1/A pergunta que tira o sono de banqueiros, empresários e militares é qual Lula estará em 2022? O paz e amor que colocou no governo o trio Meirelles – Levy – Lisboa ou o que deixou a prisão pronto para se vingar daqueles que o abandonaram, incluindo muitos dos insones? +
2/A resposta não está no passado, mas no presente. O modelo que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai defender em 2022 é muito parecido com o do presidente americano Joe Biden, que em dois meses está tirando os EUA do abismo dos anos Trump+
3/Biden entrou no imaginário político brasileiro por ser o político centrista que administrou uma coalizão gigante para derrotar um presidente autoritário com traços psicóticos+
4/Mas o Biden que inspira Lula não é apenas o candidato que prometeu (e por enquanto tem cumprido) trazer a normalidade de volta à Casa Branca. É o Biden que promove programa histórico de transferência de renda d e prepara um programa trilionário de investimentos públicos+
5/Mais surpreendente é que Biden pretende que os mais ricos paguem a conta, em uma reversão de décadas de isenções e desregulações iniciadas pelo governo Reagan nos anos 1980. Se o pacote Biden for aprovado, a taxa de imposto corporativo nos EUA aumentará de 21% para 28%+
6/É óbvio que o Brasil não tem a capacidade financeira dos EUA para se endividar em dólar, mas também é inevitável que o pacote Biden transforme o debate eleitoral brasileiro.+
7/Se em 2018, Jair Bolsonaro exibia Paulo Guedes para provar que havia se convertido ao liberalismo, Lula vai chegar em 2022 exibindo como modelo um americano acima de qualquer suspeita. Meu artigo na @VEJAveja.abril.com.br/blog/thomas-tr…
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1/Em 1979, quando era um promissor senador da poderosa Comissão de Relações Exteriores dos EUA, Joe Biden foi enviado a Moscou para uma reunião sobre as complexas negociações de desarmamento nuclear com a União Soviética+
2/Depois de ouvir o primeiro-ministro soviético Alexei Kossygin falar sobre as pacíficas intenções da URSS, Biden retrucou: “Eu sou de Delaware e lá existe um ditado: você não pode cascatear um cascateiro (em inglês, you can’t shit a shitter)” +
3/Mais de 40 anos depois, o cascateiro Biden é o presidente dos EUA e organiza no próximo dia 22 um fórum com 40 líderes mundiais para lançar um programa global de redução de danos ambientais, entre eles olsonaro, um dos últimos chefes de governo a reconhecer a sua vitória+
De Benjamin a Nicolelis, das mortes de Lewis e Huxley à vacinação de Yo-yo Ma, @dorritharazim prateia essa Páscoa fúnebre.
“Esta Páscoa é propícia para lembrar que a vida não é uma luta contra a maldade, contra o drama e o sofrimento, e sim uma luta contra a ausência e o olvido”
1/Você acha que teve emoção demais nessa semana com trocas de 6 ministros e 3 comandantes? Pense de novo. Pode haver mudança no Ministério da Economia. A relação de Paulo Guedes com o Centrão está insustentável.+
2/A dois assessores, Guedes afirmou que o Orçamento aprovado pelo Congresso fere a Lei de Responsabilidade Fiscal, abre a possibilidade de impeachment do presidente e que ele, Guedes, não permaneceria para “assinar um crime de responsabilidade” +
3/Guedes nunca enfrentou adversários tão fortes. Ontem, Bolsonaro se reuniu com Arthur Lira e o relator do Orçamento, Márcio Bittar. Eles concederam um corte de R$ 10 bilhões em emendas parlamentares. A equipe de Guedes acha pouco. Quer mais R$ 16 bilhões+
1/A decisão do presidente Bolsonaro de demitir o ministro Defesa e os comandantes das FFAA na semana dos 57 anos do Golpe de 1964 contrata uma crise para o futuro. Hoje, ele não tem respaldo popular, político, empresarial, militar ou externo para tentar ampliar sua autoridade+
2/ Mas as mudanças no topo da hierarquia militar mostram que pode ser uma questão de tempo. A data a se preocupar não é a repetição de um 31 de março de 1964, mas de um 6 de janeiro de 2021, quando trumpista tentaram impedir a confirmação de Biden como presidente dos EUA+
3/A possibilidade de Bolsonaro não aceitar uma derrota eleitoral em 2022 é real. Ele incentivou teorias de conspiração de fraudes nas urnas eletrônicas, mesmo depois da vitória em 2018 (que ele diz ter ocorrido no 1.o turno)+
1/A renúncia dos comandantes das FFAA no dia seguinte à demissão do ministro da Defesa torna pública a maior crise militar em 36 anos de democracia. A reunião da demissão teve vozes alteradas, ameaças por parte do novo ministro e críticas nominais ao presidente Bolsonaro+
2/As demissões mostram que é latente a resistência de parte das FFAA à intenção de aparelhamento. Generais dizem temer que o presidente use a estrutura das Forças, incentivando os quartéis a recusarem resultado eleitoral em 2022 que não a vitória do bolsonarismo+
3/Não há, na visão desses generais, um risco imediato de autogolpe ou algo do gênero, mas a possibilidade de que o discurso de fraude nas eleições contamine os quartéis e impeça a posse de um oposicionista em 2023. Seria a versão brasileira do 6 de janeiro dos EUA.
1/Em entrevista no final do seu 2.o governo, FHC, disse que a força da democracia adolescente do Brasil estava em ninguém mais saber o nome dos generais. Neto e filho de generais e ex-exilado político, FHC sabia do que falava +
2/É autoengano ou ingenuidade enxergar as trocas ministeriais de ontem como um mais-do-mesmo ou um centrão-leva-tudo. O fato que importa é a troca na Defesa, a possível substituição dos comandos das FFAA e as reações internas. Com Bolsonaro, os quarteis viram núcleo de um impasse
3/Com o governo Bolsonaro reaprendemos a necessidade de distinguir quais militares tem compromisso com a democracia e quais tem compromisso apenas com o presidente