt me fez entender que olhar a internação no dia é muito pouco+
Como dado para pensarmos o que está acontecendo.
Pois bem, ao ver os documentos do estado de São Paulo, lá estava como indicador de abertura e fechamento: taxa de ocupação de leito de UTI. Eles não usam (ao menos não indicam o uso) deste tipo de estudo que o Isaac mostra todos +
Os dias aqui no Twitter e nas mídias em que é convidado a falar.
E é interessante pq claramente estes dados não são apresentados pelos governos e são imprescindíveis para gerirmos uma crise como esta.
Lembra do Fio que eu fiz sobre políticas públicas e dados estatísticos? Pois é+
1/10
Eu tenho lido bastante (novidades, Anénha) sobre EPIs, os protocolos de retorno às aulas, protocolo das cores pintadas nos mapas, máscaras (pands-way-of-life)
E seguido eu escuto: "as pessoas sabem, as informações estão aí, só ler" resolvi fazer um fio sobre isso? Sim!!!
2/10
1º que todo mundo que já deu aula na vida sabe que "eu falei disso" não faz sentido pois na primeira prova simplesmente aparecem absurdos sem igual que não temos IDEIA de onde vieram aquelas palavras encadeadas como a rica fuça dos nossos alunos (saudades inclusive)+
3/10
Por outro lado, ao longo da pandemia também acumulamos informações e as modificamos! Conforme se complexificavam as informações, estudos, artigos, tornou-se (mais) impossível acompanhar tudo. O que temos dito nas redes? ACOMPANHE CANAIS E DIVULGADORES QUE TU CONFIAS E VAI!+
1/10 Vou dar um exemplo muitíssimo simples de como considero complicada a questão da abertura das escolas. Vou usar O Protocolo Sanitário de SP (imagem) como questão: só este item de *Higiene Pessoal
1 - "Exigir o uso e/ou disponibilizar os EPIs necessários" ...
RECOMENDÁVEL+
2/10 Bom, se é "recomendável" os EPIs não deveriam ser "necessários". Uma contradição boba, a princípio. No entanto, junto com o "exigir o uso" e uma condicional de disponibilizar EPIs aponta que não é dever da escola nem cobrar o uso, nem fornecer o EPI para tal atividade.
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3/10 EPI = Equipamento de Proteção Individual.
Em tarefas que oferecem risco ao trabalhador e existem EPIs que os protegem disto é tarefa do empregador fornecer estes materiais e cobrar sua utilização de forma correta - normalmente com treinamento específico disto, inclusive.
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