Para começo de conversa, é uma tragédia que a essa altura ainda achem que de alguma forma dar mais poder ao estado para combater a pandemia vá resultar em poder na mão de pessoas técnicas.
Os signatários do movimento parecem realmente acreditar que os mesmos políticos que são incapazes de operar em condições normais, e que se mostraram desastrosos na pandemia, vão conseguir coordenar um combate técnico e eficiente.
Basta voltar aos gastos feitos em 2020 e temos o fato: feitos com nenhum critério, extremo desperdício, corrupção e mobilização eleitoral.
Querer que o estado gaste novamente para isso é querer repetir 2020. Não é nem um pouco razoável achar que vai funcionar.
Voltar a discutir mais gastos e mais intervenções a essa altura só abre a porta para que deputados e senadores encontrem ainda mais formas de desperdiçar recursos e comprar votos.
Segundo, a defesa de lockdown disfarçado de “distanciamento social”. Vamos aos fatos simples: não tem dinheiro.
Pessoas não tem dinheiro para se sustentar. Empresas estão falindo. Milhões de empregos exterminados e que demorarão a voltar.
Empresas de todos os portes simplesmente não suportam mais essa insanidade. Brasil normal já é desafiador. Brasil pós pandemia será pior. Não tem como. Fim.
“Mas o estado poderia ajudar”
Volte ao ponto 1.
Ajuda estatal a empresas só daria na mesma lambança inútil de gastos de 2020. Isso sem contar o fato de que o Brasil está massivamente endividado.
Estados e municípios também estão com as contas em caos. Não a toa estão encontrando formas de subir impostos.
Felizmente o fato de estarem falidos foi o que os impediu de fechar ainda mais, e felizmente está se fortalecendo um movimento de postergar ou cancelar impostos em caso de lockdown.
A única saída real que o Brasil tem agora é acelerar o ritmo de vacinação. Problema é que isso depende de uma pessoa: o presidente. E de seu Ministro-Cone da Saúde.
Isso é Brasil. Tudo está centralizado em Brasília. Mudem isso.
Bolsonaro e seus cones não estão vacinando numa velocidade minimamente adequada. Ok, contornem isso.
Defendam a aprovação imediata de um PL ou PEC que autoriza estados, municípios, empresas privadas e sociedade civil organizada a vacinarem.
Todos poderão importar vacinas, elas não poderão ser confiscadas pelo governo federal, e podem ser distribuídas de maneira descentralizada.
Se tivéssemos feito isso no meio de 2020, o Brasil seria hoje um dos países mais vacinados do mundo.
Empresas já se mostraram dispostas a participar disso. E foram barradas em praticamente todos os pontos por ideologia burra de gente que defende regimes genocidas em outros países.
Imagine se Magalu, ML, Amazon, Carrefour, Big, Pão de Açucar entram no jogo?
É perfeitamente possível aprovar isso em HORAS. O regimento permite. Tanto é que quase aprovaram a PEC da Impunidade em horas.
Bolsonaro é um incompetente? Sim. Então tirem o poder dele e dispersem por toda a sociedade. Não peçam mais estado.
Numa crise você precisa enfrentar os fatos brutais da realidade.
Não o governo não vai virar técnico ciência responsabilidade. Aceite.
Não, não tem dinheiro para lockdown etc e vai dar revolta. Aceite.
Acelerem a vacina. Passem um PL segunda feira e descentralizem isso.
Nota: eu estou argumentando lockdowns do ponto de vista fiscal meramente porque esse é o fato consumado.
Argumentos de direitos, dados etc embora tecnicamente melhores são inefetivos a essa altura do "debate".
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Uma das principais reclamações da PEC Emergencial é que ela afeta mais o professor de escola e menos o juiz federal e o político.
Sim. Isso se chama estado.
Estado é uma relação parasitária onde quem o controla vive do dinheiro de quem paga imposto.
O parasita bem sucedido é aquele que consegue permitir que seu hospedeiro continue vivo, e até que se desenvolva, para que mais recursos estejam disponíveis para serem parasitados.
O parasita mal-sucedido é aquele que mata o hospedeiro. É para onde o Brasil se encaminha.
Nesse processo, quem realmente detém o poder da estrutura parasitária (o estado) reconhece que para a manutenção dessa relação, "sacrifícios" precisam ser feitos.
A esquerda está putaça com a Tábata Amaral porque ela é o que eu chamo de "Esquerda que sabe ler planilha".
Ela quer um estado que cuide de um bando de coisas sim. Só que ela sabe ler as planilhas de gastos e tendências do Brasil e entente que como tá, o país quebra.
Por isso ela é favorável a algumas reformas, como a da Previdência e a PEC Emergencial.
Ela entende o que deveria ser básico: se o governo quebrar, todos os programas sociais etc capotam.
Tábata, porém, é uma raridade.
A esquerda não sabe ler planilhas básicas ou interpretar gráficos. Orçamento é coisa de fascista, planilha é o retorno do nazismo.
Querem que tudo funcione na base da vontade política, fé em Marx e na impressora e bundaço.
A parte absolutamente hilária desse estudo é onde eles acham que vão taxar 95 bilhões de reais dos 1% mais ricos do país e esses ricos vão ficar no país, pagar tudo certinho e não tentar desviar de alguma das milhares de formas disponíveis.