Quais vacinas 💉estão sendo desenvolvidas no Brasil🇧🇷? Como elas são, quais instituições estão desenvolvendo? O que sabemos sobre elas?
Acompanha nesse fiozinho esse compilado de informações que exaltam a ciência nacional - que precisa de investimento! 👇
Segundo informações do Ministério da Saúde*, o país tem atualmente 17 projetos de pesquisa para uma vacina nacional contra a COVID-19. Algumas fontes, como o @dw_brasil mencionam mais de 20 estudos**
Eles encontram-se na fase pré-clínica, ou seja, ainda não investigados em humanos. Recentemente, a Butanvac e a Versamune, dois imunizantes desenvolvidos no país, solicitaram para a @anvisa_oficial a aprovação para o início dos ensaios clínicos no país redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/05/25/des…
Vamos começar falando da Versamune: esse imunizante usa proteínas recombinantes do SARS-CoV-2 dentro de nanopartículas. Parecida com a Novavax!
O @ocienciaetal explica super bem nas imagens abaixo e no fio:
A Versamune é desenvolvida pela faculdade de medicina de Ribeirão Preto, da USP, em parceria com a Farmacore e a PDS Biotechnology, dos Estados Unidos. A previsão é de uma produção completamente brasileira, mas precisamos de investimento em ciência.
Outra recentemente noticiada é a Butanvac, desenvolvida pelo @butantanoficial e tu pode conferir detalhes nesse fio do @ocienciaetal que traz várias infos bacanas:
O @butantanoficial também solicitou a aprovação para o início das investigações clínicas para a @anvisa_oficial. A tecnologia é fruto de um consórcio internacional e poderemos usá-la no Brasil!
Os 11 projetos têm participação de ao menos 9 instituições de pesquisa – em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná!
@butantanoficial (SP): 3 projetos + 1. Este último é desenvolvido em parceria com a Fiocruz em Minas Gerais, a @ufmg e o INCTV, também em Minas. Também tem participação do Instituto de Ciências Biomédicas e da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, ambos ligados à @usponline.
Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP: 3 projetos
Fiocruz/Manguinhos (RJ): 2 projetos
Universidade Federal do Paraná (UFPR): 1 projeto
Instituto do Coração (Incor) da USP: 1 projeto
Esses projetos utilizam diferentes tecnologias, como mostrado na imagem abaixo, desde vacinas de material genético, vetor viral, proteínas ou vírus inativado
Apesar de ser uma referência mundial em produção de vacinas – com transferência de tecnologia, principalmente, para Butantan e Manguinhos –, o Brasil nunca conseguiu desenvolver, do zero, uma vacina 100% nacional 🥺 blog.saude.gov.br/index.php/5293…
MAS POR QUÊ?
Segundo os pesquisadores que lideram os projetos nessa reportagem do G1, a dificuldade do acesso a parte da tecnologia até a falta de vontade política.
Nossos recursos a ciência, bem como a ciência, sofrem constantes ataques.
Dos 4 projetos do Butantan, 2 são baseados em ovo – um dos quais está mais adiantado (Butanvac) e é feito em parceria com a rede de hospitais Mount Sinai, nos Estados Unidos (ver explicação mais acima de como funciona)
As outras propostas combinam uma proteína do coronavírus com uma da BCG – a vacina da tuberculose –, mas ainda está em fase bastante inicial. A quarta pesquisa recombina o coronavírus com o vírus Influenza, e também ainda é inicial
@butantanoficial + Fiocruz-Minas
Aqui, a tecnologia foca no uso de vetores virais, que incluem o gene da proteína S (Spike), que o SARS-CoV-2 usa para infectar as células, no genoma do vírus Influenza, que causa a gripe.
A abordagem de usar alguns recursos conhecidos do influenza tornam essa vacina super interessante. Ricardo Tostes Gazzinelli, que lidera a investigação, traz uma explicação super legal:
A ideia aqui é que a vacina seja bivalente – que sirva tanto para o Influenza como para o SARS-CoV-2.
Famoso 2 vírus em 1 vacinada só!
Instituto de Ciências Biomédicas da USP (ICB)
O ICB tem 3 estratégias, todas ainda em estudos pré-clínicos, sendo testadas em camundongos.
1ª) Os pesquisadores colocam a informação genética do SARS-CoV-2 em bactérias para que elas produzam três proteínas do vírus: A, S e N.
A vacina é combinada com adjuvantes (que reforçam o efeito imunizante) e testada nos animais.
2ª) As nanovacinas: as proteínas são organizadas em nanopartículas – em vez de ser a proteína "pura", é como se fosse um complexo – e testadas em animais. jornal.usp.br/ciencias/nanov…
3ª) As vacinas com material genético. Uma usa DNA (de plasmídeos, uma molécula que ocorre normalmente em bactérias) e a outra usa RNA mensageiro (como a Pfizer, Moderna). agencia.fapesp.br/icb-usp-desenv…
[FIO EM CONSTRUÇÃO]
Fiocruz/Manguinhos (RJ)
1ª proposta: vacina com base em peptídeos (partes de proteínas) sintéticos do SARS-CoV-2 capazes de induzir a produção de anticorpos específicos e ativar as células T!
2ª proposta: vacina de subunidades, que utiliza pedaços de proteínas capazes de estimular a resposta imune. Essa versão testa diferentes construções da proteína S. A ideia é que o corpo crie os anticorpos necessários para se defender quando tem contato com essa proteína.
Universidade Federal do Paraná
Para a produção da vacina, é retirada uma proteína do SARS-CoV-2, e transferida para uma bactéria, que produz mais proteínas. Depois, as proteínas são associadas a um polímero chamada de polihidroxibutirato (conhecida pela sigla PHB).
