Vamos começar de fato então a campanha #MuteNoÓdio. Hoje vamos começar a falar sobre a subcultura skinhead, de forma bem introdutória, e aprofundaremos durante esse mês.
Hoje vamos também fazer a primeira denúncia de banda para colocarmos no mute!
Segue o fio
O movimento skinhead surgiu no Reino Unido em meados da década de 60 entre jovens da classe trabalhadora e foram muito influenciados pelos rude boys jamaicanos, termo utilizado para se referir a um estilo de vida de jovens pobres e infratores jamaicanos.
Inclusive parte do uniforme skinhead é inspirado nos rude boys, o característico suspensório já era usado pelos jamaicanos
Mas, no final dos anos 70, o movimento skinhead dá uma virada (que abordaremos mais pra frente) e passa a abordar temas raciais e políticos em suas músicas
Surge, então, o Skinhead white power como uma ramificação da subcultura skinhead que abraça temas supremacistas brancos, antissemitas, xenofóbicos, LGBTfóbicos e de nacionalismo branco.
É bom ressaltar que nem todo Skinhead é supremacista branco. Existem grupos skinheads de esquerda, como o SHARP (Skinheads Against Racial Prejudice ou Skinheads Contra o Preconceito Racial) e o RASH (Red and Anarchist Skinhead ou Vermelhos e Anarquistas Skinhead).
No Brasil, esses grupos surgiram em São Paulo entre o fim da década de 70 e início da de 80 e a célula do Rio de Janeiro, Carecas do Brasil, foi formada em 1993, o nome tem relação com o local de encontro do grupo, a Central do Brasil.
Silva, em “A Extrema Direita na Atualidade”, diz que carecas se definem como “jovens conscientes, não alienados, fortes de corpo, puros de mente e com intuito de formar um exército para salvar o Brasil dos políticos corruptos e multinacionais”.
Além disso, defendem “um movimento sério, um estilo de vida, movimento de trabalhadores, de brasileiros, sem negócio de fora, de gente que mora no subúrbio.”. Por isso uma das células mais famosas de skinheads no Brasil leva o nome Subúrbio
Pela virada do movimento a extrema direita e os constantes embates que se envolvem nas ruas, a subcultura skinhead é uma das mais lembradas quando se fala de neonazismo e agressões a minorias étnicas, sexuais e religiosas
Mesmo que sua origem seja bem diferente das ideias de ódio, muitos grupos dessa subcultura estão associados ao neonazismo, propagação de ideias de ódio e agressões a minorias.
É o caso dessa primeira banda que vamos dar #MuteNoOdio
Zurzir é uma banda abertamente neonazista, seu encarte deixa bem claro sua ideologia, bem como sua música "Grandeza Racial" e "88" (em alusão a saudação nazista)
Para além disso, os membros da banda foram condenados pro agressão a um grupo de judeus em Porto Alegre e apologia ao nazismo
Chegamos no final da longa explicação sobre integralistas.
Agora que a gente já sabe a história dos integralistas, seus ritos, símbolos e ideologia, vamos ver quais são os grupos neointegralistas atuantes hoje na região metropolitana do Rio de Janeiro e o que eles já aprontaram
Hoje vamos falar sobre a Accale, ou Associação Cívica e Cultural Arcy Lopes Estrella, fundada em 2017 no estado do Rio de Janeiro.
Se apresentam como “uma associação nacionalista, antimarxista e antiliberal” e em sua página de facebook exaltam figuras como Salgado e Barroso.
A Associação parece seguir a ideia de formar um movimento social para uma “nova consciência" nacional”, como proposto anteriormente, e se utiliza de uma forma de organização já conhecida por integralistas no passado, os Centros de Cultura da Juventude.
Além de Plínio Salgado, o integralismo tinha outras duas figuras extremamente relevantes: o advogado, escritor e político Gustavo Barroso e o filósofo e jurista Miguel Reale.
Voltamos das férias pra pegar pesado. Vamos começar a conversa sobre as galinhas verdes que andaram saindo do galinheiro, os integralistas.
Então bora de contexto histórico de onde surgiu essa ideologia e seu fundador, Plínio Salgado
Plínio Salgado foi um escritor, jornalista, político conservador e ideólogo brasileiro que idealizou o integralismo brasileiro e fundou uma de suas principais organizações, a Ação Integralistas Brasileira (AIB), tornando-se seu líder nacional.
Segundo Caldeira e Gonçalves, o fascismo italiano de Mussolini exerceu grande influência sobre o pensamento de Salgado. Foi após um encontro em 1930 na Itália entre os dois que Salgado consolidou sua filosofia política.
Acharam que o #MuteNoOdio tinha acabado? Acabou não, bebê. Demos uma pausinha pra ficar de olho no Pazu e já voltamos.
Hoje vamos de fio, falaremos sobre a relação de extrema direita com a política institucional.
Apesar de serem uma gangue com atuação majoritariamente nas ruas e com pouquíssima representação institucional, o movimento skinhead de extrema direita recebeu e recebe ajuda de alguns partidos políticos.
Como vimos anteriormente, o British National Front tinha forte relação com o movimento skinhead inglês de extrema direita, boa parte do YNF, a juventude do partido, era formada por esses jovens skinheads.
Eu sei que hoje deveríamos falar sobre conservadores, mas por motivos de força maior (excesso de dog whistle por figuras políticas proeminentes), vamos falar hoje sobre:
Tatuagen, símbolos, bandeiras e gestos ligados a supremacia branca que são vistos em grupos de ódio nacionais
Preciso avisar que vai ser longo e com muito racismo, antissemitismo e supremacia branca. Se esses são assuntos sensíveis para você, recomendo deixar esse fio passar. Não tem nenhum problema em se resguardar ❤️
A conversa sobre conservadores volta na semana que vem
Ação Anticomunista
Uma tentativa de inversão do Ação Antifascista. É comumente usado por neonazistas em chans brasileiros
O helicóptero faz referência aos voos da morte da operação Condor, que assassinavam opositores das ditaduras latino-americanas jogando-os de um helicóptero
Muita gente marcou a gente nesse vídeo (agradecemos as gostosas risadas proporcionadas) que tem rodado o twitter.
Mas muita gente também não entendeu o que o rapaz fortão ta falando. Se você quer saber o que é blue pill, beta ou "lições de sedução", chega aqui 👇👇
Essas palavras são todas de um dialeto de um grupo específico da internet, a machosfera. A machosfera um ecossistema de blogs, podcasts, youtubers e fóruns que disseminam conteúdo misógino