Como militantes bolsonaristas aproveitaram um acidente para criar um mártir para a causa deles e levaram uma mulher a ser presa por tentativa de homicídio por um ovo atirado pela janela em Curitiba. Eu e Daniela Matheus contamos essa história. theintercept.com/2021/04/16/ovo…
Daniela é psicóloga e uma das vítimas da história. Seu apartamento foi invadido pela @pmproficial após uma idosa que participava de um protesto cair e os militantes apontarem alguém do prédio dela como autor de uma agressão.
Levada presa, ela passou a noite e parte de outro dia na cadeia, foi submetida a revista íntima e saiu de lá suspeita de tentar matar alguém. Mas nega categoricamente ter atirado os objetos que os bolsonaristas dizem que derrubaram a idosa. E que sequer estivesse na janela.
A outra vítima da história é a aposentada Eva Teresinha dos Santos, a idosa que passou mal. Ela havia caminhado 5 quilômetros quando caiu e sem querer serviu como pretexto para os bolsonaristas que tocavam o protesto.
Recuperada após levar 3 pontos na cabeça, Eva segue sendo usada por gente da pior espécie, interessada em fazer dela um ferramenta política. E não parece se dar conta. Como este vídeo, publicado hoje, deixa claro.
Ali estão o vereador bolsonarista cassado Éder Borges, um sujeito asqueroso que era membro do MBL e perseguia e ameaçava estudantes que ocuparam escolas públicas em 2016 e usou o ódio como plataforma política, e Renato Gasparim, o líder da marcha.
É uma das histórias que mais senti necessidade de contar, nos últimos tempos, e tive a chance de poder abrir espaço para a Daniela, vítima de um linchamento cometido por extremistas e pelo estado, colocar sua voz nela. É a primeira vez que ela fala sobre o que ocorreu.
Por fim, mas não menos importante, tive a valiosa colaboração da @apcsc na apuração e na entrevista da Daniela.
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“Os peritos sustentam que não afirmaram que os diálogos são verdadeiros, mas também nunca escreveram que são falsos. A avaliação deles é que a interpretação feita pelo delegado ‘extrapolou’ o laudo técnico da perícia.” oglobo.globo.com/brasil/peritos…
“Os peritos dizem ainda, nos bastidores, que o delegado poderia ter solicitado análises complementares a respeito de algum ponto específico, o que permitiria aprofundar a verificação da autenticidade de determinados arquivos, ou buscar a fonte original dos arquivos.”
“BUSCAR A FONTE ORIGINAL DOS ARQUIVOS”. Pedindo perdão pelo grito, chamo a atenção para essa frase, solta lá pelo fim da matéria. Bastaria à PF solicitar os telefones funcionais (ou seja, propriedade pública) dos procuradores e de Moro para realizar perícias neles.
Fonte da Polícia Federal: o delegado o delegado Alexandre Saraiva, que pediu ao STF para investigar o ministro Ricardo Salles, está com o pescoço na guilhotina. Perderá o cargo nas próximas horas.
O @TheInterceptBr vem contando há mais de um ano como o governo Bolsonaro, via Salles e Eduardo Bim, afrouxa a fiscalização e favorece o desmatamento ilegal. Saraiva, a ser confirmada a demissão, será outra vítima da "boiada passando".
A vida nos oferece inúmeras oportunidades para provarmos não sermos idiotas. Pedro Bial desperdiçou uma boa ontem. E de graça. uol.com.br/splash/colunas…
Como bem lembrou muita gente aqui, Bial foi alegre e faceiro aos EUA entrevistar Olavo de Carvalho, mentiroso contumaz e inspirador do uso de fake news como arma política (ele chama isso de guerra cultural).
Também não consta, lembra o @leoeoleo, que Bial tenha requisitado um polígrafo para entrevistar a deputada e pastora Flordelis, ré em processo em que é acusada de matar o marido.
Flavia Lima, ombudsman da Folha: “Imagine um grupo relativamente coeso que apoiou um candidato a presidente saído de suas fileiras, tem a vice-presidência, sete ministérios, cerca de 2.500 cargos só no Executivo federal...” (+)
...”assegurou reajustes de remuneração no Orçamento e, ainda assim, diz que não se dobrou à política. Qual a chance dessa tese ser acolhida sem muita reflexão? Alta, se esse grupo for de militares e a leitura de suas movimentações for feita pela imprensa”. www1.folha.uol.com.br/colunas/flavia…
Pedindo perdão pelo cabotinismo, @demori e eu brandimos essa tese já na terça-feira, dia em que boa parte da imprensa jogava confete nos militares. Ainda não leu?👇 theintercept.com/2021/03/30/imp…
👇🧶Questões sobre a decisão inesperada de Fachin: 1. As ações movidas pela defesa de Lula pleiteando a suspeição de Sergio Moro perdem objeto? Aparentemente, parece que sim. 2. O juiz de primeira instância de Brasília terá que refazer todo a instruçã do processo contra Lula?
2 (continuação). Ou poderá usar a instrução (isto é, oitiva de testemunhas etc.) conduzida por Moro? Se permitir isso, o STF não está na prática criando na marra a figura do juiz de instrução? 3. Por que Fachin voltou agora a um ponto repisado pelas defesas logo no início da LJ?
3 (continuação). O próprio STF, em diversos momentos, ratificou (ainda que sem embasamento legal) a competência da vara de Curitiba para crimes cometidos na Petrobras (cuja sede é no Rio). Por que Fachin mudou de ideia? 4. O que irá acontecer com processos de outros réus da LJ?
Uma daquelas grandes ironias da vida: a Lava Jato acabou no mesmo dia em que o Centrão atropelou e ganhou o comando da Câmara dos Deputados com Arthur Lira. Ele é do PP, o partido mais enrolado nas investigações da operação. E teve o apoio de Bolsonaro, o presidente da Lava Jato.
Paulo Roberto Costa, o primeiro diretor da Petrobras preso pela operação, cobrava propina para o PP. Alberto Youssef, o doleiro a quem @SF_Moro brindou com um segundo acordo de delação mesmo após ele descumprir o primeiro, operava para José Janene, capo do PP.
O PP foi alvo da primeira (e, até onde a memória alcança, única) ação de improbidade movida pela Lava Jato contra um partido. (Partidos políticos são pessoas jurídicas. E pessoas jurídicas não podem responder a ações criminais.) conjur.com.br/2017-abr-07/ju…