na real, o negócio é explicável, por dois principais motivos: a) momentos de crise como essa, possibilitam o grande capital - quem manda de verdade - engolir o pequeno e médio, acelerando a concentração e centralização de capital. Esse processo permite ampliar a escala e +
o domínio de mercado e potencializar o lucro. No grande varejo brasileiro, por exemplo, tá acontecendo um acelerado processo de crescimento dos maiores grupos econômicos a partir disso. O segundo motivo, mais político que econômico, é que para o capitalismo o Estado +
garantir renda para as pessoas ficarem em massa, realizar reconversão industrial, realizar operações em grande escala de logística e controla processos econômicos para estabilizar preços, como alimentos, é perigoso. Mostra para o grande público duas coisas centrais +
1) a tal da "iniciativa privada" não é tão necessária como se diz normalmente. 2) O Estado, ao contrário do discurso hegemônico, não é só um reino de corrupção e ineficiência. Controlar ao máximo a iniciativa pública, mesmo nesse momento, é instinto de classe da burguesia.
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cresce a cada dia as falas sobre esquecer quem apoiou Bolsonaro. Nos próximos meses, pregações como "todos juntos" e "não é questão de esquerda e direita" vão aumentar. Qual é o significado desses pedidos de esquecimento?
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A ideologia jurídica burguesa diz que todos são iguais, cidadãos, onde o meu voto vale o mesmo que o dono da Rede Globo. Na prática, porém, não é assim. Eu, professor, trabalhador, pobre, não tenho os mesmos meios para influenciar a política que um bilionário.
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Não tenho cadeia de TV, rádio ou um grande jornal; não financiou partidos políticos; não controlo instituto de pesquisas etc. No plano jurídico, somos iguais, no mundo real, não. Nesse sentido, é ilusão falar abstratamente em "eleitor de Bolsonaro".
Toda vez que chamo o Governo Bolsonaro de liberal-fascista, alguém aparece dando chilique dizendo que não é possível ser liberal e fascista ao mesmo tempo. Será mesmo? Vamos traçar um breve retrospecto de como chegamos aqui.
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A partir do final de 2013, começa uma gigantesca campanha nos monopólios de mídia pelo ajuste fiscal antipopular. O discurso único é que o país estava quebrado, tinha gastado demais e que agora era o momento de "arrumar a casa".
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Nesse meio tempo, Veja, Folha de SP, Estadão, Jovem Pan, Record, Globo e afins, intensificaram a promoção de um pensamento reacionário contra o Governo do PT. Lembre-se que Rodrigo Constantino e Olavo de Carvalho eram louvados nos monopólios de mídia
Por meio do site do Ministério da Defesa, o governo Bolsonaro publicou no dia 31/03/2020 uma nota comemorando o golpe militar iniciado no 1º de abril de 1964. Um golpe que silenciou, torturou e assassinou milhares de mulheres e homens que lutavam por democracia.
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Em ação do mandato federal de @Nataliabonavides (PT-RN), a Justiça Federal do RN proibiu o Governo de fazer propaganda, apologia e comemorar a ditadura. Contudo, a União recorreu e haverá novo julgamento amanhã, 17 de março.
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Neste momento, em que milhares de vidas estão novamente sendo rifadas pela política genocida da Presidência da República, é hora de defendermos a vida, a justiça e a memória.
Postei hoje mais cedo um vídeo de Ciro Gomes fazendo uma fala errada sobre questão racial. No insta, apareceu um monte de gente falando de "coroné" e "coronel". Expliquei, pacientemente, que isso é puro preconceito com o Nordeste. Tão me xingando inbox e chamando de cirista rs
o conceito clássico de coronelismo tá ligado a grande propriedade latifundiária como principal atividade da região, cidade ou estado e o poder econômico do latifundiário se ramificando e fundido com as instituições políticas, impondo formas de dominação pessoal e extra-econômica.
O processo de modernização do coronelismo passou por o poder político e econômico, ainda fortemente marcado pela grande propriedade de terra, se atualizar adquirindo, por exemplo, grandes meios de comunicação e empreendimentos econômicos avançados (como indústrias).
O capitalismo significa, dentre outras coisas, uma mercantilização universal de tudo, inclusive da vida. Compare, por exemplo, a expectativa de vida média num bairro rico e numa favela. Durante a pandemia não é de se estranhar mercantilizar a vacina - ou seja, a vida
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No Equador, o governo liberal comprou 6 mil vacinas e imunizou antes de todo mundo os altos funcionários do Estado e seus amigos da burguesia. Na Flórida, o governador é acusado de priorizar a vacinação das elites locais (elites, inclusive, brancas)
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do berço ao túmulo, a classe não explica tudo, ela estrutura o todo, como disse Jaime Osório. O falso dilema entre "vida ou economia" nada mais foi do que o capital, na sua lógica, dizendo: acumulação capitalista não pode parar. Não pode parar nunca.
Um dos problema da cultura política e institucional do mundo acadêmico brasileiro é tomar como sinônimo de cientificidade moderação política e de linguagem. Políticas econômicas, como o teto de gastos, vão matar gente. Mas não pode dizer isso. Tem que dizer apenas que é erro
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Assim como não pode, também, dizer o óbvio: a PEC 186/2019 foi projetada para congelar salários e atacar o serviço público. Para parecer científico, tem que dizer que na letra da lei, PODE congelar, mas não vai necessariamente, desconsiderando todo clima político do país
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Também é necessário tratar como erro, equivoco, e não projeto, a política de extermínio da população negra e os mais de 300 mil encarcerados sem julgamento. Falar de projeto político de dominação faz parecer "radical demais" - também não pode falar de imperialismo etc.