A fala dele, sobre se vai haver turnê do Metallica este ano:
"Não faço ideia. Não depende de mim, mas da segurança de todo mundo - não só fãs, mas da equipe e a nossa. Não tenho certeza do que isso significa no futuro, no que se refere a vacinas." (segue)
"Eu sou um pouco cético de tomar a vacina, mas isso parece estar se desenrolando e as pessoas estão tomando e eu tenho muitos amigos que tomaram. Eu não estou totalmente convicto quanto a isso." (segue)
"Mas espero que não chegue a um ponto em que tenhamos que ter um selo COVID no passaporte ou algo assim para ir em qualquer lugar. Mas, se chegarmos a esse ponto, então eu tomarei uma decisão." (segue)
"Nós tomamos vacinas para ir à África, então não é como se eu nunca tivesse tomado vacina antes. Mas, quando era garoto, eu NUNCA fui vacinado por causa das crenças da minha família. Então, essa foi a única vez em que fui vacinado - quando estávamos indo a um safári na África."
Só para dar o contexto pleno da fala do Hetfield. Como eu disse, há uma clara conexão do Metallica com o pensamento conservador norte-americano, então não é como se eu achasse que vale a pena defendê-lo (risos). Mas né, fica a informação para a galera avaliar com mais detalhes.
Valendo citar que Hetfield escreveu também "The God that Failed" - uma música sobre a mãe dele, que se recusou a tratar um câncer por acreditar que Deus iria curá-la e acabou morrendo. Quem viu o Some Kind of Monster sabe que essa questão familiar estraga legal a cabeça do James.
Então, acho que estamos lidando com um tiozão conservador desconfiado - e que carrega traumas de ter crescido em uma família de fanáticos religiosos - e menos com algum anti-vacina engajado etc.
Mas é uma leitura, apenas. E como eu disse, Metallica é uma banda DELICADA sim.
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Bolsonaro dobra aposta na cloroquina, no desaforo à China e no desafio ao STF e governadores. É o momento mais estúpido possível, do ponto de vista estratégico, para qualquer dessas brigas.
Bolsonaro é burro.
Já não sei mais o que dizer para quem se recusa a admitir isso.
Bolsonaro fez toda a sua carreira dizendo barbaridades e usando aplausos da claque como bússola para decidir por onde deveria insistir. É o que está fazendo agora: batendo nas mesmas teclas que, em algum momento, fizeram a seita feliz.
Se isso é brilhante, eu sou o Seu Madruga.
Claro que ninguém vira presidente sem algum tipo de talento. Bolsonaro é obstinado, tem carisma, avança onde outros hesitam. Mas nada disso é inteligência ou sabedoria. Dá para fazer tudo isso e ser muito, muito burro. A gente tem que perder o medo de apontar essa burrice.
Hoje completam-se 62 anos do Dia Em Que a Música Morreu. Uma tragédia que marcou o então nascente rock and roll, inclusive em termos de espírito - e que gerou um dos maiores (em mais de um sentido) hits do século passado.
Nunca tinha ouvido falar? Vem no fio
Vamos começar falando de Donald McLean III. Filho de imigrantes escoceses e italianos, o garoto de 13 anos entregava jornais para juntar uns trocados. Muito do que conseguia investia em discos - em especial os do roqueiro Buddy Holly.
O jovem vocalista e guitarrista de 22 anos era, talvez, a mais brilhante promessa do rock nos EUA. Hits como "Peggy Sue" e "That'll Be the Day" estavam em todos os lugares. Sorridente, de óculos e ares de bom moço, Buddy Holly era um ícone da juventude daqueles dias.
As imagens dessa farra são o retrato do descolamento da realidade que impera em Brasília. Festejam enquanto a população sofre, sem dinheiro e sem perspectivas, e os profissionais de saúde seguram sozinhos as pontas do colapso. Belo clima para festinhas.
Foi uma festa deles, para eles, a respeito deles. Exatamente como têm conduzido a política na pandemia: deles, para eles, em benefício deles. É o festerê de quem sabe que o butim está ao alcance da mão. Faceiros com o espólio, embebedados de poder. Fazem farra diante das trevas.
Aí é aquilo, cada um liga o foda-se que lhe cabe. Os nobres parlamentares ligaram o foda-se, felizes com o acordo vantajoso. Como Bruno Covas ligou o foda-se no Maracanã. E a patuleia, vendo o foda-se do lado de lá, faz o quê? Liga o foda-se também.
Todo o fio é interessante, mas isso aqui. A vitória de Lira mostra como a "oposição" de centro e centro-direita a Bolsonaro é episódica e circunstancial. Não há um movimento sólido porque ninguém quer realmente fazer essa oposição. Só a centro-esquerda.
Não existe um movimento expressivo de centro-direita para construir uma alternativa a Bolsonaro, que dirá para o impeachment. O motivo é simples: esse pessoal quer ter liberdade de movimentos caso, mais adiante, precise abraçar Bolsonaro de novo. Exatamente como agora.
Por isso também digo que eleição 2022 ainda é muito longe. Dória hoje é forte, mas quem dentro da política institucional de fato alinhou com ele? É uma força midiática, acima de tudo. Huck, então...
A esquerda institucional deveria enxergar esse momento como um convite à ação.
Não acho que Rodrigo Maia vá disparar impeachment a essa altura. E, se disparar, acho que (por agora) não prosperaria.
Agora, gostaria de saber no que se baseiam para dizer que Bolsonaro "sairia mais forte". No histórico recente de impeachment, aqui e em outros países, não é.
Se impeachment fortalecesse presidente que a ele sobrevive, tinha impeachment duas vezes por ano. Se achasse que pode sobreviver e sair mais forte, nem Bolsonaro nem Temer teriam comprado o centrão para evitá-lo.
Acho wishful thinking às avessas, na boa. Não é esse o ponto.
Impeachment é um papo desgastante para todos os envolvidos, mesmo sem avançar. Eu não acho que fortaleça ninguém, sabe. No máximo, consolidaria a ideia de que o Congresso se amarra em Bolsonaro, mas isso não fortalece o presidente. Não é essa união que atrasa reformas, por ex.