Estudo da @TheLancet avaliando a eficácia da vacina da @AstraZeneca/@UniofOxford em relação à variante B.1.1.7 (primeiramente descrita em UK)
Eficácia contra infecção sintomática = 70,4% (IC de 95% 43,6–84,5) para B.1.1.7 e 81,5% (67,9-89,4%) para não B.1.1.7
Confira 🧶!
Quem participou: Participantes ≥18 anos vindos do estudo de fase 2/3* em UK
*Nesse estudo, foi analisado a eficácia do grupo vacinado c/ ChAdOx1 nCoV-19 em comparação com um grupo placebo que recebeu vacina de controle meningocócico conjugado (MenACWY)
Foram analisados swabs da nasofaringe para detecção de casos de COVID-19 (tosse, febre de 37,8°C ou mais, falta de ar, anosmia ou ageusia)
As amostras foram testadas para detecção do material genético do virus e sequenciadas para determinar se havia infecção por B.1.1.7
Esses participantes foram recrutados entre 31 de maio e 13 de novembro de 2020, contabilizando cerca de 8.534 participantes na coorte de eficácia primária, 6.636 (78%) tinham idades entre 18-55 anos e 5.065 (59%) eram mulheres
Os casos: Entre 1º de outubro de 2020 e 14 de janeiro de 2021, 520 participantes desenvolveram infecção por SARS-CoV-2.
401 swabs de 311 participantes foram sequenciados com sucesso
Nesse período, podemos ver no gráfico abaixo o número semanal (barras) e cumulativo (linha) de amostras de B.1.1.7 e não B.1.1.7 identificados no ensaio do Reino Unido entre 1º de outubro de 2020 e 14 de janeiro de 2021
Nesse gráfico, observamos que as amostras positivas para B.1.1.7 tiveram Ct mais baixo, ou seja, é um indicativo de aumento da carga viral comparado com amostras não-B.1.1.7 e outras. Pessoas sintomáticas também demonstraram maior carga viral do que assintomáticos
Na análise da quantidade de anticorpos neutralizantes (que "nos defendem" contra a infecção pelo vírus), observamos que a B.1.1.7 leva a uma queda nessa quantidade, comparado com amsotras não-B.1.1.7 (Victoria)
Dados de eficácia:
INFECÇÃO SINTOMÁTICA
B.1.1.7 = 70,% (43,6 to 84,5)
Outras variantes =81,5% (67,9 to 89,4)
INFECÇÃO ASSINTOMÁTICA
B.1.1.7 = 28,9% (–77,1 to 71·4)*
Outras variantes =69,7% (33,0 to 86,3)*
*O tamanho desses IC!!!
Os autores comentam que, em especial para os dados de assintomáticos, menos casos estiveram disponíveis para análise, então os ICs são amplos e sobrepostos. Portanto, esse dado precisa ser melhor estudado e mais amostras precisam ser obtidas para ter mais certeza sobre ele
Resumindinho: apesar da queda na quantidade de anticorpos neutralizantes, a vacina da AstraZeneca/Oxford mostrou uma eficácia importante contra a variante B.1.1.7, apesar de um pouco menor em comparação a variantes não-B.1.1.7
Esse dado pode nos apontar 2 caminhos que não são excludentes entre si: títulos mais baixos de anticorpos neutralizantes são suficientes para fornecer proteção ou que outros mecanismos de imunidade (células) podem ser responsáveis pela proteção contra doenças em vacinados.
Comentei anteriormente alguns dados da AstraZeneca para B.1.1.7, B.1.351 e a P.1 (! variante predominante aqui no BR), mostrando que, mesmo com essa redução da quantidade de anticorpos neutralizantes, a proteção poderia ser mantida pra B.1.1.7 e P.1
Ainda, aqui eu e o @mab_sp125 (pessoa incrível que vocês precisam acompanhar aqui) fizemos um fio explicando como a imunidade celular pode ser um grande trunfo para evitar agravamentos, inclusive por conta das variantes
Portanto, o paper é um indicativo importante, principalmente para regiões onde a B.1.1.7 é bem predominante, e ressalta ainda mais a necessidade de ampliar os estudos para outras variantes, como a B.1.351 e a P.1! Aguardando viu @fiocruz 🥺
Quais vacinas 💉estão sendo desenvolvidas no Brasil🇧🇷? Como elas são, quais instituições estão desenvolvendo? O que sabemos sobre elas?
Acompanha nesse fiozinho esse compilado de informações que exaltam a ciência nacional - que precisa de investimento! 👇
Segundo informações do Ministério da Saúde*, o país tem atualmente 17 projetos de pesquisa para uma vacina nacional contra a COVID-19. Algumas fontes, como o @dw_brasil mencionam mais de 20 estudos**
Eles encontram-se na fase pré-clínica, ou seja, ainda não investigados em humanos. Recentemente, a Butanvac e a Versamune, dois imunizantes desenvolvidos no país, solicitaram para a @anvisa_oficial a aprovação para o início dos ensaios clínicos no país redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/05/25/des…
Por unanimidade, a @anvisa_oficial autorizou nesta quarta-feira (31) o uso emergencial da vacina da Janssen, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, contra o novo coronavírus!
A Janssen havia solicitado o uso emergencial de seu imunizante contra a Covid-19 no Brasil na quarta-feira (24). Com a decisão da agência, a vacina pode agora ser aplicada na população brasileira. cnnbrasil.com.br/saude/2021/03/…
Segundo @sputnikvaccine , dos mais de 1 milhão de residentes em Moscou vacinados, menos de 0,1% desenvolveram infecção por COVID-19 em mais de duas semanas após a vacinação completa. 76% desses casos são assintomáticos ou leves
No 🇧🇷 @anvisa_oficial concedeu certificação de boas práticas de fabricação para tanto a Sputnik-V (Inovat Indústria Farmacêutica/União Química), quanto a Janssen (Janssen-Cilag Farmacêutica),
No Painel da @anvisa_oficial vemos que o pedido de uso emergencial foi protocolado dia 25/03 com 62% dos documentos em análise atualmente, faltando a complementação de 18% dos documentos, e a entrega de 18,6% de outros documentos para a agência
Variante com mutações parecidas com a B.1.351 (África do Sul) foi detectada em uma pessoa de 34 anos em Sorocaba, sem histórico de viagem dentro ou fora do Brasil
Primeiro de tudo: precisamos entender se *realmente* é a B.1.351 ou se é uma variante com mutações em comum. Sabemos que o surgimento de mutações pode acontecer de forma independente
Portanto, é muito relevante saber se estamos lidando de fato com a B.1.351 ou se estamos lidando com uma variante que compartilha uma ou mais mutações vistas nela.
Um exemplo é o surgimento da N.9 que circula em alguns locais do país e tem a mutação E484K
O ensaio envolveu 2.260 adolescentes de 12 a 15 anos de idade nos Estados Unidos. No ensaio, 18 casos de COVID-19 foram observados no grupo de placebo (n = 1.129) contra nenhum no grupo vacinado (n = 1.131)
Por nenhum caso ter sido observado no grupo vacinado, a eficácia estimada chega a 100%, mas temos que lembrar que, esse dado é para uma amostra de 18 eventos. Quando extrapolamos pra milhares de vacinados, é possível que a gente observe um ou outro caso de COVID-19 em vacinados