O prefeito de São Sebastião, Felipe Augusto (PSDB), é um caso a ser investigado. No início de março, foi contra o lockdown: "Não dá para ficar fechado" por causa das "perdas de arrecadação" no município. Agora, anunciou o colapso total do sistema de saúde do município. 1/4
Em 5 de março: "A taxa de ocupação de UTIs é baixíssima, temos só duas pessoas intubadas, uma há mais de 20 dias e a outra intubada ontem”. Nove dias depois: "Não tem mais vaga na UTI de São Sebastião e não temos mais médicos intensivistas para atender a essa grande demanda." 2/4
Em 5 de março: "Não dá para ficar fechado." Nove dias depois: dos 20 internados na UTI, 11 estão intubados. As vagas de emergência zeraram. Dos 53 pacientes, 15 eram crianças. 3/4
As declarações do prefeito de São Sebastião no dia 5 de março foram publicadas pela @folha, aqui: cutt.ly/BzMoLfs. As declarações de nove dias depois foram publicadas pela @atribunasantos, aqui: cutt.ly/tzMo7Rq 4/4
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Quero contar uma história. O dia 11 de maio de 2017 foi uma 5ª. Como repórter especial do @NexoJornal, acompanhei o depoimento de Lula ao juiz Sergio Moro no caso do tríplex. Saí da redação com o dia amanhecendo, depois de analisar as cinco horas de depoimento. 1/14
Hoje revisitei o texto escrito naquela madrugada. O depoimento não foi ao vivo. A 13ª Vara só liberou os vídeos depois do fim da conversa entre Moro e Lula. Por isso, atravessei a noite trabalhando. É importante rever a cobertura, à luz das críticas feitas à imprensa hoje. 2/14
Meu texto é público, obviamente, e está disponível para leitura no link abaixo. Cada um pode ler e tirar suas conclusões. A minha é a seguinte: não lembro de ter produzido um relato mais equilibrado sobre política brasileira em toda a minha vida. 3/14 nexojornal.com.br/expresso/2017/…
Minutos depois do discurso de Lula, Bolsonaro, grande antagonista político nas projeções para 2022, se pronuncia no Planalto. Presidente diz que criou o "maior programa social do mundo" e se antecipou na compra por vacinas, o que contraria relato dos próprio laboratórios.
Bolsonaro enaltece vacinas, não minimiza pandemia, não critica a China, não fala em mimimi, não chama brasileiros de maricas e alerta para o fato de que vacinados também podem contrair o vírus. Discurso do presidente bascula radicalmente. Fala em apoiar "vizinhos na Am do Sul".
Bolsonaro troca "atendimento precoce" por "atendimento imediato". Recomenda coquetel de remédios cuja eficácia não é comprovada e cita amostragem informal de funcionários públicos que teriam se salvado graças a produtos como a cloroquina.
Lula escolheu começar mostrando face humana, conciliadora e cheia de empatia pelos mais pobres, pelos parentes de mortos na pandemia, sem rancor com seus adversários judiciais. Busca contraste com posição raivosa de Bolsonaro e manda afago a militares e policiais.
Primeira menção internacional do discurso vai para @alferdez, presidente da Argentina, que sempre falou em favor de Lula, visitou-o na cadeia e intercedeu pelo petista em visita ao Para Francisco. Bolsonaro e Fernández terão encontro em 26 de março, em Buenos Aires.
Lula menciona título de cidadão parisiense dado a ele pela socialista Anne Hidalgo no ano passado. Eu estava presente neste dia, e vi Lula dizer aos franceses que a Lava Jato era uma operação da CIA. Andava viciado na piada do "tesão de 30 anos".
O Brasil deve ter um tipo muito peculiar de caçador – o sujeito que compra 60 revólveres e pistolas, em vez de usar rifles e espingardas, como se faz em outras partes do mundo. Armas de cano curto são feitas para matar pessoas num alcance ideal de até 7 metros. Caça é conversa.
“No Reino Unido, você pode legalmente ter um rifle ou uma espingarda, mas você não pode ter uma arma curta”, me disse ontem, por telefone, o pesquisador americano Aaron Karp, um dos maiores estudiosos de dados sobre produção e comércio de armas no mundo.
“Na Índia, por exemplo, é possível que uma pessoa tenha até três armas, e é muito comum nesses casos a pessoa ter uma arma curta [pistola, revólver], um rifle e uma espingarda. E a Índia não faz distinções entre praticantes de tiro esportivo ou outros cidadãos”, disse.
Fiz oito perguntas ao chanceler @ernestofaraujo com o compromisso de publicar a íntegra de suas respostas, sem edição. O resultado foi publicado hoje e pode ser lido abaixo. Na sequência, faço alguns comentários sobre os bastidores. 1/6 nexojornal.com.br/entrevista/202…
Essa entrevista é resultado de mais de 60 dias de tratativas, período no qual o @ItamaratyGovBr tentou saber de antemão quais seriam as perguntas, para só então decidir se concederia a entrevista ou não. 2/6
Quando o ministro passou a fazer ataques à imprensa, aplaudindo o discurso em que o presidente Bolsonaro manda os jornalistas "à puta que o pariu", resolvi contar numa thread que Ernesto criticava a imprensa em público, mas vinha fugindo de entrevistas nos bastidores 3/6
Como jornalista, tive incontáveis pedidos de entrevista negados ao longo da carreira. Isso é normal. Mas a última negativa é digna de nota, porque revela a essência do atual governo brasileiro. Hoje faz 50 dias que pedi uma entrevista ao @ItamaratyGovBr. Veja só: 1/15
A proposta era simples: saber "qual o sentido da nova política externa brasileira", tal como havia sido chamada em seminário pelo presidente da @FunagBrasil, o sr. Roberto Goidanich. Se havia um conceito sobre "a nova ...", eu queria saber qual é. 2/15
A entrevista podia ser com o sr. Goidanich ou com qualquer outra autoridade do Itamaraty, incluindo o próprio chanceler @ernestofaraujo. Qualquer um que me explicasse o que é a "nova política externa brasileira", tal como anunciada. 3/15