Como comentei hoje, a suspensão NÃO quer dizer que os eventos estão relacionados com a vacina. É um momento para estudar, a partir de análises robustas, se evento A tem relação de causa-consequência com a vacina A. Já aconteceu antes, exemplos abaixo:
Por fim, convido a relembrar esse fio, que traz muito a reflexão de 2 coisas acontecendo em momentos próximos não significa necessariamente que tem relação de causa-consequência entre si:
Nova variante (ainda não é VOC) circulando no BR, com pontos em comum com a P.1/P.2 (mutação E484K, por exemplo), porém, descendente de uma linhagem diferente! (enquanto variantes P descendem da B.1.1.28, essa descenderia da B.1.1.33)
Preprint de um excelente estudo realizado pelo @azavascki e colaboradores mostraram que 24 (88,9%) das 27 amostras testadas em Fev/21 foram positivas para a P.1! Apesar de temporalmente coincidir com aumento das hospitalizações, não podemos associar como causa.
O comportamento da população, as quais são vetores do vírus, tem um papel fundamental no enfrentamento da pandemia. Se as pessoas se aglomeram, não usam ma´scara ou praticam medidas de enfrentamento, a transmissão aumenta, mais gente infectada e hospitalizações são vistas
O estudo é muito bom por nos dar uma visão que imaginávamos e temíamos: A P.1, além de estar em transmissão comunitária em Porto Alegre, já é muito presente em pessoas infectadas pelo vírus.
1) Registro da vacina da AstraZeneca/Oxford (já estava em aprov. uso emergencial) com etapa de fabricação no Brasil -> Maior autonomia e acesso a vacina
2) 1º registro de medicamento com indicação contra a COVID-19 (Remdesivir)
- A @anvisa_oficial destaca que não recebeu pedido de autorização de importação/uso emergencial/registro por parte da Moderna
- Sobre a Sputnik-V: pedido para realizar estudo clínico no Brasil (exigências ainda não respondidas) e o pedido pra uso emergencial foi devolvido
Foi solicitado dados das investigações e está no aguardo deles para proceder com a análise
- Sobre a COVAXIN: destaca que não recebeu pedido de autorização uso emergencial. Reunião no dia 15 pode delinear melhor as estratégias.
Notícia da Novavax! Análise final revela 96% de eficácia contra a cepa original de COVID-19, prevenindo agravamentos no grupo vacinado! E tem mais dados da eficácia em relação as variantes de atenção B.1.1.7 e B.1.351!
Vamos ver?
A eficácia final de 96,4% foi observada contra doenças leves, moderadas e graves causadas pela cepa original do SARS-CoV-2 em um ensaio de Fase 3 realizado no Reino Unido (UK) com 15.000 participantes de 18-84 anos
Para a variante B.1.1.7, a eficácia observada foi 86,3%. Dos 106 casos, 10 foram no grupo vacinado e 96 no grupo placebo.
5 casos graves foram observados somente no grupo placebo e desses 5, 4 eram em decorrência da B.1.1.7
Uma *excelente* notícia no dia de hoje: a vacina da Pfizer é 94% eficaz na prevenção de infecções assintomáticas! Esse dado pode dar alguns indicativos de que a vacina pode reduzir significativamente a transmissão do coronavírus!
Além disso, a @pfizer também anunciou que a vacina apresentou 97% de eficácia na prevenção de doenças sintomáticas, casos graves e morte, 2 semanas após a administração da 2ª dose.
Os dados vieram da análise da vacinação em Israel, um dos locais de maior sucesso na vacinação em massa, atualmente, ja observando o impacto e benefícios da vacinação em parâmetros como hospitalizações e na transmissão do vírus bbc.com/news/world-mid…
Quando temos uma variante mais transmissível, mais pessoas vão se infectar, mais pessoas vão precisar do sistema de saúde (que sobrecarrega quando passa do limite) e vemos uma mortalidade maior.
Estudo na @bmj_latest mostrando esse cenário para B.1.1.7
Segundo o estudo, o risco de mortalidade associada à infecção com B.1.1.7 em comparação com a infecção com variantes circulantes anteriormente foi de 1,64, representando um aumento nas mortes de 2,5 (antes) para 4,1 (B.1.1.7) por 1000 casos detectados.
O artigo comenta, ao final da discussão/conclusão, que segundo os dados, é *possível* que a B.1.1.7 leve a um aumento na letalidade. O estudo tem muitas limitações (nº de participantes, viés de seleção, não considerou comorbidades associadas...), mas traz um dado preocupante