Pessoal, agora estão dizendo que Araraquara, mesmo com o Lockdown, está tendo internações. Gente...sério? Vejam a mobilidade de Araraquara. Esperavam o que ao flexibilizar antes de reduzir bem a incidência? //1
Vejam aqui os casos...o lockdown, que aconteceu por um período muito curto, de apenas 10 dias (21/02/2021 a 02/03/2021) baixou a taxa de crescimento. Mas ficou negativa? não. Ficou ainda acima da linha do zero e a mobilidade já voltou.
Resultado? Nova tendência de aumento. //2
Não há milagre. Quando a incidência está alta, o lockdown leva mais tempo para reduzir os casos. Se fizer assim, fica mal feito e volta. Tem de reduzir até a taxa de crescimento virar taxa de queda, passar da linha do zero. Era só ter acompanhado isso antes de abrir. //3
Por fim, expliquei aqui como é esse tempo usando os fechamentos do Reino Unido:
Cada dia que se espera pra fechar são dias a mais que terá de ficar fechado, ou que as pessoas vão começar a ficar em casa de medo. //4
Vejam a linha do tempo:
- Internações começaram a estourar em 06/02/2021;
- Pessoas começaram a não ir mais ao comércio dia 10/02/2021;
- Pessoas começaram a ficar mais em casa a partir de 14/02/2021;
- Lockdown iniciou em 21/02;
- Lockdown finalizou em 02/03; //5
- Pessoas deixaram de ficar em casa a partir de 08/03;
- Comércio começou a voltar o movimento dia 10/03;
- Taxa de crescimento reduziu até 15/03;
- Hoje é 23/03 e temos reversão na taxa de crescimento, podendo trazer novo aumento de casos. //6
É algo físico: mais pessoas em contato com mais pessoas em um ambiente compartilhado com um vírus respiratório bem transmissível, acontece isso. //7
E as internações estão levando um tempo para que a pessoa saia da UTI, seja por óbito, infelizmente, ou cura. Provavelmente as pessoas internadas hoje sejam pré ou durante lockdown, devido a uma incidência alta. Deixar o contágio crescer custa CARO. Espero ter ajudado! //fim
Um adendo importante: isso não é um estabelecimento de relação causal. Não é! É apenas a inserção de mais fatores para demonstrar que a mobilidade não está alinhada ao decreto. Esse fio do mestre @josenalencar mostra bem:
Olá, pessoal! Vi que algumas pessoas ficaram, quase que ao mesmo tempo, dizendo que havia mais uma "cidade mágica" onde a COVID-19 não atacava. Dessa vez era São Lourenço, em MG. Fui dar uma olhada pra ver. Sigam o fio: 🧶//1
A primeira coisa que fui olhar, antes de tudo, foi a mobilidade, para ver como a cidade estava em relação ao pré pandemia. Percebi que a mobilidade de transporte público e comércio se manteve baixa desde janeiro. //2
Também percebi que teve um grande aumento em mercado e farmácias e, desde o final de fevereiro, uma pequena queda em residências e um aumento de locais de trabalho, como se a cidade tivesse "saído do período de férias". //3
Oi, pessoal. Vou fazer uma atualização rápida das situações das regiões e dos estados brasileiros para que possamos ver juntos qual o tamanho dessa onda (é grande😔). Sigam o fio: 🧶 //1
Olhando o gráfico do Brasil vemos que continuamos com tendência de crescimento tanto de casos como de óbitos, e que a média móvel da taxa infelizmente continua apontando pra cima. Pra mudar isso hoje, só com restrições de mobilidade. //3
Pessoal, um ponto importante que eu acredito que valha a pena abordar: estamos em uma época dura (a mais dura até aqui), e ver tantas internações, histórias de hospitais e, principalmente, óbitos (cada vez mais perto) nos modifica em algumas coisas. Sigam o fio: 🧶 //1
O que estamos vendo ao nosso redor pode causar ansiedade, pânico, e até desespero em algumas pessoas. Temos de nos ajudar e nos confortar. O desespero não é algo simples, não é apenas choro, e ele traz um comportamento consigo: //2
Ele faz com que queiramos muito, muito, achar boas notícias: isso nos deixa mais permissivos com algumas notícias que ainda são muito incipientes, ou seja, estão em fase inicial. Vemos algumas notícias que não estão nem em um preprint e já saímos celebrando. //3
Mais de 2.200 óbitos notificados nas últimas 24 horas. Estamos novamente flertando com o crescimento exponencial. Na primeira onda, conseguimos frear o exponencial, e foi por pouco: 1,6% a menos na taxa de crescimento diário: redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/09/04/o-e… 🧶//1
O professor @PauloLotufo me lembrou bem que eu havia, ainda em agosto, escrito este texto, junto com a @laribrussa, e fez uma síntese muito boa aqui:
O que isso quer dizer? Que lá na primeira onda, graças a muitas pessoas que ficaram em casa e reduziram a taxa de transmissão, transformamos um crescimento exponencial em um crescimento linear. 1,6% a menos ao dia. na taxa de crescimento evitou mais de 1 milhão de mortes. //3
Pessoal, só em Porto Alegre existem 185 pessoas confirmadas com COVID-19 aguardando UTI.
Faço um apelo: busquem esses dados junto aos seus municípios. Além da ocupação, precisamos saber qual a velocidade de crescimento de novos doentes, para entender se há desaceleração. //1
Isso que vou falar pode parecer óbvio, mas para muitas pessoas não é: no momento em que há o esgotamento do sistema de saúde e não monitoramos o número de pessoas aguardando leitos, as internações em UTI "param de crescer" simplesmente por não ter mais leito. //2
Essa informação é importante para que possamos entender quais os efeitos das restrições de mobilidade atuais em cada local. Restringir mobilidade é duro e difícil, então NÃO DÁ PARA ERRAR. //3
Oi, pessoal. Hoje foi bem difícil, mais do que o habitual, mas atualizei os dados. Ver o resultado de meses de alerta acontecendo deixa a gente meio abalado, né? Sigam o fio para ver como está a epidemia aqui no país: 🧶 //1
Primeiro vamos dar uma olhada no Brasil como um todo. Percebemos casos E óbitos subindo, ultrapassando os dois pontos máximos anteriores. Percebam que a queda leve de casos de janeiro nem apareceu nos óbitos. Isso é provavelmente devido aos colapsos (aumenta a mortalidade). //2
A média móvel da taxa de crescimento de casos, que já era positiva, começou a crescer a cada semana. Como eu calculo isso em cima de casos notificados, e não temos como notificar a mais (só a menos, devido ao atraso), isso significa que a situação é *no mínimo* ruim assim. //3