E vou dizer uma coisa que deveria ser óbvia: tô vendo várias pessoas que eu sigo surpresas porque parece que o @joaoluizpedrosa está liderando as enquetes pra sair. Sabem quem está votando nele? A torcida que acha que ele é ameaça ao prêmio e veio com "Bbb não é caridade".
E eu que não vou mais passar raiva por causa de torcida tóxica. Enquanto vi o programa, torci por Juliette. E parei de ver (no domingo) também por causa deste fandom repugnante que se formou.
Vida é curta demais pra aguentar amolação por causa de programa de tv.
Deixa eu completar o fio, então, e aí encerro OFICIALMENTE meus comentários sobre o #bbb21: se @joaoluizpedrosa sair, será uma combinação de racismo e cactos. O resto ("ele é planta") é desculpa de quem não quer assumir isso.
Beijos pra quem fica.
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Falei isso por DM ao @felipeneto e faço questão de dizer publicamente depois desta sua nova autocrítica: poucas vezes na vida tive a oportunidade de ver alguém amadurecer politicamente neste ritmo e nesta extensão.
Em 2012, publiquei um vídeo crítico a ele por uma fala muito errada que fez sobre Dilma - e que ele jamais repetiria hoje. É necessário ter humildade, inteligência e muita, muita empatia para se abrir do modo como @felipeneto se abriu - estejamos vivendo tempos absurdos ou não.
Eu sei que a tendência da esquerda brasileira, depois de tanta paulada, depois de confiar em tantos aliados que nos traíram, é sempre de manter os dois pés atrás, de dizer "hum-hum, bom pra você, mas devia ter pensado isso antes" quando alguém que nos atacou faz mea culpa.
O Cinema brasileiro, digo sempre, é um dos mais ricos do mundo - ok, talvez não financeiramente (ao contrário: vem enfrentando dificuldades cada vez maiores neste aspecto), mas de um ponto de vista artístico, de linguagem, poucas cinematografias são como a nossa.
Infelizmente, o vira-latismo característico de tantos brasileiros se manifesta de modo ainda mais intenso quando o assunto é Cinema: lembram-se de @PBiaL falando sobre como certo filme nacional "era tão bom que parecia americano"? Pois é, este é o nível do pensamento dessa gente.
Aliás, quando falei sobre isso aqui outro dia, uma pessoa veio dizendo que achava as produções brasileiras "muito pobres" - o que deixava claro apenas que ela não costumava ver nossos filmes. Ou talvez só as comédias rasteiras que a Globofilmes costuma lançar.
Vi há pouco "A Garota" (Eltávozott nap), longa de estreia de Márta Mészáros - e que, lançado em 1968, foi o primeiro longa húngaro dirigido por uma mulher.
E cuja abordagem deixa muito claro por que é tão precioso que a Arte nos ofereça pontos de vista diversificados.
O filme é ao mesmo tempo um estudo de personagem e de uma sociedade que se encontra em transformação (e que ao mesmo tempo se mantém estática em sua estrutura patriarcal). É um filme claramente datado nos estilos, nas roupas e na música que retrata, mas atual em seus temas.
Vivida pela cantora Kati Kovács, que diz tudo que precisa com o olhar, a protagonista é uma jovem que, depois de crescer um orfanato na capital, é moderna e independente - num contraste brutal com a mãe que (re)descobre e vive no interior subjugada pelo marido e pela "tradição".
Eu vivo falando sobre como o Cinema brasileiro é um dos melhores do mundo - e vivo ouvindo como é difícil encontrar filmes nacionais para assistir. Infelizmente, há de fato certa dificuldade em achar boa parte da nossa cinematografia online, o que é lamentável.
MAS BOAS NOVAS!+
De 22 a 30 de abril vai rolar uma mostra online (gratuita!) com uma seleção bem bacana de nossa produção mais recente -mais especificamente, dos anos 2011 a 2020, quando as políticas públicas de incentivo à produção cultural (hoje atacadas) puderam fazer uma diferença importante.
A mostra Cinema Brasileiro: Anos 2010, 10 Olhares trará 71 filmes, sendo 43 longas e 28 curtas, que poderão ser vistos em 10olhares.com ou diretamente no Belas Artes À La Carte (belasartesalacarte.com.br).
Eu parei com #Bbb21 (os fandoms - especialmente o da Juliette, para a qual eu estava torcendo, por sinal - estragaram a brincadeira pra mim). Mas vou ajudar a divulgar isso aqui, pois abomino jogo sujo e gosto MUITO da postura do perfil do @joaoluizpedrosa sobre o extra-jogo.
Os adms do @joaoluizpedrosa conduzem o perfil dele como eu acho que ele conduziria; falando sobre assuntos relevantes além do jogo, mas sem soar como se fosse apenas marketing e estivessem interessados só em fazer pose para foto. Não ficarei nada chateado se ele vencer.
Dito isso, se você está me acompanhando só por causa de #Bbb21, já me despeço, pois este provavelmente será meu último tweet sobre o assunto e você logo dará unfollow. Já tenho amolação demais na vida pra que algo que achei que seria divertido se torne chateação graças a fandoms.
A Alesp vota hoje um projeto para proibir propagandas que tragam pessoas e famílias LGBTQ+. Você leu isso certo. Em 2021, é isso que a evangélica e filha de pastor @dep_martacosta (Instagram.com/depmartacosta) quer fazer. Uma pandemia rolando e ela obcecada com sua homo/transfobia.
A deputada e a bancada evangélica - esse praga tão destrutiva quanto um câncer - alegam que essas propagandas trazem “danos às crianças”.
O que traz “dano às crianças” é o ódio que esses desgraçados espalham em seus cultos, não gestos de amor entre pessoas LGBTQ+.
Eu comecei a escrever sobre o perigo representado pelos evangélicos na política há mais de 20 anos. Cansaram de me chamar (e aqueles que faziam alertas similares) de “intolerante”. Taí o resultado da inação É mais um exemplo do “paradoxo da tolerância" de Popper.