Segundo o coordenador da pesquisa, Marcelo Müller, para o G1, o uso do PHB pode conferir uma estabilidade maior, bem como um maior reconhecimento pelo sistema imunológico, além de um possível efeito reforçador (que precisa ser + estudado)
Instituto do Coração (Incor)
Nesses projetos, as proteínas do SARS-CoV-2 são colocadas emnanopartículas, ou em uma plataforma chamada VLPs (sigla em inglês para "viral-like particles"), partículas semelhantes ao vírus.
O objetivo aqui é "imitar" o vírus, essas partículas são criadas a partir das proteínas do vírus, mas não são infecciosas, ou seja, não criam cópias de si no nosso corpo! Os melhores alvos foram estudados em mais de 200 pessoas que tiveram a doença
Ainda, há a possibilidade de desenvolvimento de uma versão nasal dessa vacina, ao invés de intramuscular. Isso poderia promover também uma imunidade de mucosa (no nariz, a principal "porta de entrada" do vírus), criando uma barreira para a infecção
Ainda, temos uma vacina que está sendo desenvolvida pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com o nome de UFRJ-Vac, que é de proteína recombinante (parecida com a Novavax e a Versamune) pfarma.com.br/coronavirus/62…
Os pesquisadores nesses projetos apontam que sem financiamento adequado em ciência, os obstáculos são imensos para termos nossa vacina nacional. Desde o próprio investimento, trazer tecnologias de fora (compra ou importação), entre outros fatores
Vou ir atualizando o fio porque tem muuuita informação super bacana. Mas a ideia era trazer essa perspectiva de que o Brasil tem um potencial imenso nesse cenário. Poderíamos ter sido um dos primeiros locais a desenvolver vacina pra COVID-19 se tivéssemos investido nisso.
Então, que todos nós tenhamos a consciência de que as nossas instituições, universidades tem uma qualidade altíssima. Temos profissionais primorosos dentro do país. Precisamos investir neles, em tecnologias e inovação, para termos respostas assertivas e rápidas frente a crises
Países que investem em ciência tem um desempenho melhor no enfrentamento da pandemia
Defenda a ciência, para ela poder estar presente quando mais precisarmos dela, como agora na pandemia!
Notícias super interessantes do estudo da CoronaVac no Chile! 🇨🇱
Além de ter apresentado um bom perfil de segurança, e resposta por anticorpos, a vacina parece induzir também formação de células (resposta celular) contra o SARS-CoV-2!
Os dados são de segurança e imunogenicidade de um estudo realizado entre 27 de Novembro de 2020 e 9 de Janeiro de 2021 com participantes de 18-59 anos em um grupo e acima de 60 em outro grupo. As doses foram aplicadas em um intervalo de 14 dias nos grupos vacina e placebo
Por unanimidade, a @anvisa_oficial autorizou nesta quarta-feira (31) o uso emergencial da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, contra o novo coronavírus!
A Janssen havia solicitado o uso emergencial de seu imunizante contra a Covid-19 no Brasil na quarta-feira (24). Com a decisão da agência, a vacina pode agora ser aplicada na população brasileira. cnnbrasil.com.br/saude/2021/03/…
Segundo @sputnikvaccine , dos mais de 1 milhão de residentes em Moscou vacinados, menos de 0,1% desenvolveram infecção por COVID-19 em mais de duas semanas após a vacinação completa. 76% desses casos são assintomáticos ou leves
No 🇧🇷 @anvisa_oficial concedeu certificação de boas práticas de fabricação para tanto a Sputnik-V (Inovat Indústria Farmacêutica/União Química), quanto a Janssen (Janssen-Cilag Farmacêutica),
No Painel da @anvisa_oficial vemos que o pedido de uso emergencial foi protocolado dia 25/03 com 62% dos documentos em análise atualmente, faltando a complementação de 18% dos documentos, e a entrega de 18,6% de outros documentos para a agência
Variante com mutações parecidas com a B.1.351 (África do Sul) foi detectada em uma pessoa de 34 anos em Sorocaba, sem histórico de viagem dentro ou fora do Brasil
Primeiro de tudo: precisamos entender se *realmente* é a B.1.351 ou se é uma variante com mutações em comum. Sabemos que o surgimento de mutações pode acontecer de forma independente
Portanto, é muito relevante saber se estamos lidando de fato com a B.1.351 ou se estamos lidando com uma variante que compartilha uma ou mais mutações vistas nela.
Um exemplo é o surgimento da N.9 que circula em alguns locais do país e tem a mutação E484K
O ensaio envolveu 2.260 adolescentes de 12 a 15 anos de idade nos Estados Unidos. No ensaio, 18 casos de COVID-19 foram observados no grupo de placebo (n = 1.129) contra nenhum no grupo vacinado (n = 1.131)
Por nenhum caso ter sido observado no grupo vacinado, a eficácia estimada chega a 100%, mas temos que lembrar que, esse dado é para uma amostra de 18 eventos. Quando extrapolamos pra milhares de vacinados, é possível que a gente observe um ou outro caso de COVID-19 em vacinados
Estudo da @TheLancet avaliando a eficácia da vacina da @AstraZeneca/@UniofOxford em relação à variante B.1.1.7 (primeiramente descrita em UK)
Eficácia contra infecção sintomática = 70,4% (IC de 95% 43,6–84,5) para B.1.1.7 e 81,5% (67,9-89,4%) para não B.1.1.7
Confira 🧶!
Quem participou: Participantes ≥18 anos vindos do estudo de fase 2/3* em UK
*Nesse estudo, foi analisado a eficácia do grupo vacinado c/ ChAdOx1 nCoV-19 em comparação com um grupo placebo que recebeu vacina de controle meningocócico conjugado (MenACWY)