Galera, só pra reforçar algo que as vezes causa confusão: os indicadores de tendência apresentados nos boletins semanais do #InfoGripe apresentam a tendência *até* o momento com base nas últimas 3 (curto prazo) e 6 (longo prazo) semanas. Não é projeção para daqui 3 ou 6 semanas.
Ou seja, é onde nos encontramos *agora*, que naturalmente é informativo para o que esperar amanhã, mas não serve como base para médio e longo prazo, pois isso vai depender de como iremos nos comportar até lá, além da própria evolução natural da epidemia.
Além dessa página explicando a interpretação desse indicador no resumo semanal, podem conferir a nota técnica que explica a lógica por trás desse indicador: bit.ly/mave-infogripe…
Na dúvida, perguntem para o povo do #MAVE que tá sempre passarinhando aqui no puleiro: @marfcg e @leosbastos
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Mell resume bem: é um contexto muito específico. Não deve ser usado como base pra "liberou geral, simbora gurizada medonha!"
Como já comentei em outros trabalhos: temos q ter muita cautela na redação de artigos e comentários no momento atual p n gerar interpretações precipitadas+
Há limitações importantes que são bem destacadas ao longo do texto (Mell destaca muito bem esses pontos no fio), mas no abstract e discussão isso não fica claro. E, infelizmente, essas duas seções são o principal para tomadores de decisão e formadores de opinião.
Tenho colegas e conhecidos envolvidos nesse trabalho. Fiz essa mesma crítica em trabalhos de outros grupos, não poderia deixar de fazer agora que envolve colegas meus.
Recebi um email de jornalista que, entre várias perguntas sobre a situação atual, perguntava "como os profissionais estão segurando a barra".
Pronto, foi a senha para abrir a porteira, arrebentar a encosta do açude, abrir a comporta da barragem...
R, em tradução livre, já que a pergunta foi em inglês.
- "Como estão segurando a barra?"
"Chorando. Precisando de terapia. É assim que estamos segurando. Ou, em muitos casos, não estamos segurando, pra ser sincero. Eu sei que eu não estou. Eu só faço de conta que estou, +
para poder tentar seguir fazendo meu trabalho. É duro dar tudo de si por mais de um ano e perceber que seguimos cometendo os mesmos erros toda a hora. Perceber que ainda há gente negando a severidade dessa pandemia, negando recomendações de especialistas em saúde pública. +
Como @leosbastos já havia adiantado, a atualização desta semana dos dados do SIVEP, analisados pelo #InfoGripe, trazem boas e más notícias.
Boa: com exceção do Maranhão e Espírito Santo, todos os demais estados conseguiram já reverter o crescimento e manter queda nos novos casos+
Sendo que, desses dois, ES já "vai querendo". RJ estava em situação similar ao ES na atualização passada, e na atual já confirmou a queda. +
"Tá, che, tu já me passou o mate dizendo que tinha má notícia na tertúlia de hoje. E aí? Desembucha"
Pues q alguns estados já dão sinais de possível estabilização em valores *muito altos*. Similares ou até mesmo acima dos picos de 2020. São eles: AM, RN, RS, RR, e SC.+
Quando saiu o polêmico artigo sobre uma possível imunidade de grupo atingida em Manaus ainda em agosto de 2020, eu e várias pessoas alertaram sobre os cuidados que devemos ter quando estudos apontam resultados que podem gerar danos irreversíveis caso estejamos equivocados.+
principalmente quando os dados e/ou a metodologia empregada oferecem limitações importantes. Aquela coisa de "afirmações fortes necessitam evidências igualmente fortes".
Infelizmente algumas pessoas interpretaram como uma espécie de "censura", +
algo que iria contra os princípios fundamentais da ciência livre.
Nunca foi a intenção, e sim alertar que a ciência não vive isolada. Principalmente a ciência aplicada, cujos resultados podem gerar aplicações imediatas como é o caso da epidemio. +
Povuelo, junta aqui rapidinho: nossa oferta de vacina tem sido a conta-gotas. *Esse é o prob central*.
Toda e qualquer demanda por priorizar um grupo X significa rebaixar a prioridade de outros grupos que estavam a frente. **Qm desce p vc subir?** +
As demandas, de maneira isolada, em geral são legítimas. Só que a consequência não é isolada, é coletiva. Então, antes de defender que um grupo suba na prioridade por ser legítimo, puxe o cronograma e explique pq é legítimo rebaixar todos os demais.
Aí a conta muda... 😢 +
Montar um cronograma de priorização, com estoque limitado, é exatamente isso. Não é apenas decidir quem vem antes. É também decidir quem fica pra depois. Além disso, o tamanho de cada grupo é distinto e tem que entrar na conta. +